Lula das profundezas do oceano foi registrada viva em imagens pela 1ª vez; assista
“Gonatus antarcticus” foi vista na Antártica graças a atraso em pesquisa causado por blocos de gelo


As maravilhas do acaso chegam até mesmo às áreas mais remotas do planeta. Na Antártica, uma lula extremamente rara foi registrada viva em imagens pela primeira vez graças a blocos de gelo, que atrasaram o trabalho de pesquisadores a bordo de um navio de pesquisa.
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Batizada de Gonatus antarcticu, a lula vive nas profundezas escuras das gélidas águas do sul do planeta. Essa combinação de fatores faz com que nem mesmo a ciência consiga avistá-la com facilidade — tanto é que, até então, o animal só havia sido visto já sem vida, capturado em redes de pesca ou no estômago de predadores.


Mas na noite de Natal de 2024, o destino guardava um presente especial para os pesquisadores a bordo do navio de pesquisa RV Falkor, do Schmidt Ocean Institute. Blocos de gelo atrasaram o lançamento do veículo operado remotamente (ROV) no Mar de Weddell, no oceano Antártico, que seria utilizado para pesquisas. O atraso culminou no avistamento inédito de uma Gonatus antarcticu viva — uma bela surpresa natalina.
A equipe conseguiu filmar o animal em movimento a 2.152 metros de profundidade, em uma região conhecida como “zona da meia-noite”, onde a escuridão é tão presente que a única luz vem de animais bioluminescentes.
“Esta é, até onde eu sei, a primeira filmagem ao vivo deste animal em todo o mundo”, disse Kat Bolstad, especialista em cefalópodes da Universidade de Tecnologia de Auckland, na Nova Zelândia, ao National Geographic. Assista ao vídeo:
A lula rara registrada tem aproximadamente 90 centímetros. Embora viva, ela carregava cicatrizes recentes, marcas de ventosas e arranhões. Os pesquisadores ainda não conseguiram determinar o sexo do animal, que liberou uma nuvem de tinta esverdeada e voltou à escuridão ao se assustar com a aproximação do ROV.
Ainda assim, os estudiosos conseguiram reparar em um detalhe importante: a presença de um único e grande gancho nas pontas dos dois tentáculos mais longos do animal. “Provavelmente são usados para agarrar e subjugar presas durante ataques de emboscada”, explicou Alex Hayward, da Universidade de Exeter, na Inglaterra.
Outra raridade
Neste ano, uma outra lula rara foi avistada pela primeira vez com vida em imagens. Trata-se de um filhote de lula colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni), filmada a 600 metros de profundidade). Quando adultas, as lulas colossais podem chegar a 7 metros de comprimento e pesarem 500 kg, o que rende a elas o título de invertebrado mais pesado do planeta. Veja:
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