Orcas atacam veleiro, partem seu leme e deixam barco à deriva na costa portuguesa
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“Foram momentos de pânico.” Foi assim que Duarte Bessone descreveu a um site português a forma como o seu pai Luís Bessone Basto e um amigo lidaram com um ataque de orcas ao veleiro que pilotavam recentemente ao largo da costa portuguesa.
“Eles velejavam no sentido de Sines para Sesimbra, a cerca de três milhas a cinco milhas da costa, quando um grupo de orcas que vinha da zona de Setúbal foi direito ao barco e fez um ataque puro e simples”, explicou, revelando que “partiram logo o leme e o barco ficou à deriva”.
“Para se ter a noção da violência, as orcas levaram o leme para o fundo e quando ele veio à tona saltou um metro acima da água, o que mostra bem força delas”, contou, revelando que o ataque durou “entre 10 a 15 minutos com pancadas no casco, tão fortes que o barco, que tem sete toneladas, virava de um lado para o outro”.
“A força delas era tão grande que podia ter furado o casco. Havia ainda o risco de partirem a quilha ou o motor e, se o conseguissem, afundavam o barco e o meu pai e o amigo ficavam à mercê delas”, acrescentou Duarte Bessone, revelando que o grupo tinha “duas orcas adultas, que foram as primeiras a perderem o interesse no barco, e as crias, que continuaram a bater durante mais algum tempo”.
O conhecimento de situações destas através de relatos em fóruns na internet e a experiência de Luís Bessone Basto, de 69 anos e que foi comandante de petroleiro durante cerca de 40, foi essencial para adotar alguns procedimentos que podem ter evitado males maiores. “Eles desligaram o motor e fizeram o máximo de silêncio possível para ver se elas se afastavam. Não sabemos se resultou, mas a verdade é que acabaram por ir embora alguns minutos depois”, conta Duarte, revelando o desabafo que lhe fez o pai: “Nunca tinha visto nada igual e já passou por muito no mar.”
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Veleiros impedidos de navegar na Galiza
As orcas são animais que podem chegar aos oito metros de comprimento e às cinco toneladas de peso. Costumam atacar baleias – é por isso que são também conhecidas como baleias assassinas – e a realidade é que é aqui que pode residir o motivo destes ataques. “É possível que as orcas confundam o casco do barco com uma baleia ao contrário, mas a verdade é que estão a colocar em risco a navegação costeira em Portugal”, explica Duarte Bessone, revelando que “durante o verão, as autoridades marítimas da Galiza interditaram a navegação de veleiros na sua costa, precisamente devido as este tipo de ataques”.
Os investigadores têm até considerado estranho este comportamento, razão pela qual admitem que este tipo de ataques já registados ao largo de Sesimbra, em Gibraltar e na Galiza, estejam a ser protagonizados pelo mesmo grupo de orcas, até porque estes locais ficam na rota das migrações do atum-rabilho, o principal alimento das orcas.
“Fui contatado pelo Museu da Baleia dos Açores, que queriam perceber se se tratavam das mesmas orcas que costumam atacar na Galiza e em Gibraltar. No entanto, este até pode ser outro grupo”, revelou Duarte Bessone, contando ainda que o pescador que recuperou o leme do veleiro disse que as orcas “andam naquela zona de Sesimbra porque ali há muito peixe”.
Durante o ataque, foi emitido um alerte de ajuda à Unidade de Controle Costeiro da GNR, que “demoraram um pouco a responder” e chegaram ao local “cerca de 20 minutos após o ataque”. O veleiro acabou por ser rebocado para o porto de Sines, onde aguarda pela peritagem do seguro. “Além do leme, os danos são bem visíveis no casco. Estimamos que seja um prejuízo entre 6 a 10 mil euros”, revelou Duarte Bessone.
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