Estudo indica que mar no Triângulo das Bermudas é um verdadeiro berçário de tartarugas
As águas que sempre foram associadas ao desaparecimento de navios ganharam um novo aspecto. Agora, ao invés de representar um local perigoso, o Mar dos Sargaços, no Triângulo das Bermudas, representa um verdadeiro berçário de tartarugas.
Ao rastrear tartarugas-verdes no início de suas vidas, os cientistas descobriram que o local é um dos destinos escolhidos pelos animais para amadurecer em segurança.
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Os pesquisadores do ciclo de vida das tartarugas marinhas são colaboradores do estudo coordenado pela Universidade da Flórida Central (UCF), nos Estados Unidos.
Eles publicaram, no início do ano, toda uma análise sobre os “anos perdidos” — o período entre o primeiro mergulho dos filhotes no oceano e o momento em que atingem a juventude, quando retornam aos habitats costeiros. Eles são chamados de “anos perdidos” justamente pelo pouco conhecimento dos cientistas sobre os locais em que os animais permanecem durante esses anos.
A professora de biologia da UCF, Kate Mansfield, explicou que uma das descobertas foi a respeito da importância de uma ponta do Triângulo das Bermudas no desenvolvimento das tartarugas-verdes e marinhas-comuns — uma surpresa para os especialistas.
Até agora, eles acreditavam que, após a eclosão de ovos e o encontro com o oceano, os filhotes dessas espécies de tartaruga viviam passivamente em correntes marítimas até atingir a juventude. “Descobrimos que as tartarugas-verdes se orientam ativamente em direção ao Mar dos Sargaços — e em quantidades ainda maiores do que as tartarugas comuns, conforme constatamos no nosso trabalho anterior”, comenta Mansfield, em comunicado.
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Ela também explica que o método utilizado pelo estudo foi baseado no rastreamento das tartarugas através de sensores de localização, que foram adesivados em seus cascos. Com cerca de 2,5 centímetros, os dispositivos movidos à energia solar foram projetados para se desprenderem dos animais após alguns meses, sem causar prejuízos ao comportamento ou crescimento deles
Na coleta anterior à responsável pelos novos dados, sete das 17 tartarugas-marinhas-comuns foram encontradas na região do Mar dos Sargaços depois de serem deixadas na Corrente do Golfo. Em relação às tartarugas-verdes, o número observado foi percentualmente maior: 14 dos 21 indivíduos com menos de um ano se dirigiram ao mar próximo ao Triângulo das Bermudas.
Para Jeanette Wyneken, da Universidade Atlântica da Flórida, os resultados dão pistas sobre onde as tartarugas bebês vão em seus primeiros anos, um período delicado de suas vidas. Esse é um dos passos cruciais para uma preservação sólida das tartarugas marinhas. “Se não soubermos onde estão e quais partes do oceano são importantes para elas, estaremos promovendo uma conservação vendada”, diz a coautora do artigo.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira.
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