O que fazer quando alguém cai do barco no mar durante a navegação?


Siga nosso TWITTER e veja a série Dicas Náuticas diariamente.
A queda de um tripulante no mar é uma das situações de mais alto risco que há. Basicamente, deve-se parar ou, no caso dos veleiros, no mínimo tentar estancar o barco imediatamente, marcar a posição no gps (a maioria dos aparelhos náuticos tem uma função chamada MOB, sigla de “homem ao mar” em inglês, que permite acionamento instantâneo), dar meia volta o mais rápido possível, rumar para a pessoa por barlavento (o lado onde o vento sopra), cortar o movimento do barco um pouco antes de alcançá-la e mais importante que tudo: indicar alguém, desde o instante da queda, para focalizar e não mais tirar os olhos da vítima, porque no mar não dá para brincar.
Qualquer piscar de olhos faz perder todas as referências e, consequentemente, o náufrago.
Até porque, além do movimento avante do próprio barco, há os das correntes, muitas vezes contrárias, que empurram a vítima e a tiram do ponto exato da queda – daí porque nem sempre os gps são eficientes nestes casos.
E ainda há as ondas e ondulações que atrapalham a visão. Focar a vítima e não desgrudar os olhos dela pode ser a diferença entre salvá-la ou perdê-la para sempre. Mas é claro que tudo se complica bastante se for noite, quando não há visibilidade alguma.
Neste caso, só mesmo a prevenção pode ajudar, como vestir coletes salva-vidas com apito e alguma luminosidade e, nas situações extremas, também preso com cabo ao barco.
O resgate da vítima da água para o barco deve ser feito por meio de uma boia com retinida (ou seja, cabo flutuante) e, preferencialmente, pela borda ou espelho de popa, neste caso não esquecendo de cortar o motor antes!
Já a manobra de meia volta varia bastante em função do tipo de barco. Em veleiros sem motor, deve-se ficar só com a vela mestra e fazer uma curva em forma de “oito” (imagem 1), de forma a retornar ao local da queda pelo contravento e a barlavento da vítima. Já em veleiros com motor, simplesmente baixe todas as velas, ligue o motor e volte como se fosse uma lancha.

Já para trawlers ou grandes lanchas, barcos que têm raio de giro bem maior e não permitem tanta agilidade nas manobras, há dois procedimentos padrão:
1) Se houver contato visual com a vítima, basta girar 360 graus de preferência para o bordo no qual o tripulante caiu, que é bem possível que o barco volte exatamente à posição da queda (imagem 2);

2) Se, porém, o mar estiver ruim e a visibilidade reduzida (ou for noite), guine para um dos bordos e após atingir um rumo de aproximadamente 60 graus além do rumo que estava, vire o leme totalmente para o outro bordo, fazendo assim uma curva de 180 graus em relação ao rumo inicial (imagem 3) e permitindo retornar no exato sentido inverso da rota do acidente. Volta-se, assim, pelo mesmo caminho percorrido, de olho no tripulante perdido.

Mas, melhor que tudo, é mesmo não precisar fazer nada disso, tomando todas as precauções para que ninguém que esteja a bordo de barco algum corra o risco de cair na água, seja ela qual for. Mergulhar, só mesmo quando o barco parar.
Gostou desse artigo? Clique aqui para assinar o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e receba mais conteúdos.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Item pertenceu a dinamarquês que tinha 27 anos quando morreu na tragédia. Venda foi anunciada por casa de leilões no Reino Unido
Destaque da marca no salão estará ao lado de outras 4 lanchas que chegam com novidades. Evento começa no sábado (26)
Novo material promete sumir sem vestígios, livrando os oceanos de resíduos como os microplásticos
Feita em barco com motor Yanmar, jornada ao continente gelado é exibida em "Endurance 64: o veleiro polar", que estreia dia 24
Grandes personalidades do setor levarão dicas e histórias do mar para o evento, de 26/04 a 04/05, na Marina da Glória