Barco criado por brasileiro pode revolucionar medição da qualidade da água
Criado por piauiense, Aquatic Rover funciona sob uma estrutura de catamarã equipada com sensores inteligentes


A ideia promissora de um jovem piauiense tem chamado atenção dentro e fora do Brasil. Foi com o Aquatic Rover, um barco autônomo desenvolvido para o monitoramento da qualidade da água em rios e lagos, que Manoel José Nunes Neto, hoje com 18 anos, conquistou o Prêmio Nobel da Ciência Jovem, na Suécia, em 2024.
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Assim como muitas grandes inovações, o projeto nasceu da necessidade. Ainda adolescente, Manoel observou o impacto da contaminação de aguapés e de rios que banham comunidades ribeirinhas em Teresina (PI). Diante desse cenário, decidiu criar uma solução tecnológica acessível e sustentável.
Aos 17 anos, apresentou o projeto do Aquatic Rover no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024, promovido pelo Stockholm International Water Institute (SIWI). O projeto impressionou o júri por unir baixo custo, eficiência e inovação, o que garantiu o ouro na premiação.


Segundo o Governo do Piauí, o protótipo demonstrou alta precisão na medição de dados e potencial para causar impacto positivo na gestão da qualidade da água em escala global.
Barco autônomo para monitoramento inteligente
Projetado para ser portátil, autônomo e acessível, o Aquatic Rover se desloca sobre a água coletando dados essenciais, como pH, temperatura, turbidez e oxigenação, por meio de sensores integrados.


Essas informações são enviadas automaticamente para um servidor, onde podem ser acompanhadas em tempo real por técnicos e pesquisadores em computadores ou celulares — automatizando um processo que hoje depende de amostragens manuais.
Um ser humano não pode ficar 24 horas trabalhando em um rio; já um robô pode– Manoel, em entrevista ao programa Viva Piauí


Com isso, o Aquatic Rover surge como uma ferramenta de apoio e não de substituição, permitindo análises mais amplas e precisas, inclusive em locais de difícil acesso.
De protótipo a produto
Em entrevista recente ao Viva Piauí, Manoel revelou que o barco foi montado com peças recicláveis e sucata, tanto para reduzir custos quanto para tornar o produto final mais acessível.


De nada adianta eu ter um barco valendo R$ 1 milhão, porque ninguém compra. Tem que ser algo acessível para o governo e para órgãos privados que cuidam da saúde dos mananciais– explicou o jovem
A embarcação, que tem estrutura em formato de catamarã, conta com dois flutuadores laterais, placas solares, sistema de propulsão próprio e um conjunto de sensores inteligentes. A proposta é que, no futuro, o modelo possa ser produzido em escala e distribuído a órgãos públicos, universidades e empresas de saneamento.
Inovação que nasce com propósito


Mais do que um avanço tecnológico, o projeto do jovem piauiense é um exemplo de inovação com propósito social. O Aquatic Rover mostra que é possível unir sustentabilidade, tecnologia e inclusão, oferecendo uma solução prática para comunidades, pesquisadores e organizações voltadas à preservação e gestão dos recursos hídricos.
Nada como novas ideias para navegar rumo a um futuro mais limpo — e melhor monitorado.
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