Teste NÁUTICA: comparamos os jets RXT-X e RXP-X, da Sea-Doo, equipados com motor de 325 hp

Os dois modelos fazem parte da linha 2024, têm a mesma potência e pertencem a mesma família, mas são bem diferentes

Por: Redação -
04/10/2024
Foto: Divulgação

O lançamento mundial da linha 2024 da Sea-Doo surpreendeu os entusiastas da marca com uma novidade excitante na categoria de alto desempenho: os jets RXT-X e RXP-X passaram a ser equipados com um endiabrado motor de 325 hp! Os dois modelos têm a mesma — super — potência e fazem parte da mesma família, mas são bem diferentes.

Voltados para o público que gosta de acelerar forte, os jets da Sea-Doo fazem questão de navegar em velocidade e de realizar manobras mais radicais — daí a profusão de letras X no nome, de potência extra, de extreme — mas sem abrir mão de confortáveis passeios.

RXP-X. Foto: Divulgação

O RXT-X leva três passageiros com seu casco ST3, contra dois do RXP-X, que tem um casco com configuração mais racing, o T3R. Já o RXT-X oferece um número maior acessórios e tem assento traseiro removível, o que significa mais espaço na plataforma traseira na hora do lazer.

RXT-X. Foto: Divulgação

Por sua vez, o RXP-X faz curvas extremas, contorna as boias mais rápido, tem capô de fibra de carbono (que confere ao jet menos peso e mais resistência) e banco com uma espécie de encosto na região lombar, que deixa o piloto mais protegido das forças Gs.

RXP-X. Foto: Divulgação

Além disso, ele entrega um desempenho digno de jet de competição, fazendo de zero a 100 km/h em apenas 3,4 segundos, segundo o fabricante. Isso não significa que o RXT-X fique atrás em termos de desempenho e confiança. Não por acaso ele também tem dois X no nome.

 

Aliás, você sabe o que significa cada letrinha que identifica os jets da Sea-Doo? Com certeza, ninguém sabe, porque a Bombardier não explica. Mas, em leitura livre, os apaixonados pela marca têm a resposta quase na ponta da língua.

RXT-X. Foto: Divulgação

RXP-X seria Racing Extreme Performance e, o X adicional, representaria os 325 hp do novo motor. Por sua vez, a letrinhas do RXT-X significariam Racing Extreme Touring, uma vez que, sendo um três lugares, pode percorrer mais milhas, inclusive em alto-mar, sendo impulsionado pela mesma cavalaria do modelo racing. Onde tem X, nos jets da Sea-Doo, há mais potência.

RXT-X. Foto: Divulgação

Conferimos as diferenças dos jets na prática

Para entender, na prática, o que distingue os dois modelos e ajudar nossos leitores a escolher a versão ideal para eles, levamos para a água, em dias e em represas diferentes, os dois jets mais potentes da Sea-Doo.

 

O RXT-X foi testado nas incríveis paisagens de Capitólio, em Minas Gerais, enquanto o RXP-X foi levado para a represa Jaguari, em Bragança Paulista.

RXP-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

RXT-X

Feito para atender a quem procura um jet de três lugares e, ao mesmo tempo, não abre mão do desempenho, o RXT-X tem um casco com de 3,45 metros de comprimento (o ST3) e um tanque de combustível de 70 litros, além do poderoso motor supercharged de 325 hp com intercooler externo. Uma combinação tentadora.

 

 

Com peso total seco de 376 kg, o casco ST3 é largo, tem “V” profundo e o centro de gravidade mais baixo, o que resulta em um navegar estável, facilitando a aceleração.

 

Na frente, há um paiol de 100 litros, além de um cesto, removível, de encaixe, que faz toda diferença para quem gosta de viajar embarcado, por levar 14 quilos extras de carga.

RXT-X. Foto: Divulgação

O capô abre todo e junto com ele sobe o guidão, que tem perfil esportivo, é ajustável e inclinável e tem manoplas cilíndricas, que resultam em uma empunhadura mais confortável. Há também um espaço estanque e à prova de choque para o smartphone, e uma porta USB.

 

O sistema de som tem 100 watts de potência, conexão por fio ou bluetooth, e fica protegido em um compartimento impermeável. As caixas de som, são laterais, voltadas para o piloto, do tipo submersível.

