Inspirada em polvos e lulas, cientistas criaram tinta que muda de cor

Pesquisadores da China utilizaram mecanismo de camuflagem inspirado nos animais para criar material

24/05/2023

Observando a capacidade de camuflagem em espécies cefalópodes, cientistas chineses conseguiram criar tinta ativada pela luz, que muda de cor conforme a necessidade. O artigo científico da invenção inusitada foi publicado na revista Nature este mês.

Os cromatóforos, presentes em animais como polvos e lulas, são responsáveis pela capacidade que algumas espécies têm de mudar de cor, seja para se proteger ou para atacar uma presa.

Essas células são compostas por sacos de pigmento que podem se expandir ou contrair, e as combinações de quais pigmentos coloridos são visíveis ou ocultos a qualquer momento concedem à pele do animal uma cor ou padrão específico.

 

Foi através do entendimento desse mecanismo que pesquisadores de três universidades da China desenvolveram a tinta que muda de cor.


Entenda como a tinta que muda de cor funciona

Ciano, magenta e amarelo são cores reconhecidas por serem as principais em alguns sistemas de impressão, uma vez que, por meio de combinações variadas, elas são capazes de reproduzir outras cores.

 

A tinta, por sua vez, contém microesferas feitas de dióxido de titânio tingidas dessas cores. Essas microesferas sobem ou afundam em resposta a diferentes comprimentos de onda de luz, fazendo com que a tinta assuma uma cor específica sob demanda.

 

O dióxido de titânio é o responsável por criar um processo químico que transfere elétrons de uma molécula, átomo ou íon para outro reagente, conhecido como redox. Esse processo é feito em resposta à luz que lança as microesferas em diferentes direções, e é aí que está o segredo da tinta que muda de cor.

 

Para entender o processo na prática: a luz verde, por exemplo, sobe e leva as microesferas amarelas e ciano para a superfície para tornar a tinta verde, enquanto as magentas vão para o fundo.

 

Através de testes, a equipe demonstrou que o sistema era capaz de reproduzir uma série de imagens que eram projetadas nas superfícies.

 

Agora, os pesquisadores querem aprimorar o produto, começando por entender como esse mesmo mecanismo funciona à luz do dia ou do ambiente, ajustes relacionados à reprodução das cores e do brilho e velocidade da alteração, que no momento ainda é lenta.

 

Uma vez que o produto atingir sucesso completo, a tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da China poderá ser útil para novos tipos de telas, dispositivos de tinta eletrônica e até camuflagem óptica ativa.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Em fase final de testes, Aquabus de Ilhabela transportaram 1,5 mil pessoas no fim de semana

    Novo sistema de transporte aquaviário contará com três catamarãs e capacidade para 60 pessoas em cada viagem; data de inauguração ainda não foi divulgada

    Italiana Rossinavi lança catamarã híbrido-elétrico de 43 metros

    Modelo nasce como “projeto mais inovador” do estaleiro, com tecnologias sustentáveis e até uso de Inteligência Artificial

    Schaefer Yachts anuncia barco que não afunda, ideal para resgates em alto-mar

    Com o nome de Interceptor 48 Pilot, novidade é fruto de parceria com a empresa irlandesa Safehaven Marine

    Criatura de 18 metros está impactando a cadeia alimentar da vida marinha; entenda

    Gelatinoso e transparente, os "picles do mares" causam perturbações no ecossistema durante as ondas de calor oceânicas e preocupam cientistas

    Minas Gerais ganhará bar flutuante de vinhos na Represa do Funil

    Com o nome de Almas Gerais, iniciativa tem previsão de entrega em julho de 2024 e faz parte do milionário projeto Enovila