Teste SuperJet Yamaha 2023: novo motor para conquistar novas gerações
Uma das maiores evoluções da moto aquática de pilotagem em pé, modelo agora conta com motor 4 tempos de 110 hp
Um clássico das motos aquáticas chegou à sua terceira geração totalmente renovado e com um público fiel e apaixonado. Entre as muitas inovações do SuperJet Yamaha 2023, a principal está na casa de máquina ou porão estanque. Náutica fez o teste dessa máquina da Yamaha feita para pilotagem em pé.
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Só para exemplificar, o modelo passou por atualizações mecânica e eletrônica e teve o casco redesenhado do zero. Mas, além disso, SuperJet Yamaha 2023 agora tem um motor quatro tempos de 1.049 cilindradas e 110 hp de potência, sem carburador. Isso permite manobras ainda mais ousadas e emocionantes.
Para os não-experts no assunto, vale esclarecer que os jets do tipo stand-up são máquinas potentes e ariscas, preparadas para competições ou simples diversão na água: correr, pular e surfar ondas, brincar, dar cavalo de pau. Ou seja, para praticar esportes e gerar adrenalina durante as aceleradas radicais.
Os primeiros modelos chegaram ao Brasil na década de 1980, quando o “brinquedo” criado pela Kawasaki passou a ser produzido por outras marcas, como Bombardier, Polaris e, claro, Yamaha. Em seguida, ganhou uma grande popularidade e logo vieram as competições. É quando o SuperJet entra em ação.
A moto aquática da Yamaha moldou uma geração de apaixonados por esportes aquáticos radicais, como o multicampeão brasileiro Alessander Lenzi. Era uma das queridinhas dos racers, freestylers, freeriders, sem contar os pilotos de fins de semana viciados em velocidade e adrenalina.
Quando a Yamaha o lançou, em 1990, certamente esperava que o SuperJet faria sucesso, mas não a ponto de marcar época. Passados 32 anos, o WaveRunner stand-up continua em ação — renovado, mas sem perder sua alma. Não é difícil entender seu suceso.
Segundo os aficionados, ele faz curvas como se estivesse sobre trilhos. Nada a ver com o conforto do jet sentado, em que se navega macio e tranquilo. Voltado para o uso mais ativo, como manobras e corridas, o SuperJet da Yamaha exige melhor preparo físico. O tempo inteiro o piloto faz movimentos de braços e de pernas, e exercita o equilíbrio.
Com cockpit mais largo, assim como a proa, faz a manobra de saída e a transição para a posição de joelhos (e depois em pé) bem fácil, menos complicada do que se pode imaginar. Já nas curvas ou em marolas, sem a prática a coisa complica.
Neste teste, foram duas quedas, até conseguir fazer as curvas fechadas, acelerar e ganhar confiança.
No início, para quem não tem mobilidade e um pouco de agilidade, manter-se em pé é difícil e fazer as curvas, ainda mais complicado. Mas logo o piloto pega as manhas, e o que era desafio vira um prazer, uma diversão incomparável.
SuperJet Yamaha ao longo dos anos
A primeira geração do SuperJet da Yamaha, com motor de 633 cilindradas e potência de 50 hp, foi lançada em 1990 e se estendeu até 1995. A segunda geração, com motor de 701 cilindradas e 63 hp (depois 73 hp), foi de 1996 a 2020. Em todas elas o casco era construído com uma folha moldada de poliéster reforçada com fibra de vidro.
Em 2021, para desafiar uma nova geração de pilotos, o stand-up da Yamaha passou por uma mudança completa, ganhando um casco redesenhado do zero e um motor TR-1 de 3 cilindros e 4 tempos, de 1049 cilindradas.
Nesse upgrade, o casco — construído por um método de infusão de resina a vácuo — ficou mais compacto, leve (agora pesa 170 kg) e resistente, passando a oferecer maior rendimento, de acordo com a Yamaha, 56 mph de máxima. Além disso, há baixo consumo de combustível.
Por sua vez, as manoplas agora são de alumínio, mais resistentes a impacto que as anteriores, que eram de fibra. O painel ganhou um marcador do nível de combustível. A coluna de direção passou a ser ajustável em três posições: +25/0/-25 mm. Já o tanque de combustível tem capacidade para 19 litros, incluindo 5,5 litros de reserva.
Também houve um acréscimo de 20% de espaço para os pés no cockpit em relação aos modelos anteriores, o que facilita especialmente a vida de quem não experiência nenhuma, além da adição de um pega-mão na popa, que ajuda o piloto a retornar a bordo no caso de queda.
Já entre os recursos tecnológicos, o SuperJet Yamaha 2023 tem limitador de potência do motor, que limita a potência do motor para 85%, facilitando a pilotagem dos iniciantes — as pessoas que andam pela primeira vez têm dificuldade em se manter em pé, além de lutar com o controle do acelerador.
À medida que a habilidade aumenta, o restritor pode ser desativado, e o motor passa a despejar toda a sua potência. Então, você tem a sensação de estar num parque de diversões.
Um dos poucos detalhes mantidos das gerações anteriores no SuperJet Yamaha 2023 é a proa larga (embora o velho “nariz quadrado” tenha sido arredondado), com o qual o jet mantém ótima estabilidade tanto nas curvas quanto em linha reta.
Além disso, vincos gravados na parte inferior do casco criam uma forte aderência, e melhoram o desempenho nas curvas mais inclinadas. Sem contar que o bocal do hidrojato pode ser ajustável de 16 a 19 graus, de acordo com o estilo do piloto, como o trim da rabeta de uma lancha.
Já na hora de recolher a máquina, após os passeios, há um kit para adoçar o motor, o famoso flush. Você coloca a mangueira de água doce, deixa de três a quatro minutos, e o motor já está pronto para a próxima saída.
Com menos de 2,5 metros de comprimento e 170 kg, o SuperJet pode ser erguido por duas pessoas e levado facilmente na plataforma de popa de qualquer lancha a partir de 35 pés, na traseira de uma picape ou até na parte interna de um automóvel do tipo SUV.
Saiba tudo sobre o SuperJet Yamaha 2023
Velocidade: 56 mph (47 nós)
Capacidade: 80 kg (1 pessoa)
Combustível: 19 litros
Potência: 110 hp
Preço: a partir de R$ 89.890,00 (pesquisado em abril/2023)
Reportagem: Guilherme Kodja
Edição de texto: Gilberto Ungaretti
Edição de vídeo: Lucas Ribeiro
Fotos: Victor Oliveira e Divulgação
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