RXT-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

No conjunto de assentos de três lugares, o banco traseiro pode ser removido (e guardado no bagageiro), girar ou ainda deslizar para trás. Com o jet parado, dá para mudar rapidamente de configuração. Duas pessoas podem ficar uma de frente para outra, por exemplo, facilitando o convívio.

 

Ou, com a remoção do banco traseiro, a plataforma de popa se transformar em um solário, além de facilitar o reembarque. E tudo é muito rápido, muito prático. Para puxar esqui e wake, há um local próprio para a instalação de uma torre.

RXT-X. Foto: Divulgação

Entre os itens de conforto e segurança, o piloto encontra um apoio inclinado (mais confortável) para os pés e sustentos acolchoados para os joelhos, o que faz uma enorme diferença na hora das manobras.

 

O sistema Ergolock R reduz a fadiga e mantém seu corpo mais relaxado, permitindo que “encaixe” suas pernas no assento. A sensação que se tem é de estar “vestindo” o jet.

RXT-X. Foto: Divulgação

Já para o acompanhante, o banco da frente tem uma cinta onde ele pode se segurar firmemente, em vez de apoiar as mãos no corpo do piloto.

 

Por sua vez, o painel tem tela digital colorida de 7,8 polegadas, que se divide em duas. Uma delas oferece acesso rápido ao mapa, aos dados do GPS e a todas as informações sobre a embarcação, como horímetro, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, etc.

RXT-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A outra, à direita, permite fazer o controle do som (volume, seleção das músicas, equalização etc.) e a conexão com o celular (com a leitura do sinal e do nível da carga de bateria), entre outros recursos. Os caracteres e símbolos são de fácil leitura, inclusive sob o sol forte.


Há opção de tela com fundo claro ou escuro e brilho ajustável. Por bluetooth ou cabo USB, todas as informações podem ser espelhadas num smartphone por meio dos aplicativos BRP Connect e BRO GO!

 

O pacote tecnológico inclui comando elétrico de trim (para o ajuste da proa) e estabilizadores ajustáveis (ou aletas X, que proporcionam maior aderência nas curvas) instalados nos bordos da extensão traseira da plataforma, que melhoram a experiência da pilotagem, especialmente quando se navega com passageiros na garupa.

RXT-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Sem contar o já consagrado sistema inteligente de freio e reverso, o iBR, e o conhecido sistema de fixação LinQ (exclusivo da Sea-Doo), que permite a instalação rápida na plataforma estendida de acessórios como uma caixa de gelo e um tanque de combustível extra.

 

Entre os opcionais, destaque para o moderno Sistema de Bombeamento Inteligente Livre de Detritos, ou iDF, que expulsa sujeira e detritos capturados pelo motor, sem que o piloto tenha de deixar sua posição no comando do jet.

 

Quanto à navegabilidade, o RXT-X se mostrou bastante seguro, ágil e gostoso de pilotar, mesmo nas aceleradas mais radicais e quando submetido a curvas mais fechadas. Neste teste, alcançou 117 km/h (ou 72,7 mph) de velocidade máxima, com consumo médio de 12,7 litros/hora.

RXT-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Se vale a pena saltar de um jet com motor de 300 hp para este, com motor de 320 hp? Vale! E muito! Se puder, faça o upgrade, porque o prazer de pilotar uma máquina como essa é proporcional à diferença de preços. Ou seja, vale cada centavo investido. As diferenças de potência e de arrancadas são enormes.

 

Para quem está à procura de seu primeiro jet, a recomendação é a mesma. Se o dinheiro não for um problema, por que não já começar com o jet mais top do mercado? Afinal, o RXT-X oferece tecnologia até para você poder domá-lo.

RXT-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Além disso, o jet tem limitador de velocidade (que permite ao piloto definir uma performance mais confortável), controle de largada (para obter a aceleração ideal) e diferentes modos de pilotagem, como Eco (que promove até 46% de economia de combustível), Touring (que abranda os giros nas arrancadas) e Sport (que libera toda potência desde o zero).

 

Em resumo, o RXT-X é um jet completo, justificando plenamente a letra X (de eXtreme) estampada no casco, que na versão 2024 tem as cores Ice Metal/ Manta Green.

