Modelo de barco utilizado por Cleópatra há 2 mil anos foi encontrado na costa do Egito

Embarcação de 35 metros era considerada de luxo e exigia ao menos 20 remadores para navegar

11/12/2025
Pesquisadores encontraram vigas bem preservadas, com inscrições em grego datadas da primeira metade do século 1 d.C. Foto: Christoph Gerigk / Divulgação

Pela primeira vez, os destroços de um barco ao estilo do que Cleópatra usou para mostrar a Júlio César as maravilhas do Egito, ainda em 47 a.C, foram encontrados na costa da antiga cidade de Alexandria (Egito). O naufrágio dessa “barcaça de recreio”, como eram chamadas as embarcações luxuosas que atendiam à nobreza egípcia, está estimado em 2 mil anos.

Os grandes responsáveis pelo achado do também conhecido como “thalamago” foram os escavadores do Instituto Europeu de Arqueologia Submerina (IEASM). Os destroços estavam no porto da ilha de Antirhodos, dentro do “Portus Magnus”, o grande porto de Alexandria, onde ficavam palácios e templos como os de Cleópatra e Marco Antônio.

Foto: Christoph Gerigk / Divulgação

O local do achado é bastante sugestivo, uma vez que esse tipo de barco, considerado de luxo, era amplamente utilizado pela corte real para excursões. Não à toa, especialistas apontam que a barca foi projetada para abrigar um pavilhão central e uma cabine decorada.


Com cerca de 35 metros de comprimento e 7 metros de largura, arqueólogos estimam que esse thalamago exigia ao menos 20 remadores para navegar. “É extremamente emocionante porque é a primeira vez que um barco desse tipo é descoberto no Egito”, disse Franck Goddio, da Universidade de Oxford, em entrevista ao The Guardian.

Esses barcos foram mencionados por diferentes autores antigos, como Estrabão [nos séculos 25-29 a.C.]. Mas [um barco de verdade] nunca havia sido descoberto antes– ressaltou Goddio

Como os destroços foram encontrados próximos às escavações do templo de Ísis, na ilha de Antirhodos, pesquisadores acreditam que a barca pode ter afundado durante a destruição do monumento, por volta de 50 d.C. A localização ainda sugere que a embarcação tinha função ritual, possivelmente ligada às cerimônias náuticas em homenagem à deusa Ísis.

Foto: Christoph Gerigk / Divulgação

Segundo Goddio, a barcaça poderia ter pertencido ao próprio santuário e participado do ritual Navigium, uma procissão em que a embarcação encontrava outra barca ricamente decorada, representando a deusa. Barcos desse tipo eram comuns no Egito ptolomaico, incluindo os luxuosos palácios flutuantes — como o célebre barco de Cleópatra VII, usado para impressionar Júlio César em 47 a.C.

 

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