Golfinho ‘carente’ tem mordido banhistas no Japão em busca de atenção
Um golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) que navega pelas águas da Baía de Wakasa, no Japão, tem demonstrado que a carência chega também ao fundo do mar. Isso porque a espécie, considerada inteligente e sociável, tem mordido banhistas que nadam por lá — e uma das explicações seria, segundo estudiosos, que o animal está apenas “solitário”.
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Essa solidão vem dando sinais a quem nada na baía desde 2022, quando 21 pessoas relataram “ataques de golfinhos” na região. Em 2023, esse número caiu para 10 e, até agora, em 2024, já são 18 relatos de ataques dos animais à Prefeitura de Fukui, no Japão.


Observadores sugerem que os incidentes estão ligados ao mesmo golfinho, com base em cicatrizes de feridas em sua nadadeira caudal — marcas que podem ser usadas para identificar um indivíduo.
Por que o golfinho carente ataca humanos?
Apesar dos relatos de quem leva uma mordiscada do animal se referirem ao momento como um “ataque”, pesquisadores acreditam que o golfinho, na verdade, esteja demonstrando afeto.
“Se ele realmente quisesse atacar, poderia ter vindo atacando com força total e mastigado. Mas ele está mantendo a mordida suave para os padrões dos golfinhos, então provavelmente é um gesto amigável, em vez de uma tentativa total de ataque”, explicou Tadamichi Morisaka, ecologista de golfinhos da Universidade de Mie, no Japão, à Nature News.
Os golfinhos nariz-de-garrafa são animais altamente sociais e essa sociabilidade pode ser expressa de maneiras muito físicas– Simon Allen, biólogo do Shark Bay Dolphin Research, à BBC News
O golfinho, aparentemente, está isolado de seu grupo, sem poder exercer uma característica comum da espécie: a de formar “parcerias estreitas, afetuosas e duradouras” com outros machos, conforme explicou Morisaka.


O ecologista detalha que “ficar em pares dá a eles melhor acesso às fêmeas, porque dois são mais fortes do que um”.
Morder gentilmente é um desses comportamentos pró-sociais. O golfinho está agindo como se estivesse brincando com um companheiro, mas com humanos– explica o ecologista
Ainda nesse sentido, alguns pesquisadores acham que o golfinho carente pode estar tentando se envolver em comportamentos de acasalamento. O problema é que, mesmo que não haja intenção de causar dano, o tamanho e a força do animal tornam isso perigoso.
Putu Mustika, pesquisadora marinha da James Cook University, na Austrália, disse ao New York Times que “golfinhos, quando estão acasalando, podem ser muito selvagens”. “O indivíduo na Baía de Wakasa pode ser apenas um ‘golfinho solitário e excitado’”, acrescenta.
Apesar de as teorias descartarem uma atitude violenta vinda do golfinho carente, pesquisadores ressaltam que animais como esse em situação de defesa podem agir agressivamente — sendo capazes de abater até mesmo espécies como o tubarão-tigre.
A recomendação, então, é que, ao avistar um golfinho, banhistas saiam da água e observem-no da costa.
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