Corrosão ou oxidação? Confira as principais dúvidas sobre ferrugem nos barcos
Nem tudo está perdido quando as primeiras manchas começam a aparecer na embarcação. Veja o que fazer!


Todo mundo sabe que barco foi feito para a água, portanto nada mais natural que sofra as consequências do meio em que ele vive. Nesse cenário, um dos maiores pesadelos é a ferrugem. E como todas as embarcações contêm metais — mesmo as com casco em fibra de vidro —, nenhuma está inume aos riscos.
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Quando se trata da água do mar, a situação é mais grave. O sal potencializa o processo de corrosão, que se manifesta até nos ambientes onde o barco não tem contato direto com a água — bastam os efeitos da maresia ou da falta de neutralização da corrosão nas partes submersas do casco.


Logo, nem sempre é desleixo do dono da embarcação. A oxidação em ferragens de aço inox pode aparecer até mesmo em barcos extremamente bem cuidados. Quando a ferrugem se manifesta por fora é porque já está bem mais adiantada por dentro dos componentes.
Na maioria das ferragens de convés, a corrosão é apenas um inconveniente estético. Mas, quando em motores ou propulsores, a ferrugem pode provocar estragos maiores e mais sérios.
Corrosão e ferrugem são a mesma coisa?
Para essa pergunta, a resposta é: não! Corrosão é um processo que provoca desgaste de uma liga metálica. Já ferrugem nada mais é do que um caso particular de corrosão no ferro. A rigor, portanto, barcos nem deveriam usar a expressão “ferrugem”, mas sim “oxidação”, porque ferro mesmo é o que eles menos têm.


Mesmo assim, seja ferrugem ou oxidação, o fato é que ambos são um problemão. Mas há como se prevenir do problema se alastrar. Num barco, vale tudo para tentar ganhar esta guerra contra um inimigo que corrói tudo — inclusive a paciência dos donos.
Sendo assim, a Revista Náutica reuniu as principais dúvidas sobre a ferrugem no barco — e, claro, suas devidas respostas. Confira abaixo!
Dúvidas mais comuns sobre ferrugem no barco
Corrosão e oxidação são a mesma coisa?
Não. Oxidação é uma reação química, na qual um material ou elemento se une ao oxigênio, formando um novo composto: um óxido. Nem toda oxidação de metal gera corrosão, pois ela só ocorre quando esta reação química provoca a perda de material de uma das partes envolvidas.
A ferrugem ataca mais no mar?
A reposta é sim. Além do sal, o mar também tem cloro natural que acelera a corrosão, porque transforma a água em um eletrólito mais eficiente, aumentando sua condutividade elétrica — e eletricidade acentua a corrosão. Isso faz com que a ferrugem apareça no barco e avance bem mais depressa do que na água doce.
Onde a corrosão costuma atacar mais?
Nas ferragens do convés, especialmente nos guarda-mancebo, âncora e escadinha de popa. Mas partes metálicas submersas (como eixos, rabetas, hélices e lemes) também estão sujeitas à corrosão, embora com menos intensidade, já que anodos de sacrifício protegem bem estas peças.
Aço inoxidável também enferruja?
Sim, dependendo da qualidade do aço e dos cuidados do dono do barco. Alguns fabricantes usam ligas mais baratas que resistem menos à corrosão. Há, também, o cloro (presente na água salgada), e que é até capaz de perfurar a camada protetora do aço convencional.
Por isso, os mais recomendados são os aços com especificação ABNT 316, que têm alto teor de cromo e suportam bem o cloro do mar. Mas — atenção! — estes não resistem aos cloros químicos nem à água sanitária. Portanto, nada disso na limpeza do barco!


Se o inox for riscado ou lixado ele pode enferrujar?
Não. A camada de óxidos de cromo que revestem os aços inox volta a se formar automaticamente — e muito rapidamente — quando em contato com o ar. Mas é preciso cuidado com os serviços de soldagem em peças de inox: eles podem alterar a quantidade de cromo no local onde houve a fusão do material e provocar corrosão.
Por que aço inox em contato com alumínio gera corrosão?
A resposta está na corrosão galvânica. Ela ocorre sempre que dois metais diferentes entram em contato em qualquer meio que possa transmitir eletricidade. Como o alumínio é menos nobre que o inox, ele será corroído.
Isso vale também para os parafusos no aço inox — o que é bem comum nos guarda-mancebos, onde a peça é de aço e as abraçadeiras de alumínio. Evite, portanto, colocar dois metais diferentes em contato direto. Se tiver que fazê-lo, coloque um isolante no meio.
Além da água, o que mais pode causar corrosão acentuada num barco?
A fuga de corrente elétrica para uma parte metálica submersa ou desprotegida de anodo de sacrifício. A energia pode dissolver qualquer metal em questão de dias!


Existe receita caseira para prevenir a corrosão?
Sim. Lavar bem as ferragens com água doce e sabão depois dos passeios — tanto no mar quanto em água doce. O polimento com cera náutica também blinda bem contra a corrosão.
Em qual estágio a ferrugem ainda tem cura?
Sem dúvidas, bem antes de perfurar as partes do barco. Em cascos de aço, se for descoberta ainda cedo, o jateamento seguido de pintura resolve o problema. Mas se a ferrugem atacar eixos e propulsores, é bem provável que o funcionamento destes componentes já esteja comprometido — portanto, tarde demais.
Na grande maioria das peças de aço inox, basta um simples polimento para resolver o problema. Por outro lado, parafusos enferrujados precisam ser trocados por novos, porque não vale a pena tentar salvá-los.
Mais dúvidas? Extras para evitar a ferrugem no barco:
- Lavou o barco? Seque cada cantinho. Especialmente os parafusos, que corroem facilmente;
- Não use vinagre para limpar o aço inox. Ele deixa a superfície mais aderente ao sal do mar.
Depois disso, não restam mais dúvidas: basta seguir as dicas de NÁUTICA e ser o inimigo número 1 da ferrugem no barco. Assim, seu pesadelo estará com os dias contados.
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