Pai e filho passam horas construindo barcos a controle remoto: “É a nossa paixão”

Por: Redação -
11/02/2021
Em algum belo Lago da Alta Baviera, no sul da Alemanha - Imagem: Acervo pessoal

O inverno na Baviera, no sul da Alemanha, é rigoroso. A sensação térmica pode ser de até 25 graus negativos. Na rua, não há muito o que fazer, mas na casa da família Müller, o pai, Markus, de 52 anos, e o filho, Benjamin, 25, se divertem construindo maquetes de iates, guiadas à controle remoto, que beiram a perfeição. 

Inscreva-se no canal de NÁUTICA no YouTube e ATIVE as notificações

O amor por iates, e pela construção de suas miniaturas, surgiu a partir de viagens que a família fazia para o Mar Mediterrâneo, sobretudo para a Itália. “Essas viagens representam a única possibilidade de observar iates originais. É por isso que reconstruímos iates, para que também possamos observá-los sem precisar dirigir 450 quilômetros”, disse Benjamin à reportagem de NÁUTICA.

“Para nós, era interessante ver como o casco deslizava pela água. Pensamos na modelagem, no design e no que os designers estavam pensando quando criaram esses barcos”, afirma Benjamin sobre as idas à Veneza, especialmente. 

Oficina da família Müller – Imagem: Acervo pessoal

Passadas essas viagens, quando retornavam para a Alemanha a construção desses modelos servia como uma terapia. “O processo de construção é feito, principalmente, durante o inverno, de noite, após o trabalho ou nos finais de semana, quando o tempo está ruim”, detalha. 

Tais construções são todas feitas à mão. O primeiro passo é construir o casco. “Primeiro construímos um molde negativo em formato de um V, feito de madeira”, explica. Depois, o casco é laminado com esteiras de fibra de vidro e resina epóxi. Quando terminado, os sistemas de controle remoto são instalados. Logo após, a seção superior e o cockpit do iate são construídos.

Mangusta 108 em construção – Imagem: Acervo pessoal

Geralmente, alguns modelos maiores podem acarretar em 800 horas de trabalho divididas em seis longos meses. Na maioria das vezes, apenas o pai, Markus, é o artesão dos iates, mas, de vez em quando, também é ajudado pelo filho. 

Mangusta 108 finalizado. A quantidade de detalhes é o que mais chama atenção – Imagem: Acervo pessoal

Leia mais:

>> O casal que trocou o asfalto do Rio de Janeiro pelas águas do litoral brasileiro

>> FS 290 Wide é escolhida a lancha de proa aberta preferida pelos seguidores de NÁUTICA no YouTube

>> Brasileiro constrói veleiro com filmes solares nas laterais do casco para viajar o Atlântico

Antes de ser devidamente pintado e iluminado, a carcaça do barco é lançada para um teste nos belos lagos da Alta Baviera. “Se o teste for positivo, mais detalhes serão construídos para dar “vida” ao modelo. Depois disso, tudo é lixado e preparado para a pintura”, conta Benjamin e ainda explica que a pintura é feita em uma oficina especializada. 

Testes antes dos detalhes que dão “vida” ao modelo – Imagem: Acervo pessoal

Uma vez que o modelo é pintado, o resto da elétrica, como a iluminação exterior e interior, é instalada. Voilà: seis meses depois, o processo de construção está concluído.

O maior modelo é uma réplica de um Palmer Johnson 170 na escala 1:21. Normalmente, os modelos são construídos na escala 1:20. No entanto, esse modelo teria ficado grande demais para a oficina instalada no porão da casa da família Müller. Ao todo, essa miniatura tem um comprimento de 2,48 metros

Palmer Johnson 170, o maior modelo construído pela família: 2,48 metros de comprimento – Imagem: Acervo pessoal

Anteriormente, Markus e Benjamin se inspiravam em iates reais dos principais estaleiros espalhados pela Europa. Agora, essa inspiração vem de dentro.

“Os barcos dos estaleiros não se diferem mais e todos parecem iguais. Portanto, já começamos a projetar nossos próprios iates, o que também foi um grande desafio”, pontua Benjamin. 

Nenhum dos mais de 30 modelos produzidos pela dupla de pai e filho foi, ou será, comercializado. “Tudo é um hobby, e não um negócio”, explicam. Além disso, eles enfatizam que as miniaturas seriam vendidas por um preço elevado e isso tiraria o encanto dessa produção. 

Test drive em mais um belo lago da Alta Baviera – Imagem: Acervo pessoal

Quando perguntados se gostariam de possuir um iate de verdade são assertivos: respondem que não. “Os iates reais são pouco utilizados. Têm tempos de inatividade e são muito caros. Não vale a pena”. Afinal, quem mais poderia dizer que possui 30 iates, assim como o pai e filho apaixonados por nautimodelismo da Alta Baviera. 

Por Gustavo Baldassare sob supervisão da jornalista Maristella Pereira

Gostou desse artigo? Clique aqui para assinar o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e receba mais conteúdos.

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Empresa planeja plantar 100 milhões de árvores de manguezais na costa de Dubai

    Batizada de Dubai Mangroves, ideia da Urb visa proteger a cidade da erosão e do aumento do nível do mar

    Histórico de luxo e cenário paradisíaco: ilha entre a Escócia e a Irlanda do Norte está à venda por R$ 15 milhões

    Local conta com sete casas, praias de tirar o fôlego, um farol e até heliporto

    Conheça o La La Land, superiate com dois cinemas, duas adegas e duas piscinas

    Embarcação de 44 metros de comprimento atrai olhares por oferecer recursos que só costumam estar presentes em megaiates

    BR Marinas marca presença no Rio Boat Show e registra importância do salão náutico para o setor

    Administradora da Marina da Glória conta com oito marinas distribuídas pela orla do Rio de Janeiro

    Marinha envia ao Rio Grande do Sul maior navio de guerra da América Latina

    Embarcação transportará carregamento focado em auxiliar as vítimas das enchentes que devastaram o estado