Passeio guiado de jet: conheça o novo modal de negócios e turismo aprovado pela Marinha

Em entrevista à NÁUTICA, Marcello Souza, presidente da ABENAU, falou sobre o assunto que consta na Normam 212

30/09/2024

Neste ano, a Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil atualizou algumas regras relacionadas às motos aquáticas, na Normam 212, e um ponto chamou atenção: a possibilidade do passeio guiado com jet alugado. Marcello Souza, presidente da Associação Brasileira de Escolas Náuticas (ABENAU), esclareceu o assunto em conversa no Estúdio NÁUTICA, durante o São Paulo Boat Show.

Até então, somente habilitados na categoria motonauta poderiam pilotar um jet. Contudo, dentre as várias atualizações da norma, uma menciona que as EAMA’s (Estabelecimento de Aluguel de Moto Aquática) poderão realizar passeios guiados para condutores habilitados na categoria Motonauta (MTA) ou Motonauta Especial (MTA-E).

Marcello Souza durante entrevista no Estúdio NÁUTICA. Foto: Revista Náutica

Apesar da exigência da habilitação se manter, nessa modalidade, ela será mais flexível. Isso porque o não-habilitado que desejar vivenciar uma experiência a bordo de um jet poderá dirigir-se até uma EAMA para um treinamento que, ao final, lhe dará uma carteira de habilitação de amador motonauta especial (CHA-MTA-E), emitida pela própria Marinha do Brasil — um ponto-chave para o desenvolvimento do turismo náutico no país.

O documento, por sua vez, precisará ser reemitido a cada novo passeio guiado. Nesse sentido, Marcello ressalta que “o passeio tem que ter essa especificidade porque o condutor pode passear no mar, no rio, em represas etc”.

Tanto no mar quanto na navegação interior, com as várias represas que temos, há uma série de locais incríveis onde isso será possível– ressaltou Marcello sobre o turismo náutico

Como funciona na prática o passeio guiado de jet

De acordo com Marcello, o interessado que comparecer a uma EAMA passará por um treinamento tanto teórico quanto prático.

 

No teórico, serão 45 minutos de aula, contemplando todas as prerrogativas de segurança e de como uma moto aquática atua, além de uma explicação, já junto ao jet, de como funcionam pontos como aceleração, freio e o sistema hidrojato.


Já na aula prática, o futuro condutor passará por uma pequena aptidão de aceleração, desaceleração e equilíbrio, até, enfim, sair para um passeio guiado.

É algo sucinto, para que a pessoa possa entender efetivamente– destaca Marcello

Na modalidade de passeio guiado, os locatários não podem simplesmente pegar o jet e pilotar por onde quiserem. A regra determina que a EAMA é a responsável por elaborar o percurso, orientar e acompanhar o grupo — que pode envolver até seis motos aquáticas.

Um guia deve liderar o percurso em passeios com até 3 motos aquáticas. Se houver de 4 a 6 jets, serão dois guias: um como líder e outro na retaguarda do grupo.

A ideia é preservar a segurança– destaca Marcello

EAMAS: pontos para ficar de olho

Conforme explicou o presidente da ABENAU, a primeira EAMA do Brasil deve ser inaugurada por volta de 10 de outubro.

 

Além dos treinamentos, esses estabelecimentos também serão responsáveis por: verificar a autenticidade e validade da CHA-MTA e da CHA-MTA-E apresentadas pelo locatário; orientar o locatário com instruções sobre os procedimentos de segurança e orientações básicas.

 

A alteração da Normam 212 ainda determina que, caso as EAMA’s sejam flagradas descumprindo as determinações, elas poderão levar advertências, suspensão ou até ter seu credenciamento cancelado. Isso vale, inclusive, para os casos de aluguel de moto aquática a pessoa não-habilitada ou com a habilitação vencida.

 

As mudanças completas da Normam 212 podem ser consultadas no site da Marinha.

 

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