Conheça o Museu das Dunas, na China, esculpido na areia da praia

Inspirado nas forças da natureza, o local foi esculpido na areia da praia em uma misteriosa rede de túneis sinuosos

01/10/2023

Não importa muito qual seja a exposição em cartaz. Para quem visita o Dune Art Museum — ou, Museu das Dunas –, na China, o personagem principal é o próprio edifício. Visitá-lo é também uma experiência; ou melhor, a verdadeira experiência.

Construído em um trecho de praia chamado Gold Coast Aranya, de frente para a Baía de Bohai, a 300 quilômetros de Pequim, o Dune Art Museum — como o próprio nome sugere — fica enterrado em uma duna de areia!

Foto: Zaiye Studio / Divulgação

Inspirado na velha brincadeira de cavar a areia à beira-mar, o arquiteto Li Hu imaginou uma galeria de arte que ficasse escondida, como uma caverna misteriosa, sob as dunas da Gold Coast, com entrada de luz através de cavidades sinuosas, feito conchas de concreto.

 

Como se sabe, dunas são montes de areia móvel cujas formas variam de acordo com a direção do vento. No caso da Gold Coast, porém, essas dunas, formadas naturalmente ao longo dos anos, foram solidificadas pelas raízes profundas de arbustos nativos, o que significa que se mantêm estáveis, o que facilitou a construção da estrutura subterrânea, formada por uma série de túneis e grutas interligadas.

Foto: WU Qingshan / Divulgação

Enquanto do lado de fora o museu está totalmente integrado à natureza, seus espaços internos foram projetados como uma misteriosa rede subterrânea, que acomoda uma variedade de espaços, como galerias de arte, estúdios, uma sala de leitura e dez salas de exposição de diferentes tamanhos (três externas), além de um café e de áreas de recepção e de serviços.

As instalações são inspiradas em cavernas, a forma mais antiga de habitação humana, cujas paredes abrigaram algumas das primeiras obras de arte do homem. – Li Hu, da Open Architecture

A ideia, segundo ele, é proporcionar uma experiência verdadeiramente imersiva com a natureza, e ao mesmo tempo ajudar a preservar o ecossistema vulnerável das dunas.

Foto: WU Qingshan / Divulgação

Para isso, a equipe de trabalhadores — recrutada, em sua maioria, entre empregados dos estaleiros locais, por conta da capacidade de operar com moldes — escavou as dunas e esculpiu dentro delas uma extensa rede de concreto branco, totalizando 930 m² de área construída. Detalhe: quase todas as paredes, pisos, vidros e bares do museu foram feitos à mão, com o auxílio de moldes de madeira.


Uma escada em espiral leva até uma torre, espécie de mirante, único elemento arquitetônico que se destaca sob a duna. No futuro, o museu terá também um longo píer de madeira que se estenderá até uma rocha, dentro da Baía de Bohai, construindo um diálogo poético entre “a terra e o mar”.

 

A entrada principal é uma abertura em forma de túnel embutida na areia. Depois de percorrer um longo e escuro túnel, os visitantes chegam a um salão, iluminado suavemente por uma claraboia. Em seguida, o espaço se abre e se chega ao salão central de exposições, onde um feixe de luz desce do alto da cúpula.

Foto: WU Qingshan / Divulgação

Aí você pode escolher para onde ir, no labirinto de outras salas de exposições. A proposta é ir alternando passagens escuras com súbitos clarões nas salas principais, gerando assim múltiplos ambientes para os artistas exporem suas obras, aproveitando as mudanças da luz do dia.

 

Além disso, como as claraboias foram posicionadas de maneiras diferentes, graças a um estudo cuidadoso da trajetória seguida pelo sol ao longo do dia e das estações do ano, para quem olha de dentro do Dune Art Museum para fora, o céu e o mar apresentam um cenário distinto a cada momento, e essa jornada também faz parte da experiência.

Na China, muitas dunas de areia foram removidas pela ação do homem, por obstruírem a visão da linha do mar. Para o arquiteto Li Hu, dunas são obras de arte naturais, e não obstruções. Por isso, precisam ser preservadas.

 

O museu não está apenas integrado à natureza na forma, mas também em uma série de medidas de sustentabilidade. Por exemplo: o “telhado” coberto por vegetação e areia pode reduzir bastante o consumo de energia no inverno e no verão, enquanto claraboias de diferentes formatos e tamanhos fornecem iluminação natural.

Foto: WU Qingshan / Divulgação

Além disso, no ambiente interno a temperatura e a umidade permanecem constantes, por conta de um sistema de alta eficiência que bombeia o calor, com emissões zero, substituindo o ar-condicionado.

 

Com o passar do tempo, Li Hu espera que a arquitetura desse “santuário” interaja com a natureza, assumindo aparências diferentes. A expectativa é que desapareça progressivamente de vista, enterrado na areia sob a ação do vento, dando fluência a um ecossistema que vigora há milhares de anos.

 

Em resumo, arte, meio ambiente e arquitetura se combinam com um efeito extraordinário no Dune Art, um museu inspirado nas forças da natureza.

 

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