Morre Paolo Vitelli: o visionário dos mares que criou a Azimut Yachts

Paolo Vitelli, fundador do grupo Azimut-Benetti, faleceu aos 77 anos após um acidente doméstico na Itália

Por: Otto Aquino -
31/12/2024
Paolo Vitelli, fundador do grupo Azimut-Benetti, faleceu aos 77 anos
O mar perdeu um de seus maiores navegantes: Paolo Vitelli, fundador do grupo Azimut-Benetti, faleceu aos 77 anos após um acidente doméstico na Itália. Conhecido como “O rei dos iates”, o fundador da Azimut Benetti, foi encontrado morto em sua casa nas montanhas, em Ayas, no Val d’Aosta, onde passava as festas de fim de ano. Apesar da triste notícia, sua trajetória, marcada por inovação, coragem e paixão pelos mares, permanecerá navegando nas águas da memória coletiva.

 

O homem que sonhava com iates
Paolo Vitelli começou sua jornada em 1969, quando transformou uma pequena empresa de locação de barcos na Azimut Yachts, uma das maiores fabricantes de iates de luxo do mundo. Sua visão ia além das ondas: ele queria reinventar o que significava estar a bordo. E conseguiu.
Em 1985, Vitelli deu um passo ousado ao adquirir a Benetti, uma histórica marca italiana de megaiates. Foi ali que nasceu o grupo Azimut-Benetti, hoje um império que lidera consistentemente o mercado global de iates. Com designs inovadores e uma busca incessante por tecnologia de ponta, Paolo não apenas construiu barcos – ele construiu sonhos.

 

Inovação e elegância: a marca de Vitelli
O que separava Paolo Vitelli de outros empresários era sua obsessão pela perfeição. Sob sua liderança, o grupo trouxe inovações que mudaram o jogo: janelas panorâmicas que ampliavam a conexão com o mar, fibra de carbono para tornar os barcos mais leves e eficientes, e designs que eram verdadeiras obras de arte flutuantes. Ele trabalhou com gigantes do design náutico, como Stefano Righini e Achille Salvagni, entregando ao mundo iates que eram mais do que embarcações – eram experiências.
Fábrica da Azimut na Itália

 

Uma liderança global
Paolo também entendeu como poucos a importância de expandir horizontes. Sob sua direção, o grupo Azimut-Benetti conquistou mercados na Ásia, América do Norte e Oriente Médio. Ele sabia que o luxo não tinha fronteiras e que o mar era um convite universal.
Mas ele também olhou para o futuro. A sustentabilidade tornou-se uma de suas prioridades nos últimos anos, com investimentos em tecnologias que reduziam o impacto ambiental.

 

Conexão com o Brasil
Paolo Vitelli também deixou sua marca em terras brasileiras. Em 2010, ele inaugurou a fábrica da Azimut Yachts em Itajaí, Santa Catarina, consolidando a presença do grupo na América Latina. A unidade rapidamente se tornou referência na construção de iates de luxo na região, empregando tecnologia de ponta e mantendo os altos padrões de qualidade que caracterizam o grupo Azimut-Benetti. O Brasil, com sua imensa costa e paixão pelo mar, foi uma escolha estratégica, e sob a liderança de Vitelli, tornou-se um dos mercados mais promissores para o setor. A fábrica é, hoje, um símbolo do legado global de Paolo, unindo o melhor do design italiano à essência náutica brasileira.
Fábrica da Azimut Yachts no Brasil

 

Legado eterno
Não é exagero dizer que Paolo Vitelli moldou a indústria náutica moderna. Ele ganhou prêmios, como o Boat Builder Award, e entrou para o Hall da Fama da Náutica. Mas talvez seu maior legado seja algo mais intangível: a inspiração.
Ele ensinou que, com visão e coragem, é possível navegar além do horizonte. E, como em toda grande jornada, o destino final não é o mais importante. É o caminho percorrido, as ondas desbravadas, os sonhos realizados.
Hoje, o grupo opera por meio de seis estaleiros na Itália e um no Brasil, produzindo lanchas de 9 a 110 metros com as marcas Azimut e Benetti, com cerca de 2.500 funcionários e uma força de trabalho permanente de aproximadamente 5.000 pessoas.

 

Adeus ao mestre
Hoje, enquanto os estaleiros da Azimut-Benetti seguem construindo embarcações que levam o nome de Paolo para os quatro cantos do mundo, sua filha, Giovanna Vitelli, continua o legado da família. Paolo Vitelli partiu, mas sua obra é eterna. O mar pode ter perdido um navegador, mas ganhou um mito.

 

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