Mulheres batem recorde de participação na 49ª Semana de Vela de Ilhabela

Por: Redação -
26/07/2022
Foto: Acervo SIVI/Fred Hoffmann

Até o próximo dia 30, cerca de 100 velejadoras estarão na raia entre os 115 barcos e mil velejadores na disputa da 49ª Semana de Vela de Ilhabela, batendo um recorde de participação feminina na maior competição de vela de oceano da América do Sul.

Atletas de todo Brasil e também da Argentina estão na disputa do evento, que tem realização do Yacht Club de Ilhabela em parceria com a Prefeitura de Ilhabela e patrocínio da Mitsubishi Motors.

Dois barcos estão com tripulação 100% feminina: Danadão e Rudá 1, que fizeram suas estreias neste domingo (24), na Regata de Alcatrazes por Boreste – Marinha do Brasil, que abriu a competição.

Foto: Acervo SIVI/Fred Hoffmann

As equipes apostam na evolução e entrosamento da equipe nas próximas regatas para subirem na classificação da competição, que prevê regatas todos os dias, de terça até sábado.

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O Danadão, comandado pela bicampeã olímpica Martine Grael, apesar de ter feito uma boa regata, não ficou entre os primeiros colocados na classe ORC, mas conseguiu completar a regata sem nenhum percalço.

“Fiquei bem contente. Cruzamos a linha de chegada e a tripulação funcionou bem. A gente se divertiu, esse é o objetivo principal. E colocar essa mulherada toda na água pra mim é um motivo de orgulho, temos meninas mais jovens, outras mais experientes. Estamos nos dando bem e nos ajeitando, temos a melhorar. Tivemos uma largada mais difícil hoje”, explica Martine.

“É um projeto especial para gente conseguir montar uma tripulação feminina. Foi meio de última hora e a regata de domingo foi nosso primeiro dia oficial com todas as tripulantes a bordo. Felizmente, deu tudo certo, as velas subiram, desceram, e a ideia é ir melhorando cada dia mais”, completa a velejadora olímpica Gabriela Nicolino.

Foto: Acervo SIVI/Aline Bassi/Balaio de Ideias

Já o Rudá 1 vinha fazendo uma regata de recuperação na classe BRA-RGS. Aos poucos, o barco foi ganhando velocidade e posições e a equipe se mostrava mais entrosada, até que uma pane no piloto automático fez o leme travar. O resultado foi o abandono da regata, mas nem tudo está perdido.

“Felizmente, dá para resolver o problema para o restante da competição. Pela regra do campeonato a gente tem direito a um descarte. E essa regata foi o nosso descarte”, diz a comandante Daniela Sanchez. “Apesar de todo perrengue que a gente passou, velejamos bem pra caramba, as manobras foram muito boas. E tivemos uma reação a bordo muito boa por conta de uma pane. O trabalho de equipe foi fantástico”, acrescenta Andrea Grael.

Segundo Daniela, agora é pensar nas próximas regatas e o primeiro desafio já é nesta terça-feira. “O importante disso é que mostra o que é velejar. Tem sempre um monte de desafio. Às vezes a gente consegue e outras vezes não. No domingo não conseguimos. Mas ficamos com um gosto bom na boca, porque deu certo tudo o que precisamos fazer. Além disso, o barco ficou inteiro e nenhuma de nós se machucou. O desafio continua e vamos em frente”, finaliza.

Entre outros destaques femininos está o veleiro carioca Minna, com Elisa Mirow no comando, também disputando a ORC. A equipe disputa pela primeira vez a Semana Internacional de Vela de Ilhabela e está impressionada. “Estamos gostando muito, competição muito bacana, 115 barcos, não se tem esse número por lá no Rio de Janeiro. Competição de muito alto astral, Ilhabela é linda, dá uma energia diferente velejar aqui”, disse Mirow.

Ela comanda uma tripulação com cinco mulheres à bordo: “Primeira regata foi difícil, é nossa primeira vez aqui e tivemos dificuldades nas cambagens, mas estamos aprendendo e vamos evoluir ao longo da semana”, aponta a velejadora.

Mirow comemora o recorde feminino no evento: “Muito importante o incentivo para as mulheres velejarem. Ainda somos poucas, mas estamos crescendo e quanto maior a divulgação, melhor pois temos ótimas velejadoras no país”.

Foto: Acervo SIVI/Fred Hoffmann

Homenagem à primeira tripulação feminina brasileira

A competição homenageia esse ano a tripulação do veleiro Revanche, de 1984, primeira tripulação feminina da história do país. A premiação será uma réplica do barco delas e equipe estará em Ilhabela para receber honraria no último dia.

A segunda-feira foi dia de descanso da competição e o dia de olhar para o futuro, com a disputa da Regata Vela do Amanhã para onze Escolas de Vela de oito cidades dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. As regatas para a disputa da competição foram retomadas nesta terça-feira a partir das 12h10.

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