Fórum Náutico Paulista lança barco que custa menos de R$ 100 mil
Para estimular indústria náutica de São Paulo, projeto Meu Primeiro Barco traz embarcação a preço mais acessível
Uma lancha em fibra de vidro que, já equipada com motor e itens de série, custa menos de R$ 100 mil. A SPrint 16 é a novidade que o Fórum Náutico Paulista (FNP) apresentou na manhã desta sexta-feira (20), na Represa de Guarapiranga, em São Paulo. O modelo faz parte do projeto Meu Primeiro Barco, que busca alavancar a indústria náutica paulista.
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Graças à iniciativa, o barco de 16 pés pode ser comprado a partir de R$ 98,8 mil, para os primeiros modelos vendidos, já pronto para navegar. O projeto, idealizado por Benedito Prado Neto e Marcio Dottori, e realizado pela Câmara da Indústria Náutica do Fórum Náutico Paulista surgiu em 2016, ainda dentro da Revista Náutica, onde ocorriam as reuniões das Câmaras.
É um filho de toda a indústria náutica paulista. Batalhamos muito por ele e conseguimos implantar o projeto– Marcio Dottori, um dos fundadores do FNP, sobre a SPrint 16
O objetivo do Meu Primeiro Barco é lançar barcos de diferentes categorias, como lanchas, veleiros ou infláveis, a preços atrativos para atrair novos navegadores, ao mesmo tempo que impulsiona o mercado náutico do estado de São Paulo.
Para atingir a finalidade do programa, a embarcação deve atender a alguns requisitos: ser muito segura, insubmersível, ter capacidade para pelo menos cinco pessoas, ser multiuso (passeio, esqui/wake, pesca e mergulho, no caso de lanchas) e estar totalmente pronta para navegar, incluindo até mesmo o material de salvatagem e a carreta rodoviária.
Além disso, o conjunto barco-carreta não pode ultrapassar 750 kg — para facilitar o reboque por uma camionete ou SUV — e os componentes, sempre que possível, devem ser fornecidos pela indústria náutica paulista. Entre os parâmetros do projeto está o preço: deve ficar na casa dos R$ 100 mil.
A SPrint 16, apresentada no Clube de Campo do Castelo, atende a todas essas demandas com maestria. A lancha, produzida pela Kuarup Náutica em parceria com a Yamaha, Arieltek e a Korg Carretas, foi totalmente fabricada com itens do mercado náutico paulista, com exceção do motor. Ainda assim, é um barco 100% nacional, privilegiando a indústria náutica do nosso país.
Não há nem um parafuso nesse barco que não tenha sido produzido no Brasil– Marco Antônio Castello Branco, presidente do FNP
Com 16 pés (5 m de comprimento e 2 m de boca), a embarcação em fibra de vidro é equipada com um motor de popa Yamaha de 60 hp (4 tempos). Até 5 pessoas podem navegar no barco, seja para passear, pescar, mergulhar ou até mesmo praticar esportes aquáticos, como wakeboard.
Nós transformamos o convés em um convés versátil, tanto para utilização quanto na hora de guardar, já que ela pode ser rebocada. Você pode tê-la em uma marina ou levar para vários lugares– Dóris Miller, diretora comercial da Kuarup Náutica
O estaleiro, a propósito, já laminou barcos para as marcas Fishing e Laleman — de onde saiu o casco da SPrint 16.
“Vamos divulgar [o barco] para todas as marinas do estado de São Paulo, temos mais de 400 marinas e garagens náuticas. Dois terços delas estão no interior do estado, navegando em lagos, represas, rios. Justamente o perfil desta embarcação”, conta Paulo Cossa, coordenador da câmara da indústria náutica no FNP.
Outras embarcações do Projeto Meu Primeiro Barco
A SPrint 16, contudo, não é a primeira embarcação desenvolvida a partir do Projeto Meu Primeiro Barco. Já foram criados, como protótipos ou já navegando, três modelos: uma lancha de alumínio, da Levefort (Malibu 16 Sport), um veleiro de fibra, da Veleiros Flash Craftec (Flash 170) e, claro, a lancha de fibra da Kuarup Náutica (SPrint 16).
A Malibu 16 Sport, primeira lancha do projeto a sair do papel, foi, inclusive, testada por Marcio Dottori, que, na época, atuava como diretor técnico do Grupo Náutica. O modelo ainda foi exposto em 2017 em uma Feipesca, que aconteceu junto com o São Paulo Boat Show daquele ano, no São Paulo Expo.
Vale mencionar que uma primeira versão da SPrint 16 surgiu ainda em 2019. O modelo, que também chegou a ser exposto no São Paulo Boat Show daquele ano, foi novamente produzido pela Kuarup Náutica, em uma parceria com a Ford.
Na época, a fabricante trabalhou em parceria com a engenharia do estaleiro de Caçapava para desenvolver um motor de hidrojato, que equipou a embarcação. Por fim, com a chegada da pandemia, a Ford encerrou suas atividades no Brasil e, com isso, a continuidade do barco foi inviabilizada.
Projeto nasceu dentro do Fórum Náutico Paulista
O Fórum Náutico Paulista existe, oficialmente, desde 2016, embora tenha começado, ainda nas primeiras braçadas, em 2013, com a participação da Revista Náutica, do São Paulo Boat Show, Governo do Estado de São Paulo e Acobar.
Em 2016 começaram as primeiras reuniões do FNP na Revista Náutica, que na época, tinha sua sede na Faria Lima — hoje em dia, o escritório funciona no Itaim Bibi. Marcio Dottori, inclusive, que atuou como consultor e diretor técnico do Grupo Náutica de 1992 a 2018, foi um dos fundadores do FNP em 2016, trabalhando no Fórum como coordenador das Câmaras de Turismo, Navegação e Segurança, de 2016 a 2022.
O Fórum Náutico Paulista é dividido em quatro câmaras: Câmara de Marinas e Meio Ambiente, Câmara Temática de Turismo, Câmara Temática da Indústria Náutica (cujo nome inicial era Câmara de Motores) e Câmara de Navegação e Segurança. Até 2022, o FNP estava sediado na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo e, neste ano, passou para a Secretaria de Turismo.
“Vale agradecer o presidente do FNP, Marco Antonio Castello Branco, o presidente do Grupo Náutica, Ernani Paciornik. Ambos apoiaram muito o desenvolvimento da indústria náutica paulista em uma série de ações que culminaram na criação do Fórum e suas realizações. Prova disto é que, atualmente, o setor náutico paulista está inserido no turismo oficial do Estado de São Paulo, dada sua importância econômica e fomentadora de renda e empregos”, comentou Marcio Dottori.
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