Ameaçadas de extinção, baleias-francas são monitoradas via satélite pela 1ª vez no Brasil
Iniciativa visa entender padrões de migração para ajudar a conservar a espécie. Saiba como acompanhar a movimentação dos animais


De junho a novembro, as baleias saem da Antártica rumo ao Brasil à procura de águas quentinhas para se reproduzirem. Entre elas estão as baleias-franca (Eubalaena australis), que encontram refúgio, principalmente, no litoral de Santa Catarina. E é justamente por lá que, agora, a espécie ganhou a ajuda da tecnologia para driblar a ameaça de extinção.
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Um projeto conduzido por pesquisadores do projeto ProFranca, do Instituto Aqualie e do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul vai monitorar baleias-franca em tempo real, através do uso de satélites. O objetivo é conservar a espécie, que tem sua população atualmente ameaçada, através do entendimento de seus padrões de migração.


Essa será a primeira vez que um trabalho como esse será feito no Brasil. Ao todo, oito baleias que estavam em Imbituba — conhecido como um berçário natural da espécie –, no sul de Santa Catarina, receberam os transmissores.
Através dos satélites, pesquisadores conseguirão identificar o caminho feito pelas baleias-francas entre a Antártica e Imbituba, conseguindo, assim, traçar meios de proteger esse corredor e preservar a espécie.
Por meio do site oficial do projeto ProFranca, é possível acompanhar o caminho feito pelos animais, batizados de Moçamba, Guarda, Garopa, Ibira, Itapira, Galheta, Jagua e Rincão. A baleia Ibira, inclusive, é conhecida desde 2004, ano em que nasceu. Em 2012 foi registrada com um filhote e, desde então, já teve pelo menos outros dois filhotes em Santa Catarina.


Satélites são alocados nas baleias-francas como “brincos”
Os satélites que vão monitorar as baleias-francas são alocados no animal através de um processo conhecido como telemetria, que implica em instalar o dispositivo no dorso das baleias, como se fossem “brincos”, através de uma espécie de “arpão” com ar comprimido.


O transmissor fica aparente no dorso do animal, assim, sempre que a baleia for à superfície para respirar, o dispositivo vai emitir um sinal para os satélites, com sua localização em tempo real.
O processo não oferece riscos ao animal, mas pode gerar uma reação ao disparo. O biólogo Federico Sucunza, que faz esse trabalho há 15 anos, revelou ao G1 que “hoje em dia, a maior ameaça para a conservação das baleias a nível mundial é a colisão com embarcações”.
“Como a gente sabe que ela vai utilizar esses corredores em períodos específicos, a gente pode fazer proposições, tanto de velocidade quanto de evitar essas rotas para minimizar o impacto”, explicou o biólogo.
A expectativa é que os transmissores emitam o sinal por um ano, tempo suficiente para que os pesquisadores monitorem todo o ciclo migratório dessas baleias. Conforme os resultados, mais transmissores podem ser aplicados na próxima temporada migratória.
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