De tirar o fôlego!
Mais um capítulo emocionante da história da vela oceânica mundial foi escrito neste domingo (5) de Páscoa. Pela primeira vez, a etapa mais longa da Volvo Ocean Race – quase 13 mil quilômetros entre a Nova Zelândia e o Brasil – foi decidida nos detalhes. Os quatros barcos que chegaram à cidade catarinense terminaram a prova muito próximos, menos de uma hora entre eles.A vitória foi do Abu Dhabi e o segundo lugar do Mapfre emocionou o público presente na Vila da Regata.
A quinta etapa da Volvo Ocean Race será impossível de tirar da memória. A vitória do Abu Dhabi, a diferença mínima entre os barcos, um brasileiro a bordo, recorde de milhas velejadas, Cabo Horn, icebergs, frio e quebras…Ufa…Serão necessários vários parágrafos para contar toda a história da perna entre Auckland e Itajaí.
O Abu Dhabi, barco árabe comandado pelo medalhista olímpico Ian Walker, cruzou a linha de chegada da quinta etapa da Volvo Ocean Race em primeiro lugar, depois de 18 dias, 23 horas e 30 minutos. Pouco tempo depois – exatos 55 minutos – chegaram Mapfre, Team Alvimedica e Team Brunel. A equipe abriu sete pontos na liderança do campeonato e ainda quebrou o recorde de milhas velejadas em 24 horas – 550,8 milhas náuticas.
“Foi uma etapa dura e desgastante! Um final apertado e os barcos ficaram próximos do começo até o fim da regata. Resultado do ótimo desempenho da nossa tripulação no percurso. O segredo dos barcos de design único é velejar bem. Se fizer tudo direito dá tudo certo”, disse Ian Walker, comandante do Abu Dhabi Ocean Racing.
Na edição passada, o Abu Dhabi não chegou em Itajaí por problemas na embarcação, mas dessa vez deram a volta por cima, vencendo e convencendo. A melhor notícia é que a equipe árabe lidera a competição com sete pontos de diferença para o segundo colocado.
O próximo barco a chegar será o Team SCA, equipe 100% feminina. O Dongfeng também é esperado, mas eles quebraram o mastro e estão voltando a motor.
Recebido como herói, o brasileiro André ‘Bochecha’ Fonseca conduziu o barco Mapfre nos momentos finais. “Bochecha..Bochecha…Bochecha…gritavam os torcedores que lotaram a Vila da Regata na Páscoa. A emoção maior foi quando o velejador mostrou a bandeira do Brasil e de Santa Catarina. “Foi incrível essa recepção. Não sei como retribuir o carinho do público. Fizemos um resultado especial e mostramos nossa evolução na Volvo Ocean Race”, disse o atleta olímpico.
Milhares de pessoas lotaram a Vila da Regata e os molhes de Itajaí e Navegantes para ver a chegada do Bochecha. Mas ele tinha a torcida particular da família com camisetas do Mapfre e o número 12 nas costas. O vice-campeão da etapa desejou um churrasco e um banho quente como presentes de herói. “Estamos esgotados. Mas se alguém perguntar pra todos se faríamos tudo outra vez agora, a resposta seria sim”.
O comandante Iker Martínez fez questão de homenagear o brasileiro. “Estamos todos contentes por chegar no Brasil. E homenageamos o Bochecha, que chegou em casa conduzindo o barco”, lembrou o campeão olímpico. O Mapfre, apesar do segundo lugar, enfrentou dificuldades e problemas a bordo. “O resultado foi ótimo e conseguimos dois pódios nas últimas regatas. Mas confesso que o jibe chinês foi a coisa mais assustadora que passei. Vou lembrar daquele momento por toda a vida”.
Os velejadores ganham um descanso nos próximos dias antes de voltar aos treinos na semana que vem. No sábado (18), está marcada a In-port Race de Itajaí. No dia seguinte, as equipes sobem o Oceano Atlântico para Newport, nos Estados Unidos.
Veja fotos da chegada:
Fotos: Ainhoa Sanchez / Buda Mendes / Vincent Arens
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