De olho no futuro


Detentora das marcas Lowrance, B&G e Simrad, entre outras fabricantes de eletrônicos marítimos de ponta, a Navico Holding mudou de mãos. Passou de um fundo de investimentos chamado Altor 2003 Fund para o mundialmente conhecido grupo financeiro multinacional Goldman Sachs, em parceria com outro fundo ligado ao anterior, o Altor Fund IV. A Navico emprega cerca de 1,5 mil funcionários no mundo todo e os produtos ligados ao grupo são vendidos em mais de 100 países, inclusive no Brasil, onde a distribuição está a cargo de uma rede de empresas.
Com um histórico de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, a Navico é uma das companhias que se destacam em inovação, tanto no mercado náutico de lazer quanto no comercial. Segundo dados da própria empresa, nos últimos dez anos, uma novidade gerada por ela aportou nas prateleiras a cada 20 dias, em média. A expectativa, agora, é que os esforços sejam ainda mais intensificados pela nova cúpula à frente do grupo. “Os novos proprietários vão contribuir com a capacidade financeira necessária a permitir à companhia ampliar suas ambições de crescimento”, confirma Michael Bruun, diretor-administrativo da Divisão de Merchant Banking (uma espécie de “banco comercial”, o “merchant bank” investe em companhias por meio de ações, em vez de empréstimos), da Goldman Sachs.
“Estamos satisfeitos por poder contar com o empenho contínuo e a expertise da Altor, que tem dado suporte ao nosso forte crescimento, ao longo dos últimos dez anos. A partir da fusão de três empresas menores, a companhia se transformou em um líder tecnológico na indústria de eletrônicos marítimos”, diz Leif Ottosson, presidente e CEO da Navico. “E estamos muito animados em relação às oportunidades de crescimento que os nossos novos e dinâmicos proprietários irão nos permitir prosseguir no mercado comercial e de lazer, tanto em hardware quanto em soluções digitais”, completa.
Na opinião de Marcio Evangelista, gerente para a América do Sul da Navico, a nova administração fará investimentos em tecnologia, o que vai impactar positivamente as operações realizadas no continente e, obviamente, no Brasil. “Não vai mudar nada nas operações, ao contrário, essa aquisição vai gerar mais segurança em termos de investimentos a serem feitos pela companhia, de agora em diante”, destaca ele.
A transação ainda será objeto de requerimentos e aprovações regulatórios, o que é absolutamente normal — a propósito, os valores do negócio não foram divulgados. Impulsionada, sobretudo, pela marca Simrad, a Navico detém uma fatia de mercado global estimada em US$ 1 bilhão e conquistada através de uma ascensão esplendorosa. Para se ter ideia, em 2005, a Navico detinha apenas 7% de participação no mercado mundial e, somente dois anos depois, essa porção foi ampliada para incríveis 30%, estando, atualmente, na casa dos 35%.
Esta aquisição da Navico pela Goldman Sachs lembra uma operação semelhante, ocorrida em maio de 2010, quando a FLIR Systems — líder mundial em desenvolvimento de câmeras de imagem infravermelha — adquiriu toda a operação e subsidiárias da Raymarine. Mediante um forte investimento, principalmente em pesquisa e desenvolvimento, a FLIR consolidou a Raymarine entre as marcas líderes em eletrônicos marítimos no mundo, também com foco em inovação. Ou seja, daqui para a frente, a briga vai ser boa entre as os peso-pesados do seguimento, gerando, certamente, benefícios para o consumidor.
Foto: Divulgação
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