Conheça o casal que se apaixonou pelo velejo após charter e nunca mais abandonou a vida a bordo

Por: Redação -
19/04/2021

O que começou como um charter entre amigos, em Paraty, virou uma grande história de amor… no mar! Os capitães Paula Lamberti e Fernando Mendes comandam o veleiro Strega há alguns anos (na companhia do Choppinho, o cachorro do casal) e colecionam aventuras desde 1993, quando conheceram a vida a bordo.

O casal, que se define como cruzeirista, tem quatro veleiros em seu histórico. Os paulistas contam que, depois de conhecer o mundo náutico através do charter em Paraty, na década de 1990, tudo mudou. Eles se casaram, fizeram outros passeios, alugaram mais alguns veleiros, até comprarem sua primeira embarcação: um veleiro Bruma 19, de nome Refúgio.

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Os primeiros passos a bordo do Refúgio aconteceram na represa da cidade de Pederneiras, no interior de São Paulo. Foi lá que eles aprenderam a velejar e a lidar com o barco. Depois de um ano de aprendizado, o casal decidiu trocar de embarcação. O Bruma 19 foi substituído por outro veleiro, um New Port 254, que viajou de Paraty a São Paulo para encontrá-los.

O segundo barco, de 25 pés, ficou na família por cerca de três anos. Apesar deles se referirem a esse período com muito carinho, Paula e Fernando contam que ainda não foi o momento em que se entregaram, de fato, à vida no mar.

Já no fim do terceiro ano, surgiu a ideia de realmente se aventurar a bordo, acompanhada do terceiro barco à vela da lista, um Delta 36 — a mais nova aquisição dos velejadores. A compra aconteceu em Salvador, na Bahia.

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Em uma época em que a vida do casal consistia em trabalhar de segunda a sábado, o único tempo realmente livre eram as férias de fim ano. Ainda assim, Paula e Fernando estava empenhados em seguir essa paixão. Mesmo com todas as adversidades, o casal decidiu levar o barco de Salvador à Paraty, sem contratar nenhum auxílio, na companhia de um casal de amigos, além do irmão de Paula.

“Passamos por alguns perrengues mas levamos o barco até Paraty, nosso porto hoje”, explica Paula.

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A partir de então, o casal mergulhou na vida náutica. Depois de um ano conhecendo Paraty, Paula e Fernando decidiram se aventurar ainda mais em sua primeira grande viagem: uma volta ao Atlântico. Eles partiram de Paraty, passaram por toda a costa brasileira, visitaram o Caribe, Estados Unidos, as ilhas Bermudas, os Açores, até chegarem em Lisboa, no país português.

E não para por aí: depois de 3 meses em terra firme, em um mochilão pela Europa, Paula e Fernando voltaram ao mar. Os próximos destinos visitados incluem a Ilha da Madeira, Ilhas Canárias, Cabo Verde, e Natal, já na volta para o Brasil. A viagem durou nada menos que 18 meses.

A partir de então, os velejadores (agora, com uma bagagem náutica imensa) nunca mais abandonaram essa vida. No final de 2017, eles trocaram de barco pela quarta e última vez. O veleiro o qual navegam até hoje é um Delta 41, batizado de Veleiro Strega, e foi onde aconteceram muitas das surpresas que ainda estavam por vir.

“Nosso Delta 36 nunca nos decepcionou. Nós sempre dizemos que sobrou barco nas viagens. A embarcação respondeu super bem à todas as necessidades que tivemos durante as grandes travessias, e completamos os percursos sem nenhuma quebra significativa. É um barco muito valente, confortável, e por isso continuamos com um Delta, agora 41”, completa Paula.

veleiro strega
O Delta 41, batizado de Veleiro Strega

Em ambas as aquisições, Paula e Fernando compraram os veleiros usados. Eles são os segundos donos, nas duas compras. Os capitães explicaram que, além da qualidade da embarcação, existe um fator imprescindível nas compras: a nacionalidade.

“Sempre demos preferências às marcas brasileiras, justamente por ser uma preferência voltar ao nosso país, com o nosso barco. Não deixar o barco quando acabar o projeto de navegação, entende? Sem contar que a qualidade dos barcos brasileiros são incríveis! Os dois Deltas que nós tivemos supriram todas as necessidades. É um barco robusto, dá muita segurança, é muito bonito e bem acabado. Faz muito sucesso aqui fora. Nós temos o maior orgulho de carregar a bandeira brasileira na popa do barco, de termos um barco nosso, de bandeira brasileira e feito no Brasil”.

Em julho de 2019, o casal embarcou em mais uma viagem. Dessa vez, além de se embrenharem nas águas brasileiras afora, ainda participaram de mais uma edição de sua regata preferida: a Refeno, uma regata internacional entre Recife e Fernando de Noronha.

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Mesmo priorizando a segurança e o rendimento, o casal explica que também valoriza bastante a performance de um barco. “Nós já participamos de 4 edições da Refeno, e apesar de sermos mais cruzeiristas que regateiros, nós já competimos em 2011, 2013, 2015 e 2019. Lá em Angra e Paraty, nós também fizemos duas regatas do Bracuhy. De qualquer forma, a interação com os amigos, as festas, a quantidade de velas em uma raia são sempre os itens mais importantes pra nós”.

Depois da última participação na competição, Paula e Fernando seguiram em frente. Durante a visita ao Caribe, eles foram surpreendidos com a pandemia de Covid-19. Desde então, o casal tem ficado na ilha caribenha de San Martin e decidiram não transitar muito no local, por conta das recomendações de saúde.

Apesar de não estar nos planos deles passar a quarentena no Caribe, Paula conta que tem sido uma experiência tranquila, na medida do possível. De acordo com o casal, tudo é bem controlado, e qualquer visita a estabelecimentos requer PCR, o exame que detecta a presença do coronavírus.

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A perspectiva positiva, de acordo com eles, foi a mudança na dinâmica da viagem. Se o casal pudesse transitar como planejado entre as ilhas, não teriam tempo hábil para visitar e conhecer tão bem a cultura de um único território. A expectativa (e esperança) para Paula e Fernando é de que eles possam seguir viagem em maio, rumo a Europa.

Quando questionados sobre os planos para o futuro, Paula prontamente respondeu que se tem uma coisa que fala mais alto, é a saudade da família. Assim, está nos planos do casal atravessar os Açores, ficar em Lisboa até o fim do ano, e então, no inverno europeu, voltar ao Brasil.

Essa visita ao país natal será de avião mesmo, até o verão europeu dar as caras. A partir daí, os destinos ficam cada vez mais inéditos. A próxima parada? O Mediterrâneo.

Por Naíza Ximenes, sob supervisão do jornalista Maristella Pereira

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