Recordista em medalhas, Scheidt deixa aposentadoria e tentará 7ª Olimpíada
O campeão está de volta. Robert Scheidt anunciou nesta terça-feira (5), em entrevista coletiva no Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo, que voltará a fazer campanha em busca de uma vaga nos Jogos de Tóquio 2020, na classe Laser. Ao lado do também velejador Torben Grael, Scheidt é o maior medalhista olímpico do esporte brasileiro, com cinco pódios: ouro em Atlanta-1996 e Atenas-2004 (ambos na classe Laser), prata em Sydney-2000 (Laser) e Pequim-2008 (classe Star); e bronze em Londres-2012 (Star).
“A partir de 2018, quando voltei a fazer alguns treinos no Laser, no Lago Di Garda (na Itália, onde mora com a família), junto com velejadores italianos e alguns estrangeiros, senti que ainda era bem competitivo, com um bom nível de energia física. Comecei a pensar que talvez existisse a possibilidade de tentar mais um ciclo olímpico. Depois disputei a Copa Brasil (foi vice-campeão em 2018). Mas a definição veio da minha vontade de tentar mais uma vez, provavelmente a última possibilidade que terei de buscar uma Olimpíada. A vontade de me superar, de atingir esse objetivo falou mais alto”, explicou Robert.
Após uma passagem pela classe 49er, Scheidt chegou a anunciar em 2017 o fim da carreira olímpica. Em novembro de 2018, voltou a competir na classe Laser e conquistou a medalha de prata na Copa Brasil de Vela, em Florianópolis. Agora, retoma a jornada rumo a Tóquio. O primeiro grande campeonato no calendário é o Troféu Princesa Sofia, a partir do dia 29 de março, em Palma, na Espanha. Depois, em abril, disputa a Semana de Vela de Hyères, na França. Na sequência, Scheidt segue para o Japão a fim de disputar o Mundial de Laser, a partir de 2 de julho.
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“O primeiro objetivo é conseguir a vaga para representar o Brasil na Olimpíada. Esse é o meu foco. Hoje, não estou pensando em Tóquio. Penso em velejar melhor, entrar em ritmo na Laser para buscar a classificação. O objetivo é evoluir a cada competição. Diferentemente da campanha para a Rio 2016, iniciei o ciclo olímpico mais tarde. Falta apenas um ano e meio para Tóquio e, por isso, minha preparação terá que ser mais seletiva em relação ao número de competições e intensidade de trabalho.”
O Brasil já tem classificação garantida na classe Laser nos Jogos de Tóquio 2020, conquistada no Campeonato Mundial de 2018. A definição de qual atleta vai representar o país se dará por critério técnico, baseada nos resultados na água. Além de participar da Copa Brasil de Vela 2019, o velejador precisa atingir resultados nas competições seletivas:
- Mundial de 2019 da classe Laser (2 a 9 de julho, em Sakaiminato/JAP); OU
- Evento-Teste de 2019 (15 a 22 de agosto, em Enoshima/JAP); OU
- Mundial de 2020 da classe Laser.
Presidente da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), Marco Aurélio de Sá Ribeiro celebrou a notícia do retorno de Robert Scheidt.
“É um privilégio para a vela brasileira contar com o Robert Scheidt. É um ídolo mundial do esporte. Pela imensa qualidade técnica e profissionalismo, ele tem totais condições de brigar por uma vaga nos Jogos Olímpicos. E, dentro e fora da água, será uma referência para os demais jovens atletas do Brasil na classe Laser”, afirmou Marco Aurélio.
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