Veleiro Espirit Scout chega à Bahia e encerra Transat Jacques Vabre

Por: Redação -
04/12/2017
Foto: Divulgação

O Esprit Scout fechou a raia da Transat Jacques Vabre 2017 neste sábado (2). O veleiro dos franceses Marc Dubos e Jacques-Arnaud Seyrig foi o último a chegar à cidade de Salvador, na Bahia, destino final dos 8 mil quilômetros da maior regata transatlântica do mundo. O Esprit Scout fez a regata em 27 dias e 6 minutos, com média de 6,72 nós de velocidade. A diferença para o campeão da Class40, o V e B, foi de 9 dias, 13 horas e 22 minutos.

A dupla mostrou muita resistência para não desistir da regata. O veleiro teve uma delaminação do casco e foi forçado a fazer uma longa parada em La Palma, nas Canárias. O desejo de chegar ao Brasil foi a principal motivação da dupla, que enfrentou lentidão nos Doldrums também.

Com a chegada dos franceses, a 13ª edição da Transat Jacques Vabre está concluída. A regata teve 37 barcos largando da França e seis ficaram pelo caminho. A próxima regata será em 2019.

Edição de 2017 encerra com premiação em Paris

Com quatro classes de barcos distintas, a Transat Jacques Vabre premiou neste sábado (2), em Paris, as quatro duplas campeões da edição de 2017. A cerimônia oficial de premiação ocorreu durante o Nautic – Salão Náutico de Paris. Nesta edição, a regata partiu do porto de Le Havre, no norte da França, e teve como destino a cidade de Salvador, na Bahia – trajeto que a torna a mais longa regata transatlântica e a única a cruzar os dois hemisférios.

A edição de 2017, além de marcar o retorno à Salvador, na Bahia, depois de 10 anos desde a última passagem pela cidade brasileira, também foi marcada pela quebra de vários recordes esportivos: Um único velejador tetracampeão, a menor diferença de tempo entre um primeiro e um segundo colocados contando todas as classes em todas as edições da história da regata e a única edição em que não houve abandonos na classe IMOCA – veleiros que disputam tradicionalmente a regata de volta ao mundo em solitário sem escalas, o Vendée Globe.

Tradicionalmente disputada em dupla e em quatro classes distintas, a premiação teve quatro diferentes campeões. Na classe Ultime, que completou o percurso de mais de 8 mil quilômetros com uma quebra de recorde absoluta – em apenas sete dias, a dupla campeã foi: Thomas Coville e Jean-Luc Nélias (barco Sodebo Ultim’). Pela classe IMOCA, o skipper francês Jean-Pierre Dick se tornou o único velejador na história a vencer a regata quatro vezes. O tetracampeão comemorou o feito em 2017 ao lado do também francês Yann Eliès, a bordo do barco St Michel – Virbac.

Pelos Multi50, o francês Lalou Roucayrol e o espanhol Alex Pella, do barco Arkema, conseguiu superar a pressão dos concorrentes e cruzar a linha de chegada em primeiro. Eles tinham um dos barcos mais antigos da flotilha para disputar essa edição. Já na Class40, Maxime Sorel e Antoine Carpentier, do barco V and B, só puderam respirar aliviados e comemorar a vitória de fato depois de o barco cruzar a linha. A diferença para o barco Aïna Enfance & Avenir, segundo colocado, foi de incríveis 17 minutos depois de mais de 8 mil quilômetros disputados palmo a palmo.

A vela brasileira também viveu um momento inédito nessa Transat Jacques Vabre. A dupla, formada pelo angolano José Guilherme Caldas e pelo baiano Leonardo Chicourel, ficou na 11ª colocação entre os Class40. Os velejadores foram recebidos na entrada da Baía de Todos-os-Santos por 15 embarcações, uma verdadeira festa em Salvador, na Bahia, logo nas primeiras horas do dia.

Novato em travessias do Atlântico, mas velejador experiente em regatas costeiras, Leonardo Chicourel foi uma espécie de MacGyver a bordo. Só no mastro ele subiu três vezes durante o percurso para reparar um problema em uma das peças. ”Tinha muita gente mandando energia positiva pra gente. Quando estávamos parados em Camaret, recebemos muitas mensagens para continuar. Isso foi um diferencial”. O parceiro de cockpit dele, José Guilherme Caldas, já confirmou que participará da Transat Jacques Vabre em 2019. Seu projeto é comprar um barco novo para disputar novamente a regata.

No dia 5 de novembro, os barcos haviam largado da cidade de Le Havre, no Norte da França, e percorreram 4.350 milhas náuticas – mais de 8 mil quilômetros até a chegada na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador, na Bahia. A prova, também conhecida como a Rota do Café, por refazer o percurso dos navios no comércio do café no século 17, marcou ainda o retorno à primeira capital do Brasil 10 anos desde a última edição na cidade baiana. Salvador já havia recebido a Transat Jacques Vabre nas edições de 2001, 2003, 2005 e 2007.

