Teste Triton Flyer 37 HT: casco marinheiro, lancha esbanja espaço no cockpit

Embarcação conta com hard-top, proa robusta, design moderno e muita qualidade

Por: Redação -
07/12/2022

Apresentada como uma das grandes vedetes do São Paulo Boat Show 2021, a Triton Flyer 37 instantaneamente encantou o público. Fez tanto sucesso que estimulou o estaleiro a apresentar, durante o Rio Boat Show 2022, uma versão com hard-top: a Triton Flyer 37 HT.

Como era de se imaginar, essa 37 pés também causou furor, por conta do layout com ótimo aproveitamento interno e externo. Sem contar que, durante o salão náutico carioca, a lancha podia ser testada nas águas da Baía de Guanabara, no entorno da Marina da Glória, o que deixou os ânimos ainda mais elevados.

 

 

Mas essa não é a sua única qualidade. Longe disso. A Triton Flyer 37 HT tem virtudes de sobra para conquistar o brasileiro e até os gringos. Tanto na aparência quanto no conforto e na eficiência, eis aqui um grande barco.

Com uma campanha de marketing ancorada na palavra “Flyer”, do inglês, que significa “algo que voa”, o estaleiro paranaense Triton Yachts — que antes do Rio Boat Show 2022 somava 17 modelos, de 23 a 52 pés — anunciou a chegada do mais novo membro da família: a lancha Triton Flyer 37 HT, que tem como um dos pontos altos — além do hard top com teto solar elétrico — uma plataforma lateral (a boreste) que, quando aberta, aumenta consideravelmente a área “útil” e social do barco, formando com a plataforma de popa um verdadeiro beach club.

 

Fundada em 1984, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, e já com cerca de 2.000 lanchas navegando, a Triton Yachts caprichou na receita de sua nova lancha, projetada sob o conceito open, com teto solar elétrico no salão.

Trata-se de um passo a mais na história da marca, comandada pelo engenheiro José Maria Cechelero Júnior e que tem o seu filho, Allan Cechelero, como porta-voz e diretor de marketing.

 

Feita para o sol e muito adequada para passeios em família, a Triton Flyer 37 HT é uma lancha do tipo hard-top, com cobertura rígida de fibra e teto solar elétrico (o mesmo casco tem a versão T-Top).

Com 11,25 metros de comprimento por 3,30 metros de boca, ela foi homologada para 14 pessoas durante os passeios diurnos, o que significa aproveitamento máximo de espaço. Para isso, com o barco parado, o cockpit conta com uma gostosa abertura lateral, a boreste, com acionamento hidráulico.

 

Para ampliar ainda mais a generosa área de popa, o móvel gourmet (contando com grelha elétrica ou a carvão, tábua de carne, pia pressurizada etc.) foi descolado para bombordo, abrindo espaço para um sofá voltado para a popa, permitindo interação dos ocupantes do cockpit com quem está na água.

Detalhe: esse sofá tem encosto rebatível, podendo ser utilizado também como solário. Todos esses truques fazem uma diferença e tanto porque, com o deck aberto, feito uma varanda, a área da popa (incluindo a plataforma, que pode ser fixa ou submersível) se transforma em um verdadeiro beach club, perfeito para curtir bem pertinho do mar.

 

Já na proa do mais novo modelo da Triton Yachts há um amplo solário triplo com encostos reclináveis e porta-copos nos braços, além de um banco de madeira no guarda mancebo. Destaque para a ampla passagem por uma abertura no para-brisa, a bombordo, integrando o cockpit com a proa. Abaixo dela, no corredor que dá acesso à proa, há uma porta de acrílico com trava.

Por privilegiar os banhos de sol, o projeto excluiu a gaiuta que tradicionalmente ocupa esse espaço. Em compensação, incluiu uma vigia adicional na parte da frente do solário, pois o mesmo fica um degrau acima do piso. Uma grande sacada, que ilumina e ventila a cabine sem prejudicar a parte externa da proa.

 

No cockpit, há um sofá em L a boreste, atrás do posto de comando, e outro sofá em L, esse bem maior, com assentos para seis pessoas, que se estende da popa até a caixa de gelo, por bombordo. A mesinha de centro, de madeira, é removível. O acesso interno para inspeções de rotina se dá por aqui, com a abertura de uma porta no piso com sistema de amortecimento hidráulico.

 

E há ainda uma segunda entrada na casa de máquinas, para acesso total aos motores, só visível com o deslocamento do móvel gourmet.

O caprichado banco duplo do posto de comando também merece destaque, por conta da posição de pilotagem, muito confortável, com ótima visão frontal. Para isso, além dos assentos rebatíveis e com ajuste de altura, contribui a perfeita transição do para-brisa (com limpador de série) para o hard-top. Na unidade testada por NÁUTICA, porém, o assento do piloto estava muito reclinado, tema que o estaleiro já se prontificou a corrigir.

 

O painel tem espaço para vários instrumentos, podendo ser 100% digitais ou mesclados com os eternos reloginhos analógicos. O revestimento do painel tem um toque emborrachado, material que, mesmo no calor do Rio de Janeiro, onde a lancha foi testada, não aquece muito, deixando a pilotagem mais agradável, além de não refletir a luz.

