Como nasce uma praia? Estudo desvenda esse mistério e NÁUTICA conta para você. Confira

Por: Redação -
15/02/2021

Quem navega por paraísos náuticos como a baía de Angra dos Reis e já circundou a Ilha Grande, por exemplo, certamente já deve ter se perguntado mais de uma vez, frente àquelas espetaculares faixas de areia que contrastam com o azul-turquesa do mar: como é que as praias se formam? De que fontes de areia elas se valem? Por que existem areias de cores tão diferentes nas praias do mundo? Por que algumas areias são brancas como a neve, enquanto outras praias são cobertas de pequenas ou grandes pedras? Enfim, por que as paisagens de praia são diferentes umas das outras?

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Resposta: as praias têm vida e se formam, e transformam, por meio de um processo muito, muito lento. “Diga-me como são as ondas no mar e eu lhe direi como será a praia em alguns meses”, diz o oceanógrafo americano Steve Elgar, do Instituto Oceanográfico Woods Hole (WHOI), que — quase duas décadas atrás, ao lado da então doutoranda brasileira Fernanda Hoefel — comandou um estudo sobre o assunto, analisando diferentes hipóteses.

Entender como a areia se desloca da praia para o mar é a parte fácil. São as tempestades que induzem essa migração: nessas condições, as ondas fortes vão quebrando nos bancos de areia e empilhando grande quantidade de água; quando o limite é alcançado, acontece um refluxo — e a corrente criada nele arrasta consigo a areia. O difícil era entender como a areia volta para a praia. Nada mais imprevisível.

O pulo do gato para matar a charada, segundo Steve Elgar, foi perceber que as ondas pequenas são tão importantes nesse processo quanto os vagalhões. “Até então, ninguém havia imaginado que as ondas fracas pudessem desfazer o serviço das tempestuosas, mas é o que acontece”, diz o pesquisador.

Em outras palavras, as ondas baixinhas, quando se aproximam dos bancos de areia, são forçadas a se inclinar, e isso aumenta a sua aceleração, fazendo com que carreguem a areia na direção da praia. Ok: a água é sempre uma excelente transportadora de material solto, que é exatamente do que as praias são feitas. Agora você já deve estar se perguntando: “Mas qual é a origem da areia?”

Bem, é supersimples. Tudo começa em uma montanha ou estrutura rochosa localizada mais ou menos longe da costa, que, pela ação dos ventos, da chuva, de raízes e de microorganismos, desprendem pequenas partículas, ou sedimentos. Sob a ação do vento, da gravidade e das enxurradas, esses sedimentos descem a ladeira e são transportados para rios e córregos, ficando em suspensão (no caso da argila) ou depositando-se no fundo de seu leito (caso do da areia e do cascalho).

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Eventualmente, esses sedimentos são canalizados para o oceano, através da boca dos rios. Aí, vêm as ondas e as marés, que com seus movimentos fazem com que a areia se acumule perto da costa. Bingo, os grãos — que costumam demorar milhões de anos para se formar — estão prontos para fechar o círculo.

Normalmente, para uma praia se formar, é necessário que haja um ambiente relativamente protegido, como uma pequena baía ou enseada. Na costa, a areia muda de lugar por causa do movimento das marés. E o mar e os rios também trazem outros ingredientes para a mistura, como conchas, algas e outros restos de animais que dão a fórmula final da areia.

É a origem da rocha que determina a cor e o tipo de areia em que você deita e rola nas praias durante o verão. Por exemplo, aquela areia branca e fina, comum nas praias brasileiras, é composta principalmente de quartzo, mineral que vem do granito, um dos tipos de rocha mais abundantes na serra do Mar, que margeia o litoral do país. Por sua vez, a areia mesclada tem origem especialmente no irregular e esbranquiçado silício, com grãos cujo diâmetro varia entre 0,12 mm e 0,25 mm. Mas essa areia também costuma apresentar muitos fragmentos de corais e algas vermelhas, que dão uma coloração mais forte à mistura. Ou seja, a paleta de cores da areia da praia é vasta e às vezes surpreendente, variando de tons de cinza e marrom a vermelho, preto e até verde.

Por sua vez, os bancos de areia — formados pelo movimento das ondas e das correntes — são depósitos de areia ou sedimentos próximos à praia, de formação longa e estreita, situados paralelamente à linha costeira. Têm como base os mesmos sedimentos. Alguns bancos de areia podem chegar a dezenas de quilômetros de comprimento.

Engana-se, porém, quem imagina que as areias são eternas. Depois de milhões de anos, seus grãos também morrem. Tudo acontece ali na praia mesmo: empilhado pelo peso enorme das novas camadas de areia que continuamente chegam à costa, o grão desce a centenas de metros de profundidade e volta a ser pedra, formando o assoalho oceânico. Da pedra ao pó, do pó à pedra.

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