Evolução dos jets é destaque no Museu da Moto Aquática, no São Paulo Boat Show

Espaço apresenta desde o primeiro modelo da Sea-Doo, lançado em 1968, até o mais atualizado da marca, lançado neste ano

24/09/2024
Foto: Victor Santos/Revista Náutica

Se hoje os jets se comportam como verdadeiros monstros sobre as águas, cheios de potência e recursos tecnológicos, é porque trilharam um longo caminho de evolução ao longo do tempo. Afinal, já se vão 56 anos desde o dia em que a canadense BRP lançou sua primeira moto aquática — o jet 320, de 1968, da Sea-Doo.

De lá para cá, muitas coisas mudaram, desde o tamanho das embarcações até a tecnologia embarcada. A boa notícia é que essa rica história se mantém viva e em exposição no Museu da Moto Aquática, atração do São Paulo Boat Show 2024. Por lá, o público confere cinco modelos que mostram como tudo começou e até onde esse universo já chegou.

Foto: Revista Náutica

Olha que a exposição tem feito sucesso. Quem passa pelo estande encontra de crianças a idosos surpresos com as mudanças, com comentários que vão desde a semelhança do guidão do modelo 1968 com o da bicicleta, até percepções sobre o tamanho que entrou em uma crescente desde a estreia.

 

Deninho Casarini, responsável pelo Museu da Moto Aquática no São Paulo Boat Show, conta que é gratificante poder viabilizar um espaço como esse em um evento tão voltado aos amantes da náutica.


“Sou um apaixonado por jet, tenho 40 e poucos jets antigos. Proporcionar isso é um orgulho, fora que é muito legal para quem compra um jet saber como tudo começou. É história, cultura”, afirma, em entrevista à NÁUTICA.

O que o Museu da Moto Aquática está exibindo

O jet de 1968 surgiu de um desejo da Bombardier de fabricar um veículo similar ao snowmobile, que já vendiam, mas voltado para a água em vez de para a neve.

Foto: Revista Náutica

Deninho conta que, ao longo de três anos, foram feitas cerca de 200 unidades, com motor de 18 hp, mas a ideia não vingou. “Estava à frente da época. Ninguém entendia e era muito artesanal, dava muito problema”, comenta.

Foto: Revista Náutica

Ele explica que as coisas começaram a mudar depois que a Kawasaki lançou, em 1978, um jet de pilotagem em pé — grande sucesso que explodiu no mercado. De olho nas tendências, a Sea-Doo apresentou, em 1988, o modelo SP.

Foto: Revista Náutica

Com capacidade para dois passageiros, o modelo contava com cores vibrantes e acabamento superior ao jet de estreia. Deninho relembra que esta foi a primeira moto aquática com linha de produção e a primeira a pegar volume na indústria.

Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica

Diante do sucesso da garupa, a Sea-Doo decidiu apostar em um modelo com três lugares — o Sea-Doo GTI, de 1989. Com cerca de 2,98 metros de comprimento, o jet alcançava velocidade máxima de cerca de 95 km/h.

Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica

Mas foi em 2003 que a evolução deu um salto, com o Sea-Doo GTX. Aqui, o motor já era similar aos de hoje e, enquanto o GTI de 1989 oferecia assentos praticamente retos, a novidade apresentava bastante ergonomia e embarque facilitado.

Foto: Revista Náutica

“Marcou a evolução da moto aquática no mundo. Todo mundo que andou nesse jet ficou encantado, era inacreditável. Foi como comparar um Audi moderno com um Gol”, destaca Deninho.

Foto: Revista Náutica

Na linha do tempo, o jet que representa a atualidade é o RXT 325, de 2024. “É de última geração, o mais potente e com melhor casco do mercado”, define o curador do museu.

Foto: Revista Náutica

Em um passeio com essa moto aquática, os passageiros dispõem de som, painel com GPS, apoio acolchoado para os joelhos, compartimento para celular e potência de 325 hp. Para efeitos de comparação, o modelo tem 3,45 metros.

Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica
Foto: Revista Náutica

Além de todos os aspectos visuais e tecnologias que avançaram conforme o passar do tempo, Deninho destaca que os jets atuais têm mais êxito em manter os passageiros secos e em proporcionar uma navegação mais macia.

 

O Museu da Moto Aquática fica dentro do salão náutico e permanece disponível até esta terça-feira (24), último dia da 27ª edição do evento.

São Paulo Boat Show 2024

Consagrado como o maior evento náutico da América Latina, o salão que acontece desde 1998 reúne, neste ano, mais de 170 barcos, disponíveis para o público conhecer e comprar. Nesta 27ª edição, os visitantes ainda podem participar do sorteio de uma lancha Focker 188 Joy, equipada com motor Yamaha.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Tradicionalmente, o evento revela os principais lançamentos do ano, com estaleiros nacionais e internacionais apresentando barcos e jets de todos os modelos, preços e tamanhos. O público ainda confere motores, equipamentos, acessórios, brinquedos aquáticos, decoração e produtos de luxo — como resorts e helicópteros — expostos no Espaço dos Desejos.

 

Anote aí!

Quando: De 19 a 24 de setembro de 2024
Onde: São Paulo Expo (Rodovia dos Imigrantes, 1,5 km – Vila Água Funda, São Paulo – SP, 04329-900)
Horário: Quinta-feira das 15h às 22h e nos demais dias das 13h às 22h
Mais informações: site do evento
Ingressos: site oficial de vendas

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Tags

    Relacionadas

    SailGP 2025: Brasil enfrenta vento forte e colisão com alemães em etapa da Austrália

    Sob o comando de Martine Grael, o Mubadala Brazil SailGP Team alcançou a 10ª colocação em Sydney

    Experts em charter e mergulho, Tatiana e Alcides são novos influenciadores NÁUTICA

    Casal vive em catamarã a vela desde 2011, onde navega pelos destinos mais paradisíacos do mundo

    Ventura vai exibir quatro lanchas no Miami Boat Show 2025

    Confira os barcos que o estaleiro mineiro reúne no salão náutico norte-americano até o dia 16

    Turismo náutico de base comunitária: regularização e oportunidades

    Bianca Colepicolo, especialista no assunto, comenta sobre os desafios jurídicos e ambientais enfrentados no setor

    Schaefer atraca com oito barcos no Miami International Boat Show 2025

    Pela nona vez no salão náutico, estaleiro catarinense terá modelos de 33 a 66 pés expostos a partir desta quarta (12)