Confira o antes e depois da reforma de um barco típico da Inglaterra

Casal londrino deu nova cara à simpática embarcação de 55 pés, do tipo narrowboat

09/04/2023
Fotos: Jessy Webster / Arquivo pessoal

Um narrowboat é um tipo de barco estreito, construído para navegar entre canais, e muito comum na Inglaterra. E é justamente de lá, mais especificadamente de Londres, que o casal Jessy e Alex comprou – e reformou – um modelo da embarcação de 55 pés.

A aventura de reformarem o barco sozinhos aconteceu durante o lockdown londrino. Mas a história deles com o barco começou muito antes.

 

De início, tudo parece uma linda história de um casal apaixonado realizando um sonho, já que o barco foi a chance de morarem juntos pela primeira vez. Contudo, já na saída da marina, em Northampton, em 2019, o casal teve o primeiro contratempo com o narrowboat.

Enquanto o conduziam para fora da marina, eles perceberam que dirigir um barco como esse não era tão simples. “Você compra como você vê. Não tínhamos ideia do que estávamos fazendo”, diz Jessy. “Nós batemos na saída da marina. Foi tão embaraçoso.”

 

À época, ambos moravam em casas compartilhadas com amigos, e o barco passaria a ser o lar do casal. Comprá-lo foi a maneira mais acessível de ter um espaço próprio. “Queríamos colocar nossa própria marca em algo. Com aluguel, isso é difícil”, diz Jessy.

Foi assim que, no confinamento, depois de dois anos morando lá, a oportunidade surgiu. Alex, que é carpinteiro, acabou ficando desempregado e, consequentemente, com tempo disponível para se dedicar à reforma.

 

Voltando às origens, Jessy e Alex foram morar com amigos em Camden, para tirarem o barco da água e o desmontarem. Assim, começou a tão esperada reforma do simpático narrowboat.

Um novo narrowboat começa a ganhar forma

A decoração original era mais tradicional, com madeiras escuras e móveis embutidos. O casal até gostava, mas queria dar uma cara nova à casa flutuante.

Começaram, então, renovando a pintura externa da embarcação, com um zigue-zague preto e branco. Já na parte de dentro, o truque foi dar toques de cor na marcenaria. Além disso, adicionaram armários de cozinha, deram destaque a uma parede no quarto e almofadas rosas deram um charme extra.

Para manter o narrowboat protegido do frio de Londres, o casal instalou um novo sistema de aquecimento central, bem como janelas com vidros duplos, para manter o barco aquecido e seco. Para o verão, optaram por colocar painéis solares no teto.

Com o intuito de tornar o espaço do barco estreito mais funcional, Jessy e Alex apostaram na instalação de mais armários, ampliaram o banheiro e acrescentaram um espaço para refeições, em que pudessem receber os amigos. No total, o processo de reforma durou cerca de seis meses.

Reforma do narrowboat deu novo nome ao barco

Diz a lenda que renomear um barco dá azar, mas o nome The Welkin of Isis não agradava o casal londrino. Foi então que o nome do narrowboat passou a ser Peace Frog, em homenagem a uma música da banda norte-americana The Doors.

Dentre os benefícios de morar em um barco, o casal destaca dois que fazem total diferença na rotina. Primeiramente, o fato de ter um ancoradouro de curto prazo proporciona mudanças contínuas.

Para nós, isso foi parte do apelo. Isso significa que você pode estar no Victoria Park em uma semana e no Hackney Wick, na próxima. Você sempre tem um novo local, e é bom conhecer novas áreas. Cada área tem benefícios diferentes – Jessy

Em segundo lugar, o custo de vida é significativamente mais baixo. As maiores despesas são principalmente com gasolina e diesel.

 

Jessy estima que, normalmente, eles gastem cerca de 70 libras esterlinas (aproximadamente R$ 440, valores convertidos em abril de 2023) com a gasolina — para durar de quatro a cinco meses.  O diesel, da mesma forma, consome cerca de 100 libras esterlinas (aproximadamente R$630, valores convertidos em abril de 2023) para seis meses.

 

O combustível alimenta ainda o aquecimento central. Durante o inverno, o casal também gasta com carvão para o fogão a lenha, enquanto no verão, os painéis solares assumem o comando.

 

“O custo de vida é realmente baixo, mas você dedica mais tempo a isso. É adequado para pessoas que querem mais tempo em casa e menos tempo no trabalho”, diz Jessy, que completa: “pode ser complicado – seus recursos são finitos e você precisa gerenciá-los com cuidado. Você precisa de tempo e precisa planejar para ter certeza de que tem tudo.”

 

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