Cientistas brasileiros encontram bactéria capaz de transformar lixo plástico em bioplástico

Nomeado de BR4, o micro-organismo produz um material que pode ser usado na fabricação de embalagens realmente sustentáveis

Por: Vand Vieira -
12/02/2025
40% do lixo plástico que chega ao oceano são embalagens. Foto: YuriArcursPeopleimages/Envato

Micro-organismos desenvolvidos por cientistas brasileiros, a partir de amostras de solo contaminado por plástico, representam um grande avanço na busca por alternativas mais eficientes ao uso desse tipo de material.

Destaque do estudo, a bactéria catalogada como BR4 consegue decompor o tereftalato de polietileno (PET) — um dos plásticos mais reciclados no mundo — e, de quebra, produzir um bioplástico de alta qualidade, o polihidroxibutirato (PHB).

 

Combinado a unidades de hidroxivalerato (HV), esse material ganha ainda mais flexibilidade e resistência e seria uma ótima opção para a fabricação de embalagens que sejam, de fato, sustentáveis.

Lixo plástico é um perigo para a vida dentro e fora da água
Foto: melis82/Envato

“De modo geral, [o plástico reciclado] atualmente tem propriedades e aplicações inferiores e são descartados após a utilização”, explica Fábio Squina, professor da Universidade de Sorocaba (Uniso) e coordenador da pesquisa.

Além de bioplásticos, esses microrganismos podem ser aproveitados para a produção de outros compostos químicos com aplicações na agricultura, em cosméticos e na indústria alimentícia– destaca Squina

“Para chegar a esse e outros resultados, nós sequenciamos os genomas e avaliamos o potencial genético de 80 bactérias, entre novas e já descritas e associadas à degradação de polímeros plásticos”, completa o pesquisador.

 

Divulgado e apoiado por meio de 13 projetos da FAPESP, o trabalho envolveu colaboradores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do ABC (UFABC).


O impacto do lixo plástico no meio ambiente

De acordo com um levantamento feito pelo banco Credit Suisse e publicado pela revista Exame, anualmente, cerca de 350 milhões de toneladas de plástico tornam-se resíduos que ameaçam a vida marinha, por exemplo.

Foto: Studio_OMG / Envato

Aliás, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que 85% dos resíduos que chegam aos oceanos são oriundos do uso de plásticos e que o total que levou a esse índice deve triplicar até 2040.

 

É importante destacar que o equilíbrio fora d’água também está em risco nesse cenário, já que aves, mamíferos e outros grupos dependem direta ou indiretamente desse ecossistema.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Tags

    Relacionadas

    Estreia nas águas: Azimut Fly 56 será destaque no Rio Boat Show 2025

    Marca italiana terá 5 barcos no salão, de 26/04 a 04/05, incluindo iate de Cristiano Ronaldo

    E1 Series 2025 tem superastro do basquete, Will Smith provocando Brady e liderança de Nadal

    Segunda temporada da competição de barcos elétricos já teve LeBron James "roubando" o Team Brazil

    Superiate com duas piscinas de imersão tem ainda exterior customizável

    Embarcação da Majesty Yachts, dos Emirados Árabes Unidos, permite que proprietário adapte áreas de popa, flybridge e proa

    Após 7 anos de proibição, ICMBio libera turismo ecológico com barcos na Ilha dos Lobos

    Turistas poderão realizar passeios sem desembarcar ainda no 1º semestre; região abriga lobos e leões-marinhos

    Rio colorido e passeio em geleira: conheça destinos encantadores no Dia Mundial da Água

    Em homenagem à imensidão azul, NÁUTICA preparou lista onde a água doce é destaque