Confira a classificação de cada classe e o tempo de prova de cada dupla:

Classe Ultime – multicacos de mais de 100 pés:

1- Sodebo Ultim’ (Thomas Coville e Jean-Luc Nélias): 7 dias, 22h, 7min e 27s.

2- Maxi Edmond de Rotchschild (Sébastien Josse e Thomas Rouxel): 7 dias, 23h, 55min e 24s.

Prince de Bretagne (Lionel Lemonchois e Bernard stamm): Abandono

Classe IMOCA – monocascos de 60 pés:

1- St Michel Virbac (Jean-Pierre Dick e Yann Eliès): 13 dias, 7h, 36min e 46s.

2- SMA (Paul Meilhat e Gwénolé Gahinet): 13 dias, 13h, 58min e 3s.

3- Des voiles et Vous! (Morgan Lagravière e Eric Peron): 14 dias, 1h, 31 min e 44s.

4- Malizia II (Boris Hermannn e Thomas Ruyant): 14 dias, 21h, 31 min e 53s.

5- Bastide Otio (Kito de Pavant e Yannick Bestaven): 15 dias, 3h, 59min e 46s.

6- Initiatives-Coeur (Tanguy de Lamoote e Samantha Davies): 15 dias. 7h, 40min e 39s.

7- Bureau Vallée 2 (Louis Burton e Servane Escoffier): 15 dias, 16h, 2min e 58s.

8- Generali (Isabelle Joschke e Pierre Brasseur): 16 dias, 33min e 1s.

9- La Fabrique (Alan Roura e Frédéric Denis): 16 dias, 2h, 4min e 16s

10- Vivo a Beira (Yoann Richomme e Pierre Lacaze): 16 dias, 5h, 20min e 21s.

11- La Mie Câline – Artipôle (Arnaud Boissières e Maniel Cousin): 16 dias, 17h, 7min e 45s.

12- Newrest – Brioche Pasquier (Fabrice Amedeo e Giancarlo Pedote): 16 dias, 21h, 41min e 16s.

13- Famille Mary – Etamine du Lys (Romain Attanasio e Aurélien Ducroz): 17 dias, 3h, 42min e 27s.

Classe Multi50 – musticascos de 50 pés:

1- Arkema (Lalou Roucayrol e Alex Pella): 10 dias, 19h, 14min e 19s.

2- Fenêtréa – Mix Buffet (Erwan Le Roux e Vincent Riou): 11 dias, 2h, 51 min e 23s.

3- Réauté chocolat (Armel tripon e Vincent Barnaud): 11 dias, 19h, 44min e 22.

4- La French Tech Rennes Saint-Malo (Gilles Lamiré e Thierry Duprey du Vorsent): 13 dias, 11h, 12m e 3s.

Drekan Groupe (Eric Defert e Christopher Pratt): Abandono

Ciela Village (Thierry Bouchard e Oliver Krauss): Abandono

Class40 – monocascos de 40 pés:

1- V and B (Maxime Sorel e Antoine Carpentier): 17 dias, 10 horas, 44 minutos e 15 segundos.

2- Aïna Enfance & Avenir (Aymeric Chappellier e Arthur Le Vaillant): 17 dias, 11h, 1min e 57s.

3- Imerys Clean Energy (Phil Sharp e Pablo Santurde): 17 dias, 15h, 58min e 41s.

4- Teamwork40 (Bertrand Delesne e Justine Mettraux): 18 dias, 47min e 46s.

5- Région Normandie Junior Senior By Evernex (Olivier cardin e Cédric Château): 18 dias, 2h, 41min e 56s.

6- Colombre XL (Massimo Juris e Pietro Luciani): 18 dias, 16h, 53min e 53s.

7- Le Lion d’Or (Tom Laperche e Christophe Bachmann): 19 dias, 1h, 4s.

8- Gustave Roussy (Sylvain Pontu e Christophe Rateau): 20 dias, 9h, 20min e 46s.

9- Eärendil (Catherine Pourre e Benoit Hochart): 20 dias, 16h, 41min e 18s.

10- Gras Savoye Simon Obportus (Olivier Roussey e Philippe Burger): 20 dias, 21h, 33min e 52s.

11- Mussulo 40 Team Angola Cables (Leonardo Chicourel e José Guilherme Caldas): 21 dias, 22h, 59min e 49s.

12- Esprit Scout (Marc Dubos e Jacques-Arnaud Seyrig): 27 dias, 6min e 27s.

Enel Green Power (Andrea Fantini Alberto Bona): Abandono

Carac (Louis Duc e alexis Loison): Abandono

Campagne de France (Halvard Mabire e Miranda Merron): Abandono

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