Barco hotel é ponto chave para estudos nas águas da Bacia do Rio Araguaia

Com três andares, a embarcação leva pesquisadores por mais de 3 mil km para estudar a vegetação e a qualidade da água

06/03/2025
Foto: Ana Paula Rehbein / Reprodução

Morar em um barco nem sempre é sinônimo de luxo ou de uma mudança de estilo de vida. Para alguns pesquisadores, a ação é sinônimo de trabalho. Nas águas do Rio Araguaia, em Tocantins, esses profissionais usam um “barco hotel” de três andares para mapear e preservar a bacia hidrográfica deste importante corredor ecológico.

Anualmente, o barco hotel percorre cerca de 3,5 mil km com os especialistas a bordo. Alguns deles, geralmente os que desenvolvem estudos mais complexos, chegam a permanecer na embarcação por 30 dias.

Foto: Ana Paula Rehbein / Reprodução

Neste ano, 35 profissionais de diversas universidades do Brasil estão “hospedados” na embarcação. O barco é parte essencial de um trabalho que visa analisar plantas que estão na superfície da água, a qualidade de lagos e a recuperação do rio após o período de estiagem.


Ao G1, Ludgero Cardoso, coordenador do projeto, destacou que “nos últimos anos, a ocupação humana na região do Araguaia tem aumentado”, o que, segundo ele, “também traz impactos”.

É importante que prefeituras, estados e agências de financiamento de pesquisa se unam para tentar conservar ao mesmo tempo que a gente cresce economicamente– explicou

As pesquisas anuais permitem aos pesquisadores analisar as mudanças na região. Em 2023, por exemplo, o especialista em gestão ambiental, Lucas Tabeira Monteiro, realizou estudos sobre a concentração preocupante de mercúrio nos peixes do rio Araguaia. Agora, ele analisa os sedimentos no fundo do rio e dos lagos.

Na Amazônia, a proporção de metilmercúrio é em torno de 1 a 2%. Aqui na Araguaia, nós encontramos a proporção de até 22%– contou

Para a botânica Lorena Lana Camelo, as pesquisas são um meio de saber mais da região, que ainda carece de informações sobre sua vegetação.

 

“O nosso objetivo é catalogar as espécies e diminuir a lacuna de conhecimento em relação à vegetação da Bacia do Rio Araguaia, que ainda foi muito pouco estudada e existe uma lacuna de conhecimento muito grande em relação a vegetação daqui”, destaca.

Foto: Ana Paula Rehbein / Reprodução

Neste ano, as atividades começaram no início de fevereiro. A iniciativa faz parte do grupo Aliança Tropical de Pesquisa da Água, que une mais de 200 pesquisadores do Brasil e da Austrália.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Destroços de barco medieval são achados em antigo mercado de peixes na Espanha

    Durante escavações, arqueólogos encontraram fragmentos de um navio afundado há cerca de 600 anos

    Exclusivo: Mestra Boats anuncia nova lancha de 27 pés para o São Paulo Boat Show 2025

    José Eduardo Cury, presidente do estaleiro, revelou detalhes do modelo inédito no Estúdio Náutica. Confira!

    Exclusivo: Solara Yachts anuncia lancha de 44 pés e casa flutuante futurista

    Celso Antunes, dealer do estaleiro, revelou novidades que devem chegar em setembro, no São Paulo Boat Show

    De São Paulo a Pernambuco: tartaruga-verde registrada pelo Tamar reaparece após 24 anos

    Animal foi cadastrado em Ubatuba em 2001 e encontrado adulto, desovando em Fernando de Noronha

    NÁUTICA Talks recebe cerca de mil visitantes no Rio Boat Show 2025

    Palestras foram promovidas pela Revista Náutica durante os nove dias do evento