O “V” do casco: você sabe qual é a importância desse detalhe?

Por: Redação -
20/05/2021

O fundo do casco mais ou menos acentuado tem diretamente a ver com a navegação. Na lanchas, o ângulo do “V” do fundo do casco costuma variar entre 10 e 30 graus, dependendo do local e condições prioritárias de navegação.

Como regra geral, quanto maior a velocidade e mais severas as condições de navegação, maior deverá ser o ângulo do “V”. Embarcações projetadas para navegar apenas em baías, lagos e represas, costumam ter ângulos de apenas 10 ou 15 graus. Já as de navegação costeira, entre 18 e 20 graus. E a oceânica, de 20 e 30.

Inscreva-se no canal de NÁUTICA no YouTube e ATIVE as notificações

O que mais conta é o “V” da popa. A função do ângulo da proa é melhorar a penetração do casco nas ondulações, evitando que a frente do barco “suba” demais. Já o ângulo do casco a partir da meia-nau até a popa tem a ver com o planeio e com as eventuais pancadas na superfície da água — daí a sua maior importância.

Se a superfície da água fosse totalmente plana, cascos chatos ou com ângulos mínimos de popa seriam os mais indicados. No entanto, a navegação sobre ondulações exige aumentar o poder de penetração do casco na água — ou seja, com ângulos maiores tanto de proa quanto, principalmente, de popa.

Assim, quanto maior o “V”, mais motor. Ângulos de popa maiores exigem mais velocidade para atingir o planeio, daí a necessidade de motores mais potentes. No entanto, maior potência e velocidade para o planeio podem tornar a navegação mais “molhada” e aumentar o balanço do casco.

v do casco

Leia também

» Confira tudo o que você precisa saber sobre baterias em barcos

» Gambiarras elétricas a bordo ajudam ou atrapalham? Saiba mais

» O risco das marolas: confira algumas dicas para evitar ou atenuar

Para atenuar esses pontos negativos é comum os projetistas incluírem “nervuras”, ressaltos ou multiangulações no fundo do casco, a fim de buscar soluções que mantenham as vantagens do V acentuado.

Uma curiosidade: como regra geral, projetos mais antigos de cascos costumam ter ângulos de V de popa menores que os atuais. Isso acontece porque, para planar, um casco precisa de velocidade, que, por sua vez, é consequência direta da potência do motor. E antigamente os motores não eram tão potentes, o que levava os projetistas da época a diminuir o “V” do casco, para não aumentar ainda mais o tempo do planeio.

Além do “V”, há, também, os “degraus”: os desníveis (ou “degraus”) no fundo dos cascos de certos barcos servem basicamente para diminuir a resistência da água, aumentando assim a velocidade.

Em altas velocidades, geralmente acima dos 40 nós, esses “degraus” sugam ar para baixo do casco, diminuindo o atrito e aumentando a performance. Além disso, fazem o casco sofrer menos com o caturro. No entanto, são mais indicados para barcos com “V” bem acentuado, acima dos 20 graus.

Não perca nada! Clique aqui para receber notícias do mundo náutico no seu WhatsApp.

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Confira as palestras desta quarta-feira (1º) no NÁUTICA Talks do Rio Boat Show 2024

    Programação do dia terá bate-papos sobre aventura, travessia e meteorologia

    Azimut Yachts atraca no Rio Boat Show 2024 com sucesso mundial de vendas

    Ao lado de outros quatro modelos elogiados, lancha de 62 pés é destaque no salão náutico

    Mistura de jet com inflável, barco ‘diferentão’ da Casarini Boats chega para atender a demandas do mercado

    C350 é o primeiro produto do novo estaleiro paulista e comporta cinco pessoas em design esportivo

    Zath Mariner estreia com venda no Rio Boat Show 2024 e destaca modelo de 32,8 pés como "além de seu tempo"

    Estaleiro carioca está no salão com duas lanchas e destaca pontos fortes da Zath 328 HT, exposta nas águas da Baía de Guanabara

    Benet Boat estreia no Rio Boat Show com boas opções de lanchas de entrada

    Modelos se destacam pelo valor mais acessível e cascos fortes, oriundos de embarcações de serviço da Compact Fibras