O odômetro Microcontrol faz a contagem da corrente que passa pelo guincho


Eis a dúvida mais comum no momento da ancoragem: como saber quantos metros de corrente lançamos na água, na hora de jogar o ferro? Marinheiros experientes conseguem saber apenas olhando o ângulo que a amarra faz com a água. No entanto, os barcos maiores não permitem enxergar facilmente a amarra na proa. Ou seja, nesta hora, um medidor de amarra confiável é uma mão na roda. Alguns fabricantes de guinchos oferecem medidor embutido no equipamento ou de forma opcional. Mas o preço assusta. Eles chegam a custar pelo menos R$ 1,5 mil, sem contar o próprio guincho. Uma solução bem menos onerosa é o odômetro de âncora AMX 499, desenvolvido pela empresa gaúcha Microcontrol (www.microcontrol.com.br, 21/99685-5405). Vendido por apenas R$ 600, o aparelhinho, de aparência bem simples, tem o tamanho de uma caixa de fósforos e, por isso, ocupa pouco espaço no painel. E é relativamente fácil de instalar, já que se conecta diretamente ao interruptor do guincho, à luz de navegação e à chave de ignição, evitando ter de passar uma nova fiação da proa até o painel — operação necessária quando o medidor fica instalado junto ao guincho.


Saber o comprimento da amarra é fundamental para fundear com segurança. Afinal, manter o barco dentro de uma área predeterminada influencia diretamente na quantidade de cabo ou de corrente em relação à profundidade. Deve-se lançar, pelo menos, três vezes a quantidade de cabo ou de corrente em relação à profundidade, lembrando que, neste cálculo, levamos em conta a altura da borda-livre do barco na proa. Seguindo as indicações do fabricante, instalamos o aparelho em uma lancha Magnum 29. Após a calibração inicial, medindo com uma trena exatos 4 m de corrente do ferro, executamos as instruções (bem didáticas, por sinal) descritas no manual. Na sequência, comparamos o valor mostrado no visor do aparelho com a quantidade de corrente lançada pelo guincho. Com a corrente devidamente marcada, acionamos o botão do guincho até aparecer o número 6 no visor luminoso vermelho do odômetro Microcontrol. Em seguida, fomos até a proa para verificar se a marca (6 m) correspondia ao valor indicado no aparelho. E, para a (boa) surpresa, a diferença foi de apenas alguns centímetros! Depois, recolhemos totalmente a âncora para verificar sua eficácia também na fase inversa, ou seja, de subida.


Na primeira tentativa de recolher a âncora, a diferença foi de um metro (com a âncora toda recolhida, a telinha do aparelho mostrou o número 1). Zeramos o valor no visor do medidor e repetimos o mesmo teste, descendo e subindo a âncora várias vezes. Em todas as vezes, as diferenças entre os valores mostrados no aparelho e os valores reais foram muito pequenas, a ponto de não comprometer a segurança de uma ancoragem. A diferença tem a ver com o próprio princípio de funcionamento do aparelho, que faz a leitura da metragem da corrente que passou por ele, descendo ou subindo, baseado no tempo de operação do motor do guincho, e não propriamente no comprimento do cabo. Ou seja, o proprietário precisa ir se adaptando ao aparelho conforme o tempo de uso para obter a máxima eficiência. Para se ter uma ideia, o aparelho não irá funcionar corretamente se o procedimento de recolhimento da âncora não usar o motor do barco como suporte, a fim de evitar um esforço desnecessário no guincho. Dessa forma, como confirmamos, o valor mostrado no visor não corresponderá à medida real.


Mais do que auxiliar as ancoragens, este aparelho serve também para evitar aquele indesejável tranco que, muitas vezes, acontece quando o ferro é encaixado repentinamente no suporte. Com este equipamento, basta subir a âncora vagarosamente e ficar atento quando o valor indicado no visor do odômetro chegar a 2 m, por exemplo. E o odômetro ainda mostra ao dono do barco no visor (que não é de lcd, o que prejudica um pouco a leitura dos números) quando terminou de recolher a âncora. Ou seja, para quem está começando e quer tornar a funções a bordo ainda mais práticas, este aparelhinho é indispensável, principalmente por conta do baixo custo e da facilidade na instalação.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Tecnologia da Seaturns passou por testes na França e é forte alternativa limpa para a geração de eletricidade
Nesta sexta-feira (21), operação levará ao fundo do mar embarcação aposentada em 2018, para que vire recife artificial
Pesquisadores encontraram vestígios marinhos na região onde a embarcação bíblica teria repousado após o dilúvio
Animal foi encontrado por mergulhadores do ICMBio. Espécie é venenosa e representa ameaça
Embarcações dos 19 aos mais de 30 pés estarão nas águas da Marina da Glória de 26 de abril a 4 de maio