Vídeo: vazamento de óleo de naufrágio da 2ª Guerra vira emergência ambiental no Pacífico
Antiga embarcação japonesa Rio de Janeiro Maru está liberando substâncias tóxicas nas águas e afetando a vida marinha. Assista!


A prova de que os resquícios de uma guerra podem ultrapassar gerações está acontecendo agora, na Micronésia (nação insular da Oceania). Por lá, o vazamento de óleo de uma antiga embarcação japonesa naufragada na Segunda Guerra Mundial tem colocado em risco ecossistemas marinhos e a economia pesqueira local.
Expedição a um dos locais mais letais da 2ª Guerra encontrou 13 naufrágios das batalhas
Navio afundado na Primeira Guerra Mundial é encontrado mais de um século depois
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Formada por mais de 600 ilhas da parte leste da Oceania, a nação declarou estado de emergência ambiental em 15 de setembro, devido ao acúmulo do óleo tóxico na região da Lagoa Chuuk. A situação foi descoberta por mergulhadores, que se depararam com o vazamento pouco antes, no dia 11.
Durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova York, que aconteceu de 23 a 29 de setembro, Wesley Simina, presidente dos Estados Federados da Micronésia, declarou que os remanescentes da guerra agora ameaçam a pesca, as comunidades e os meios de subsistência da nação.
A dimensão dessa crise excede em muito a capacidade da Micronésia de enfrentá-la sozinha– alertou Simina na ocasião
Assista ao vídeo do vazamento:
Um dos cemitérios de naufrágios mais conhecidos do mundo
Embora leve “lagoa” no nome, a Lagoa Chuuk é muito mais que isso. Área protegida do Pacífico, o local foi responsável por abrigar uma base naval japonesa até 1944. Naquele ano, uma ofensiva aérea dos Estados Unidos, chamada de “Operação Hailstone”, detonou mais de 50 navios da frota japonesa em um ataque considerado como o “troco” pela ofensiva do Japão a Pearl Harbor, em 1941.


A inteligência japonesa de guerra previu o ataque, retirando do local seus navios maiores (cruzadores pesados e porta-aviões). Ainda assim, cerca de 12 navios de guerra japoneses menores (cruzadores leves, destroieres e auxiliares), 32 navios mercantes e aeronaves foram destruídos e repousam no local. Desse momento da história nasceu outro: um dos cemitérios de naufrágios mais conhecidos do mundo.
O destino é cobiçado por mergulhadores, que vão até lá, justamente, para explorar esses registros da história. A poluição local, porém, tem os colocado em risco. Embora os vazamentos sejam constantes, o atual — e mais preocupante — é do navio naufragado Rio de Janeiro Maru, conforme destacou o Pacific Island Times. O barco leva o nome familiar pelo fato de que, quando em atividade, saia do Japão rumo às Américas.


Vale destacar que, no Pacífico, mais de 1,2 mil naufrágios da Segunda Guerra Mundial, especialmente na Lagoa Chuuk, representam risco de poluição, segundo a Secretaria do Programa Regional do Meio Ambiente do Pacífico (SPREP). Na ONU, o presidente Simina reforçou a urgência de cooperação internacional e científica para enfrentar os impactos da crise climática nas nações insulares, destacando que nenhum país pode agir sozinho.
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