Marolas podem trazer riscos; confira dicas para evitar ou atenuar
As "ondinhas" formadas pelos barcos parecem inofensivas, mas são perigosas
As marolas, ou “ondinhas” que os barcos fazem, podem ir bem além de apenas incomodar. Elas são, provavelmente, o maior dos incômodos que uma embarcação pode causar a outra. E, dependendo do tamanho dos barcos, as marolas podem ser bem mais perigosas do que o seu nome sugere.
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Basta que a “vítima” seja um barquinho menor que o seu, como, por exemplo, as canoas dos pescadores, que vira e mexe passam sérios apuros na guerra contra as grandes lanchas de passeio. Mesmo as menores marolas têm um poder bem maior do que a grande maioria das pessoas imagina.
Para ter ideia disso, basta recorrer à ciência. Ao se chocar com outros barcos, qualquer ondinha de pouco mais de meio metro de altura — algo banal para uma lancha de médio porte navegando em velocidade de cruzeiro — joga uma carga equivalente a quase duas toneladas de água!
Além disso, as marolas se propagam na superfície da água feito ondas de rádio e demoram bastante para perder a intensidade. Minutos depois de uma embarcação ter passado, todos os que estavam por perto ainda estarão sacudindo por causa dela.
Quem navega sabe que os barcos têm a capacidade de alterar radicalmente o meio por onde circulam, por conta justamente das marolas. Mas o que talvez nem todos saibam, é que as marolas podem ser evitadas ou, ao menos, atenuadas.
Basta parar de acelerar bem antes do ponto aonde se deseja chegar, por exemplo. A regra do bom senso determina que, quanto maior o barco, mais cedo se deve diminuir a velocidade, até como forma de gerar menos marolas.
O ideal seriam 10 metros de distância para cada pé do tamanho do casco. Assim sendo, uma lancha de 30 pés deveria começar a reduzir a velocidade quando estivesse a cerca de 300 metros do ponto de ancoragem, de forma que, quando chegasse lá, não fizesse ninguém sacolejar.
Além disso, ao cruzar a marola de outro barco, o certo é manter uma distância de, no mínimo, três vezes o comprimento da embarcação que a gerou. Também como regra geral, os barcos devem navegar a, no máximo, 5 nós de velocidade nas áreas de marinas e canais, e a 3 nós na aproximação para fundeio, praias ou margens de rios.
Mas, infelizmente, nem todos seguem isso à risca. Não é só uma questão de educação e respeito, mas sim de segurança. A atenção com as marolas deve ser redobrada nos locais mais estreitos, onde a reverberação das ondulações é ainda maior.
Por tudo isso, o mais sensato é tentar não gerar as ondinhas, por mais bonitas que elas pareçam na água. Ou — já que isso é impossível no caso dos barcos a motor — dosar bem a velocidade. Porque, quanto mais rápido você navegar, mais incômodo gerará aos demais.
Conheça 3 maneiras de driblar as marolas
Totalmente de proa
Se a marola de um barco bem maior que o seu for lhe alcançar, altere sua rota de forma a abordá-la totalmente de proa. Mesmo que, para isso, precise alterar o seu rumo por alguns instantes. Mas, atenção: o limite de segurança para qualquer manobra desse tipo é de, no mínimo, três vezes o comprimento de um barco para o outro.
Fazendo zigue-zague
Se você preferir chacoalhar em vez de levar pancadas no casco, a melhor maneira de vencer as marolas alheias é fazendo um zigue-zague nelas. Para isso, aborde-as quase paralelamente às ondulações, tentando o menor ângulo possível. Você ficará no sobe e desce, mas sem maiores impactos no casco.
Carona na marola dos outros
Se você estiver indo no mesmo sentido e em velocidade próxima à do barco que acabou de passar pelo seu, prefira ficar exatamente atrás dele, mas não tão próximo, a fim de evitar acidentes (lembre-se sempre da regra de, no mínimo, três vezes o comprimento do casco). Enfie-se no vão entre as marolas, a esteira, e fique ali, onde chacoalha menos. E o barco da frente ainda “alisará” a superfície da água para você.
Sabia que é proibido?
A legislação náutica brasileira prevê que cada um é responsável pela marola criada pela sua embarcação e pode ser punido por causa dela. Portanto, convém pensar duas vezes antes de navegar com velocidade inadequada quando estiver próximo a outros barcos.
Se alguém se sentir lesado, pode reclamar à autoridade marítima, bastando para isso apresentar duas testemunhas. A Marinha, então, chamará os dois lados para uma acareação e, caso não se chegue a um acordo, abrirá inquérito judicial. Marola, como se vê, é coisa séria.
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