Tubarão-tigre monitorado navega mais de 2 mil quilômetros e surpreende pesquisadores

Fêmea possivelmente grávida foi de Fernando de Noronha à Bahia; sua rota é assistida via satélite

02/09/2024
O projeto Tubarões e Raias de Noronha é dedicado à conservação das espécies. Foto: Instagram @biarangel.sharks/tubaroes.raias.noronha/Bruno Galvão/Reprodução

Acompanhar a movimentação dos animais ajuda cientistas a entender seus comportamentos e, assim, traçar estratégias eficazes de conservação. Por isso, estudiosos marcaram um tubarão-tigre do arquipélago de Fernando de Noronha com um transmissor via satélite — e o resultado os surpreendeu.

A fêmea, batizada de Pérola, navegou mais de 2 mil quilômetros, indo de Fernando de Noronha à Itacaré, na Bahia. Possivelmente prenhe, ao migrar ao sul, segundo cientistas, o animal podia estar em busca de áreas mais seguras para o nascimento dos filhotes — comportamento comum entre várias espécies de tubarões.

 

 

A pesquisa é desenvolvida pelo Projeto Tubarões e Raias de Noronha e Arabia Saudita King Abdullah University of Science and Technology (KAUST), instituição da Arábia Saudita, e busca responder a perguntas como “por que alguns tubarões-tigre marcados em Noronha migram para outros locais?”, “existem tubarões Noronhenses, ou seja, que são residentes no arquipélago?”.

Foto: Instagram @biarangel.sharks / tubaroes.raias.noronha / Egon Valença / Reprodução

Bianca Rangel, coordenadora do Projeto Tubarões e Raias de Fernando de Noronha e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), explica que outros tubarões-tigre marcados em Fernando de Noronha e rastreados com essa tecnologia por outras equipes de pesquisa seguiram rumo à costa do Brasil e até mesmo rumo à África”.

A surpresa é que, nos tubarões rastreados em estudos anteriores, os animais não foram tão ao sul, como está se deslocando esta fêmea– destacou Rangel

A tecnologia utilizada para monitorar Pérola foi usada também em outros sete tubarões-tigre baseados em Noronha — que permanecem nas redondezas do arquipélago.


O equipamento permite aos estudiosos um acompanhamento diário dos animais, garantindo informações que, para Rangel, “são essenciais para a conservação dos tubarões”. O relatório foi divulgado e pode ser acessado aqui.

 

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