Imagens em 3D do Titanic podem revelar novo motivo para naufrágio

Especialistas agora questionam se iceberg atingiu navio a estibordo, como acredita-se há mais de cem anos

19/05/2023

Novas imagens em 3D do Titanic divulgadas nesta semana podem indicar outra história por trás do naufrágio que fez mais de 1.500 vítimas, em 14 de abril de 1912. As fotos fornecem visão única de todo o navio, permitindo que o que restou do transatlântico seja visto por inteiro.

Nestes 111 anos, acreditava-se que o transatlântico RMS Titanic afundou após ter atingido um iceberg a estibordo, em sua viagem inaugural. O trajeto levaria o público de Southampton, na Inglaterra, para Nova York, nos Estados Unidos.

Para o historiador Parks Stephenson, pesquisador especialista no Titanic, as novas imagens poderão comprovar que o navio não foi atingido da forma como se pensava até então.

Talvez ainda não tenhamos ouvido a verdadeira história do Titanic. – Parks Stephenson, pesquisador especialista no Titanic.

“Tenho uma quantidade crescente de evidências de que o Titanic não atingiu o iceberg ao lado, conforme mostrado em todos os filmes. Ele pode, realmente, ter encalhado na plataforma submersa do gelo. Esse foi o primeiro cenário divulgado por uma revista londrina em 1912”, disse Stephenson ao jornal The Sun.

 

Ainda segundo Parks, os destroços da embarcação no fundo do oceano são “a última testemunha ocular sobrevivente do desastre.” Vale que ressaltar que, ao afundar, o Titanic se partiu em dois, separando a proa e a popa, que ficaram a quase 800 m de distância uma da outra.

Ainda há perguntas, questões básicas, que precisam ser respondidas sobre o navio. Nós realmente não entendemos o caráter da colisão com o iceberg. – Parks Stephenson à BBC News.

Entenda mais sobre as novas imagens do Titanic

Mesmo com toda repercussão do naufrágio do Titanic, as imagens disponíveis anteriormente, desde que o navio foi encontrado no fundo do oceano, em 1985 (73 anos depois), eram escassas, feitas com câmeras de baixa resolução por exploradores.

 

Uma das razões para tão poucos registros se dá pelo fato de que o Titanic está a quase 4 mil metros de profundidade no mar, em uma área de correntes marítimas, com água turva e em total escuridão.

Agora, através de imagens feitas por submersíveis controlados remotamente por mais de 200 horas, especialistas na área uniram, digitalmente, mais de 700 mil fotos para montar uma reconstrução em 3D da totalidade do navio, de forma mais precisa e clara.

 

A varredura foi realizada em 2022 pela Magellan Ltd, empresa de mapeamento de águas profundas, e pela Atlantic Productions, responsável por um um documentário sobre o projeto. A nova análise proporciona imagens tanto da escala do navio quanto de detalhes minuciosos, como o número de série em um dos hélices.

Foto: Atlantic Productions / Magellan / Reprodução

Agora temos todos os rebites do Titanic, todos os detalhes. Podemos montá-lo novamente e, pela primeira vez, poderemos realmente vê-lo e usar a ciência real para descobrir o que aconteceu – Andrew Geffen, Atlantic Productions

“Levará muito tempo para passar por todos esses detalhes, mas, literalmente, a cada semana, haverá novas descobertas”, falou Andrew Geffen, da Atlantic Productions, ao The Sun.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Barco da Uber: saiba como é navegar de forma gratuita no Rio Pinheiros

    Equipe de NÁUTICA testou a novidade que atracou na capital de São Paulo e que seguirá disponível para toda a população até dia 4 de agosto; confira

    Olimpíadas de Paris 2024 começam com Cerimônia de Abertura histórica em barcos no Rio Sena

    Pela primeira vez na história a celebração aconteceu fora de um estádio; confira fotos

    Ilha com ‘paisagem extraterrestre’ tem árvore que ‘sangra’ e espécies únicas no planeta

    Parte do Iêmen, Socotra serviu como palco de diversos naufrágios e abriga grande biodiversidade

    Tubarão mais velho do mundo pode ajudar a aumentar a longevidade humana

    Tubarão-da-Groenlândia pode alcançar até 400 anos de vida e nada extremamente devagar; confira

    Surfistas terão Vila Olímpica flutuante com direito a refeitório 24h durante Paris 2024

    Aranui 5 é o nome do navio de 126 metros que recebe os atletas em Teahupoo, no Taiti