RXP-X

Mas, e para quem é viciado em adrenalina e prefere um jet ainda mais radical, para andar a toda velocidade, fazer manobras absurdas e impressionar nas curvas? Nesse caso, talvez seja melhor apostar no RXP-X — que faz jus ao X, de “eXtreme” no seu nome.

 

 

Este jet da Sea-Doo tem como foco principal a performance, embora sem desagradar nos passeios, já que também vem com muitos itens de conforto para o piloto e um acompanhante.

RXP-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Totalmente reformulado a partir da linha 2021, o puro-sangue da BRP veio com muitas mudanças, além da motorização, começando pelo casco T3R, com quilha fixa (que permite fazer curvas mais extremas) e formato em V, que oferece maior precisão nas arrancadas e manobras.

RXP-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Seu banco tem um apoio na região lombar, que deixa o piloto protegido dos efeitos da força G nas arrancadas.

RXP-X. Foto: Divulgação

Além disso, o sistema Ergolock R (que permite ajustes de até 5 polegadas para frente ou para trás) reduz a fadiga e mantém seu corpo mais relaxado, permitindo que “encaixe” suas pernas no assento, o que resulta em mais segurança e estabilidade.

RXP-X. Foto: Divulgação

Enfim, tudo foi pensado para que o você não saia voando do jet. Para os passeios, o banco de um lugar pode facilmente ser substituído por um mais longo, para duas pessoas.

RXP-X. Foto: Divulgação

Os modelos da linha 2024 vêm com todo aparato já conhecido das linhas 2021, 2022 e 2023: sistema de som de série, painel digital com tela colorida de 7,8 polegadas com áudio, espelhos retrovisores com espelhos grandes e angulares, porta-bagagem frontal de 143 litros, porta-luvas com compartimento para o smartphone e tomada USB.

RXP-X. Foto: Divulgação

Sua plataforma estendida foi projetada com o conhecido sistema de fixação LinQ, que permite a instalação rápida de alguns acessórios, como cooler, bolsas e reservatório extra de combustível, entre outros itens. Lá atrás, há ainda uma escada rebatível, extremamente importante na hora que o piloto necessita voltar para a embarcação com rapidez.

RXP-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

No tocante ao desempenho, o jet mais rápido da Sea-Doo oferece uma série de recursos, fruto da evolução acelerada da tecnologia, como amortecedor hidráulico de direção com três posições para ajuste rápido da rigidez, guidão de competição com manoplas arredondadas, estabilizadores traseiros ajustáveis e sistema de freio e reverso inteligente iBR.

 

Ou seja, o motor de 325 hp é apenas a cereja do bolo.

Impulsionado por esse novo e resfolegante supercharged (que, com mais pressão, gira a 8.250 rpm), no nosso teste o RXP-X 325 alcançou 115 km/he velocidade máxima, desempenho digno de um autêntico jet de competição. O consumo médio foi de 16,3 litros/h.

RXP-X. Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Além de veloz, o RXP navega bem, é ágil, fácil de manobrar. O V frontal mais aprofundado faz com que o casco corte a água com grande precisão, permitindo um maior ângulo nas curvas, o que resulta em manobras muito bem-feitas.

RXP-X. Foto: Divulgação

O RXP-X também vem com trim elétrico, que controla inclinação do casco no sentido proa-popa — uma comodidade e tanto quando o jet atinge velocidades mais altas — , e o Sistema de Trim Variável (VTS), que permite ajustes com base nas condições da água e na preferência do piloto.

 

O tanque de combustível, de 70 litros, e o mesmo do modelo RXT-X. Os modos de velocidade são Sport, Eco e Slow e há três opções de arrancada, sendo que no modo cruzeiro o jet anda sozinho, a 10 km/h.

RXP-X. Foto: Divulgação

Com tantos cavalos no motor, ninguém terá problema para realizar passeios a dois. Se, porém, quiser sentir toda a emoção de uma pilotagem verdadeiramente esportiva, o melhor é mesmo navegar desacompanhado.

Passar algum tempo no comando desse jet, sentindo-se um piloto de verdade, é uma experiência nada menos que excitante. Gosta de emoções fortes? Então esse é o seu jet.

 

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