Baías do mundo: uma seleção com as mais belas porções de água rodeadas por terra do planeta
NÁUTICA traz uma lista com baías ao redor do mundo que misturam natureza, beleza e muita história
As baías ao redor do mundo são, naturalmente, uma porção de mar ou oceano rodeadas por terra, em oposição a um cabo. Esse “acidente geográfico” é encontrado em regiões litorâneas, e acontece quando o mar adentra a costa e cria uma extensão em formato côncavo, devido à erosão marinha.
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De suma importância econômica e estratégica, as baías são o local ideal para a construção de portos e docas, uma vez que apresentam uma estrutura favorável à comercialização com o mercado exterior. Para além disso, esses locais carregam consigo, muitas vezes, natureza, beleza e, claro, história.
Pensando nisso, a equipe de NÁUTICA preparou uma seleção com as mais belas baías encontradas ao redor do mundo, que você confere a seguir.
Baía do Monte Saint-Michel, França
Fosse só uma montanha, já seria impressionante. Desponta, abrupta, no horizonte e passa dos 100 metros de altura, ora no seco, ora completamente dentro d’água. Quase mágica, portanto. Ou “A Maravilha”, como a batizaram informalmente os franceses.
Mas o Monte Saint-Michel abriga, também, uma abadia gótica, erguida há mais de 700 anos, que é uma das obras primas da arquitetura e motivo mais do que suficiente para virar Patrimônio da Humanidade — título que também ostenta esta curiosa ilha, principal atração (e precisa mais?) da Baía de Saint-Michel, na Normandia.
Mas Saint-Michel também é impressionante por suas absurdas mudanças de marés, com variações que chegam aos 15 metros (repetindo: 15 metros!). Por conta disso, parece caminhar na paisagem. Na vazante, assenta-se na areia e vira uma simples extensão da praia. Horas depois, na cheia, é engolida pelo mar e torna-se, de fato, o que é: uma intrigante ilha. Daquelas que é impossível parar de admirar. Que dirá ignorar.
Baía de Ha-Long, no Vietnã
Sim, não é só Ha-Long que tem este visual, digamos, sensacional. A região de Phuket, na Tailândia, lembra também bastante esta baía, com aleatórias esculturas de calcário (algumas com mais de 100 metros de altura!) fincadas na água, formando um fabuloso labirinto de ilhas. Só que, enquanto Phuket tem cerca de 300 delas, Ha-Long conta com nada menos do que 1.600 ilhas — além de praias esplêndidas no entorno da grande baía.
Com tantos obstáculos em forma de pináculos para deter seus movimentos, as águas de Ha-Long são tão serenas quanto um mestre budista. E o programa básico de quem a visita é passear de sampana ou de junco por entre as ilhas, saboreando uma das paisagens mais interessantes do mundo. Ainda que não única.
Cartagena das Índias, Colômbia
Cartagena das Índias, no litoral norte da Colômbia, tem um nome que lembra livros de história. E tem mesmo a ver com isso, porque, no passado, foi um importante centro de comércio da colonização espanhola. Não por acaso, faz parte do seleto grupo do Patrimônio Mundial da Humanidade, com um centro histórico que lembra o de Paraty, com casinhas e casarões decorados com coloridos balcões, que vão se debruçando sobre as ruas, em vielas calçadas com pedras.
Tem, também, espessas muralhas em volta dessa área, para proteger os antigos moradores dos ataques que sempre vinham pelo mar. Aliás, que mar! Embora fique na América do Sul, Cartagena é banhada pelas águas azuis do Caribe. Caribe e história. Aqui, as duas atrações andam juntas.
Baía de San Francisco, Estados Unidos
Segundo os geógrafos, é bem mais complicado do que parece. Dois rios da Califórnia deságuam na Baía de Saiusun, antes de unirem-se a um terceiro rio. Desta mistureba nasce a Baía de San Pablo, que, mais adiante, se expande e forma a Baía de San Francisco, a mais famosa e bonita dos Estados Unidos.
Mas os moradores da cidade mais original das terras do Tio Sam preferem generalizar: para eles, toda a região é a Baía de San Francisco e pronto. E seu símbolo, uma ponte: a Golden Gate, não por acaso a mais famosa e fotografada do mundo. Desde 1937, a Golden Gate une a cidade de San Francisco à charmosa Sausalito, do outro lado da baía.
Os mal informados podem estranhar o seu laranja berrante. Mas há uma razão para isso: os frequentes e densos nevoeiros que vêm do mar e tornam a navegação dentro da baía tão arriscada quanto uma travessia às cegas.
Baía de Setúbal, Portugal
Há uma curiosa contradição na pitoresca Alcácer do Sal, em Portugal. A rigor, é uma das mais antigas cidades da Europa. Foi fundada há mais de três milênios, pelos fenícios. No entanto, só se viu elevada à categoria de “cidade”, oficialmente, há pouco mais de 20 anos.
Nascida à beira do Sado — um dos rios que formam o estuário que dá forma à Baía de Setúbal, quase vizinha a Lisboa —, é famosa, também, por seus restaurantes de frutos do mar à beira d’água, onde sardinhas, caldeiradas e chocos (este um molusco muito gostoso) são devorados com devoção por uma legião de amantes do prazer de comer bem.
O que, na região da grande Baía de Setúbal, é quase uma religião, seguida desde os tempos em que Alcácer não era sequer cidade.
Baía de Table Mountain, África do Sul
O nome Cidade do Cabo vem do Cabo da Boa Esperança, que fica ali ao lado. Mas bem que a segunda maior cidade sul-africana poderia se chamar “Cidade da Mesa”, em homenagem à imponente — e bem curiosa — montanha que a espreme em direção ao mar: a Table Mountain, seu grande símbolo.
A muitas milhas de distância, o navegante já enxerga o monte. E, quanto mais se aproxima de terra firme, mais plano no topo (daí o nome “Mesa”) ele fica. Sua escalada, de bondinho, é a segunda maior atração da cidade, depois do próprio “cabo” que a batiza, uma ponta saliente de terra firme que avança — e muito — oceano adentro.
Do alto da montanha, é possível divisar a Ilha Robben, onde Nelson Mandela viveu encarcerado por 27 anos, e se embasbacar com a vista de uma baía sensacional. O fim de tarde é o horário certo para estar à Mesa. E servir-se do pôr do sol.
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