35ª Refeno: Adrenalina Pura conquista Fita Azul com 5º melhor tempo da história

Veleiro pernambucano, maior campeão da Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha, conseguiu o feito após 18h49m25s de travessia

30/09/2024
Foto: Hugo Menezes / After Click / Divulgação

A 35ª Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha (Refeno) ainda nem chegou ao fim, mas já tem consagrado o veleiro Adrenalina Pura como seu Fita Azul. A embarcação pernambucana concluiu o trajeto de 300 milhas náuticas (560 km) após 18h49m25s de travessia — o 5º melhor tempo da história.

As 92 embarcações, de 14 estados do Brasil, saíram do Marco Zero do Recife no último sábado (28), às 11h. A maioria delas segue na disputa da 35ª Refeno, que termina na próxima terça-feira, 1º de outubro, no Mirante do Boldró, em Fernando de Noronha.

Foto: Instagram @refenooficial / Diego Lins / AfterClick / Cabanga / Reprodução

A vitória do Adrenalina Pura foi a confirmação de um favoritismo tão histórico quanto o feito alcançado. Isso porque o veleiro pernambucano conseguiu o 5º melhor tempo da história da Refeno, sendo que os outros quatro são do próprio barco.

 


Maior campeão da Refeno, com títulos recentes em 2023 e 2024 — já com os proprietários pernambucanos Avelar Loureiro, Humberto Carrilho e Cecília Peixoto — , o Adrenalina Pura levou o Fita Azul pela 9ª vez.

 

Antes, pela Bahia, venceu em todas as sete participações (de 2000 a 2002 e de 2005 a 2008). Além disso, é ainda o recordista da regata ao ter cravado, em 2007, a travessia da capital pernambucana até o arquipélago em 14 horas, 34 minutos e 54 segundos.

Equipe do Adrenalina Pura. Foto: Hugo Menezes / After Click / Divulgação

Neste ano, o Adrenalina Pura foi comandado por Gustavo Borges Pacheco, além da tripulação composta por Carlos Harten, Eduardo Henrique de Oliveira e Silva, Guilherme Siqueira Araújo, Júlia Lins da Rocha Brederodes Carrilho, Lucas Araújo Sant’anna, Patrick Sena, Pedro Fázio e Rafael Vasconcelos Queiroz Monteiro.

 

Das 90 embarcações que iniciaram a 35ª Refeno, quatro tiveram problemas técnicos e não vão concluir a travessia. O Boa Vida, de São Paulo, retornou para o Recife ainda no início. Enquanto o Bluebier, de Alagoas; o A Travessia, da Paraíba; e o Suduca, da Bahia, abandonaram a regata e seguiram para Cabedelo, na Paraíba.

Muito além de uma regata: veja iniciativas da 35ª Refeno

Ações sociais

Já é uma tradição da Refeno realizar iniciativas sociais em Fernando de Noronha. A organização promove ações médicas, jurídicas e educativas, além das entregas de kits escolares e de materiais esportivos.

 

No Recife, também foram realizadas ações como a visitação de crianças com Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA) às embarcações da Refeno, assim como do Curso TransforMar, do Revela.

Passeio ecológico educativo de Noronha

A partir desta premissa da inclusão da população de Fernando de Noronha com o evento, a Refeno e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Ilha Solteira, promoverão neste ano o 1º Passeio Ecológico Educativo de Fernando de Noronha, no dia 1º de outubro, a partir das 13h.

Foto: Instagram @refenooficial / Diego Lins / AfterClick / Cabanga / Reprodução

Os comandantes das embarcações da Refeno podem se inscrever para levar estudantes de Noronha para a travessia. O percurso será de aproximadamente 37 km no entorno do arquipélago e com duração máxima de quatro horas.

 

O evento contará também com palestras sobre vela e a conservação ambiental.

Carbono zero

Com apoio do Genio Carbon, o evento conta com uma plataforma de gestão de inventário de gases do efeito estufa, desenvolvida pela Ambipar Group, para realizar a mensuração das emissões na regata, visando classificá-las e quantificá-las. Com isso, a ideia é contribuir com a descarbonização e, consequentemente, diminuir o impacto climático.

Foto: Instagram @refenooficial / Diego Lins / AfterClick / Cabanga / Reprodução

Para se ter uma ideia, apenas o barco de apoio da travessia consome 5 mil litros de diesel. Apesar disso, vale reforçar que trata-se de um procedimento que engloba toda a programação da Refeno, não apenas a regata. Ou seja, toda a energia gerada nos 12 dias do evento, entre shows, palestras, atividades, alimentação e outras ações.


Assim como nos últimos anos, a campanha Plástico Zero segue e os velejadores não poderão entrar na Ilha com qualquer material plástico.

Maior regata oceânica da América Latina

Desde 1986, a Refeno reúne barcos de vários estados brasileiros — e até de outros países — para uma competição única e já tradicional que, ao longo de seus 38 anos, acompanhou a evolução daquilo que, literalmente, a move: os veleiros.

 

Para se ter uma ideia, no início de tudo isso, as embarcações contavam apenas com os astros para determinar sua rota de navegação.

Foto: Tsuey Lan Bizzocchi / Divulgação

O número de participantes também seguiu crescendo, e o que começou com apenas 22 corajosos alcançou números talvez impensáveis no início — mas que fazem total sentido hoje em dia. Em 2004, a Refeno quebrou um recorde, com mais de 140 barcos inscritos na regata, com veleiros de tamanhos e categorias diferentes.

 

Vale ressaltar que, atualmente, por determinação do ICMbio, o número de participantes é limitado a 100 embarcações — para garantir que o ecossistema local não sofra danos.

Foto: Tsuey Lan Bizzocchi / Divulgação

As categorias, aliás, são bastante variadas, abrangendo embarcações de classes como: ORC, VPRS, RGS, Mocra, Multicascos: Catamarãs e Trimarãs, Metal, Bico de Proa, Aberta e Turismo. Algumas, contudo, precisam apresentar o certificado de medição, com validade anual.

 

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