“Milagre marinho”: em Chicago, tubarão fêmea tem filhote mesmo sem contato com um macho
Animal da espécie epaulette teve ovo fecundado através de um processo chamado de partenogênese
Um “milagre marinho” aconteceu no zoológico de Brookfield, em Chicago, nos Estados Unidos. Isso porque um tubarão fêmea, da espécie epaulette (de nome científico Hemiscyllium ocellatum), conseguiu se reproduzir mesmo sem contato com um tubarão macho.
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O animal, que chegou ao local com três anos, em 2019, não foi mantido com machos desde então. Ainda assim, o tubarão fêmea começou a depositar entre dois e quatro ovos inférteis a cada mês, até que um deles, enfim, estava fecundado e eclodiu.
Como isso foi possível?
O “milagre marinho”, na verdade, tem base científica, e se deu através da partenogênese — processo de desenvolvimento de um embrião que ocorre mesmo sem fertilização.
Ou seja, através desse processo, fêmeas conseguem procriar sem precisarem de machos que as fecundem. Apesar disso, a partenogênese foge das características naturais dos tubarões e é considerada incomum, já que, normalmente, a espécie se reproduz sexualmente.
O que pode explicar o fenômeno com a fêmea epaulette é a fecundação ter ocorrido quando o óvulo entrou em contato com uma célula chamada corpo polar — que se desenvolve simultaneamente ao óvulo do tubarão fêmea.
A falta de material genético de um tubarão macho no novo filhote pode ser prejudicial, mas, até o momento, o animalzinho tem se alimentando bem no zoológico, com uma dieta composta por capelin picado, tentáculos de lula e outros frutos do mar.
Apesar do “milagre marinho”, essa não é a primeira vez que a partenogênese acontece em tubarões. Casos parecidos já foram registrados com tubarões-martelo. Em 2022, inclusive, um tubarão-zebra conseguiu ter filhotes por partenogênese.
O tubarão epaulette
Com cerca de 90 centímetros, uma das principais — e mais impressionantes — características dos tubarões epaulette é a capacidade que o animal tem de se arrastar por até 30 metros em terra firme, usando suas barbatanas.
Os pequenos tubarões conseguem ainda a façanha de passarem até duas horas sem oxigênio, sem que isso traga grandes prejuízos para seu organismo.
Com o apoio das barbatanas, essa espécie de tubarão se locomove no fundo do mar, passando de uma poça de maré para outra e ainda alcançando a superfície de recifes de corais.
Comuns nas águas rasas da Austrália e da Nova Guiné, o tubarão epaulette encontra nessas características habilidades fundamentais para sua sobrevivência, uma vez que vivem, muitas vezes, em condições ambientais desafiadoras.
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