Cientistas descobrem por que polvos-pérola formam “jardim” no fundo do mar da Califórnia
Estudiosos afirmam que cerca de 20 mil animais da espécie se reúnem no mesmo local


Depois de um robô de mergulho fazer várias viagens ao fundo do mar para observar mais de perto um conglomerado de polvos-pérola, cientistas chegaram a uma conclusão sobre o comportamento dos animais que, juntos, formam uma espécie de “jardim de polvos” no fundo do mar da Baía de Monterey, na Califórnia.
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Operado remotamente por uma equipe do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI), o robô ajudou os estudiosos a entenderem o comportamento do animal. Segundo os pesquisadores, a espécie utiliza o calor das águas de fontes vulcânicas próximas ao local para ajudar seus bebês a eclodirem mais rapidamente.
Em condições normais da espécie, em águas muito mais profundas e geladas, os filhotes chegam a levar uma década ou mais para eclodir. Já no local em que foram encontrados, os bebês polvo emergem dos seus ninhos após menos de dois anos, por conta do calor da água.
Sondas de temperatura mostraram que a água que banha os ovos na região da Baía variava de 5°C a 10°C, enquanto a menos de um metro de distância, a temperatura caía para 1,6°C. Essa seria também a razão pela qual os animais formam o “jardim”, já que se limitam ao espaço de água quente, oriundas de fontes hidrotermais.
Nunca fica superaquecido [o suficiente] para cozinhar os ovos de um polvo – Dr. Jim Barry, do MBARI
Câmeras foram posicionadas entre os ninhos para gravar em time-lapse, rastreando as idas e vindas dos moluscos. Ao longo do ano, chegavam novas fêmeas e machos adultos. Os animais não foram vistos se alimentando, assim como nunca foram acompanhados por polvos menores.
Isso indica que o local é utilizado exclusivamente para acasalamento e construção de ninhos da espécie — que coloca cerca de 60 ovos, prendendo-os diretamente nas rochas, e depois aguarda até que eclodam.
Com base em fotos que cobrem uma parte do local, Barry e seus colegas estimam que o jardim de 333 hectares contém mais de 20 mil polvos, a maior agregação encontrada pelos cientistas.
Agora, os estudiosos buscam saber até que ponto os animais migram para os locais dos ninhos e se, tal como o salmão, regressam ao local onde nasceram. A expectativa de Barry é que haja mais viveiros da espécie para descobrir.
O “jardim de polvos” está protegido dentro do santuário marinho nacional da Baía de Monterey, mas há uma preocupação de possíveis outros locais estarem vulneráveis à pesca de arrasto e à mineração em alto-mar.
“É importante considerarmos o valor destas pequenas manchas e não destruirmos indiscriminadamente áreas do fundo do mar”, afirma Barry.
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