Outro item que agrada são as janelas laterais com aberturas nos dois bordos do hard top. Especialmente para o piloto, é um conforto e tanto, porque além de ventilarem facilitam a comunicação durante as manobras de atracação.

 

Por dentro, a cabine (com 1,90 m de altura) da Triton Flyer 37 HT agrada tanto pela decoração clean, de bom gosto, quanto pela amplitude e excelente fluidez, bem iluminada e ventilada por janelas laterais, a vigia à frente do solário e outra sobre a cozinha.

São dois camarotes, sendo um aberto na proa, em que o sofá com mesinha se transforma em uma enorme cama em que podem dormir um casal e uma criança. O outro fica à meia-nau, bem iluminado pelo vidro do casco e com uma ampla cama de casal e um pequeno sofá.

 

O banheiro completo, a boreste, conta com box fechado com vidro temperado. A cozinha, a bombordo, tem micro-ondas, cooktop, uma pequena geladeira, pia pressurizada e armários para utensílios e mantimentos. Para ventilar o ambiente, há ainda uma larga vigia acima da bancada, que funciona como “coifa” para quem curte cozinhar a bordo.

Como as janelas de vidro da cabine avançam por quase toda a lateral do casco, o camarote de proa permanece bem iluminado — mesmo sem a tradicional gaiuta no teto, substituída por uma vigia abaixo do solário.

 

Para avaliar o potencial de navegação da Triton Flyer 37 HT, navegamos nas águas da Baía de Guanabara, com direito a saída para mar aberto, num dia de vento forte de leste e ondulação de sudeste, condição ideal para testar uma lancha desse porte. Estava equipada com dois motores V8 Mercruiser 6.2 litros de 300 hp cada, a gasolina.

Ao embarcar, o barco chama atenção pela estabilidade. Manetes acionados, com mar encarneirado de través e vento de proa, o casco reage muito bem. Ignorando as ondas, permanece firme e estável sem tendência a caturrar e sem respingos. Pelo contrário: sua proa volumosa propicia maior flutuação e, consequentemente, ajuda a vencer as vagas, sem deter a velocidade.

 

Nas manobras, fazendo curvas fechadas, mesmo com a superfície do mar não estando lisa, o barco manteve o curso firme, sem bater e quase sem inclinar.

Voltando do mar aberto para a baia, com a Flyer 37 HT surfando com vagas pela popa, a proa bojuda manteve sua atitude navegadora, preparando o casco para a próxima onda sem embicar nem reduzir o andamento.

 

Dentro da cabine, os passageiros não perceberam que a lancha passou a navegar com mar ondulado de popa/través. Isso acontece porque, navegando tanto a favor como contra o vento, a reação é muito similar. Dá gosto acelerar um barco tão marinheiro.

Navegação da Triton Flyer 37 HT

Outro aspecto interessante é que durante a navegação a construção se mostra muito rígida, principalmente na parte estrutural, porque o hard-top é muito firme. Tanto em mar calmo como com ondas, o conforto é o mesmo.

 

 

No teste de aceleração a Triton Flyer 37 HT precisou de 10,6 segundos para ir do zero aos 20 nós. No desempenho, levantando os flaps gradualmente, a lancha também fez bonito, alcançando 36,4 nós de máxima, velocidade muito boa, considerando-se o peso do barco e seu foco maior no conforto e espaço. Mesmo no vento forte e navegando contra ondas de porte médio — uma boa condição para colocar o casco à prova —, a velocidade final se sustentou acima dos 35 nós.

Em suma, a Triton Flyer 37 HT — que na motorização aceita dois centro-rabeta a gasolina de 300 a 380 hp ou dois diesel de 270 hp a 320 hp — é um barco impressionante tanto no aproveitamento do cockpit e da cabine como na navegação, com seu casco extraordinariamente marinheiro, como se verá adiante. 

Saiba tudo sobre a Triton Flyer 37 HT

Pontos altos

  • Cockpit muito espaçoso
  • O casco marinheiro e ágil
  • Layout moderno e criativo

Pontos baixos

  • Assento do piloto muito reclinado
  • Quinas no armário do painel elétrico
  • Trava ruim na junção da abertura do para-brisa

Características técnicas

Comprimento total: 11,25 metros
Boca: 3,30 m
Altura da cabine: 1,90 m
Calado com propulsão: 1,0 m
Ângulo de V na popa: 17 graus
Capacidade dia: 14 pessoas
Capacidade pernoite: 5 pessoas
Combustível: 500 litros
Água: 200 litros
Peso do casco: 5.000 kg
Peso com motor: 6.000 kg
Motorização: centro-rabeta
Potência: 2 x 300 a 380 hp (gasolina) / 2 x 270 a 320 hp (diesel)

Quanto custa a Triton Flyer 37 HT

O preço da Triton Flyer 37 HT é a partir de R$ 1,4 milhão, com dois motores centro-rabeta de até 300 hp cada. Preço pesquisado em dezembro/2022. Para saber mais sobre o modelo testado, acesse o site oficial da Triton Yachts.

 

Consultor técnico: Guilherme Kodja
Edição de texto: Gilberto Ungaretti
Edição de vídeo: Luiz Becherini
Fotos: Victor Oliveira e Divulgação

 

 

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