Saiba como o abandono de barcos está danificando os oceanos e a vida marinha


Para onde vão os barcos antes de morrer? Alguns são levados para aterros e podem ter seus materiais reutilizados. Entretanto, a maioria das embarcações mundo afora é simplesmente descartada no oceano, sobretudo pequenas embarcações — mais antigas — e construídas com fibra de vidro.
Inscreva-se no canal de NÁUTICA no YouTube e ATIVE as notificações
Em um estudo publicado pela professora
A resistência e durabilidade da fibra de vidro transformou a indústria náutica e possibilitou a produção em massa de pequenas embarcações de lazer, sobretudo. No entanto, os barcos que foram construídos no “boom” desse material, nas décadas de 1960 e 1970, estão morrendo.
Além disso, para intensificar o problema, as famosas temporadas de furacões no Hemisfério Norte causam estragos em marinas espalhadas pelo Caribe e no sul dos Estados Unidos.
Por exemplo: em 2017, depois que os furacões Harvey, Irma e Maria, que atingiram os estados americanos do Texas, Flórida, e países como Porto Rico, 63 mil barcos foram danificados ou destruídos, segundo dados do mesmo estudo.
De acordo com Corina, a maioria dos barcos acabam indo para aterros sanitários. No entanto, muitos também são descartados no mar, geralmente fazendo um simples furo no casco e deixando-o afundar em algum lugar da costa e, às vezes, nem isso.


Leia mais:
>> Músico improvisa palco flutuante e planeja turnê aquática pela Europa
>> Cooperativa tenta reviver a tradição de construir barcos de madeira na Nova Escócia, no Canadá
>> Sem passeio de gôndola: canais de Veneza secam devido à falta de chuvas e maré baixa
Em cima disso, pesquisadores da Universidade de Plymouth encontraram altas concentrações de cobre, zinco e chumbo em amostras de sedimentos em dois estuários no leste da Inglaterra. Sendo assim, resquícios desse tipo representam perigos para a saúde humana e surgem de produtos químicos ou materiais usados nos barcos, como: borracha, plástico, madeira, metal, têxteis e, claro, óleo.
Fora isso, segundo a professora de biologia marinha, a fibra de vidro é filtrada por crustáceos marinhos. Em uma pesquisa que realizou, encontrou 7 mil pequenos fragmentos em ostras da região sul da Inglaterra.
Essas micropartículas são as resinas que mantêm a fibra de vidro unida e contêm “ftalatos”, um grande grupo de produtos químicos associados a graves impactos na saúde humana.
Barcos abandonados são, agora, uma visão comum em muitos estuários e praias, com vazamento de metais pesados, partículas de fibra de vidro e ftalatos. “Devemos começar a prestar atenção aos perigos que representam para a saúde humana e às ameaças à ecologia”, finaliza
Por Gustavo Baldassare sob supervisão da jornalista Maristella Pereira
Gostou desse artigo? Clique aqui para assinar o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e receba mais conteúdos.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Feito em comemoração ao aniversário de 20 anos do Maps, os dois rankings têm ponto catarinense em 1º lugar
Jovem de 23 anos teve encontro com jubarte no Chile, ao tentar realizar uma travessia com o pai
Cinco pessoas morreram no incidente durante expedição aos destroços do Titanic, em junho de 2023
Inscrições para a 1ª etapa já estão abertas, com novidade para a classe RGS Cruiser; confira o calendário completo do torneio
Assustadora em filme, tamanho da espécie surpreendeu após registro na Espanha