Você sabe porque o Green Peace está jogando pedras no mar?
![](https://nautica.com.br/wp-content/uploads/2021/03/GPBT-1.jpeg)
O Bottom Trawling é um método de pesca agressivo que não faz distinção entre os espécimes marinhos no momento da atividade. Imensas redes de pesca são jogadas no mar — com a altura de um prédio de três andares e a largura de um campo de futebol — e são arrastadas até varrer uma quantidade considerável (centenas de toneladas) de vida marinha em seu caminho.
O problema é que esse procedimento destrói ecossistemas inteiros por onde passa e, os animais que não vêm a falecer instantaneamente, acabam morrendo ao voltar pro mar. Existem, inclusive, os Supertrawlers, que fazem todo esse trabalho com redes ainda maiores, e com aparato pronto para congelar e armazenar os peixes destinados ao consumo humano.
Inscreva-se no canal de NÁUTICA no YouTube e ATIVE as notificações
Tudo isso tem ocorrido de forma exacerbada, principalmente na costa do Reino Unido. E foi aí que o Greenpeace resolveu intervir. A solução? Lançar pedras imensas no oceano.
O Greenpeace é uma organização não governamental (ONG) focada, especialmente, em pautas relacionadas ao meio ambiente. Apesar de ter sua sede principal na Holanda, o Greenpeace possui escritórios espalhados em mais de 55 países mundo afora, atuando onde for preciso.
Leia também
» Especialista na construção de barcos, Jorge Nasseh publica novo livro sobre Infusão a Vácuo
» Marca do grupo italiano Azimut aumenta investimentos em iates de baixa emissão de carbonos
» Estúdio Italiano cria barco com casco inovador em prol da acessibilidade
A ONG, que é reconhecida mundialmente pelo seu incrível trabalho pró meio ambiente, recorreu a recursos extremos. A esperança é de que, com essas pedras pelo caminho, a prática diminua, devido ao risco de danificar o equipamento de pesca.
A indústria pesqueira ainda tentou recorrer, classificando as ações como ilegais e perigosas. Ela alega que, caso alguma embarcação venha a laçar alguma dessas pedras, existe o risco de virar o navio inteiro e colocar toda uma tripulação em risco. O Greenpeace, todavia, já havia se preparado: antes mesmo dessa afirmação, já forneceu a localização exata de cada pedra às autoridades marinhas.
A esperança da ONG é de que essa atitude sirva pelo menos para atenuar a atividade. Muitos animais são capturados acidentalmente nessa pesca, como tartarugas e arraias, e acabam sendo vítimas de um destino cruel.
O Greenpeace denunciou ainda que, numa carta, datada de 25 de setembro de 2020, o governo do Reino Unido “não assumiu nenhum compromisso tangível” para proteger adequadamente o local em que a pesca ocorria, e solicitou formalmente que a ONG “não fizesse mais depósitos” de rochas.
O Bottom Trawling é um método utilizado por pesqueiros em todo o mundo, principalmente por instituições que visam o lucro máximo e negligenciam as consequências a longo prazo para essa ecodevastação.
Em um comunicado, a organização afirma que os blocos são de um tipo de rocha que ocorre naturalmente na região e que elas não causarão nenhum dano ao local. A ação recebeu o apoio de várias celebridades, que assinaram as rochas, como Stephen Fry e Hugh Fearnley-Whittingstall.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira.
Gostou desse artigo? Clique aqui para receber o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e leia mais conteúdos.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Equipe de NÁUTICA testou a novidade que atracou na capital de São Paulo e que seguirá disponível para toda a população até dia 4 de agosto; confira
Pela primeira vez na história a celebração aconteceu fora de um estádio; confira fotos
Parte do Iêmen, Socotra serviu como palco de diversos naufrágios e abriga grande biodiversidade
Tubarão-da-Groenlândia pode alcançar até 400 anos de vida e nada extremamente devagar; confira
Aranui 5 é o nome do navio de 126 metros que recebe os atletas em Teahupoo, no Taiti