Homenagem

Por: Redação -
10/06/2015

Atenta à importância dos barcos que marcaram história na vela oceânica mundial, a organização da Ilhabela Sailing Week 2015, de 3 a 11 de julho no Yacht Club de Ilhabela, homenageará neste ano o veleiro catarinense Cairu II, primeira embarcação brasileira a conquistar um título internacional, ao vencer terceira edição da Regata Buenos Aires – Rio em 1953. A ação tem sido frequente nos últimos anos. Em 2014, a homenagem foi destinada ao Pen Duick II, barco que levou o navegador francês Éric Tabarly à vitória na Ostar em 1964, velejada em solitário entre Plymouth (ING) e Newport (EUA).

A história do Cairu II começa muito antes de sua construção em 1949. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, mesmo na América do Sul, distante do palco central dos conflitos, a integração entre os povos se fazia necessária. Assim, um grupo de velejadores, personagens relevantes da sociedade brasileira, juntou-se aos representantes da vela argentina e idealizaram a Regata Buenos Aires – Rio de Janeiro. A primeira edição foi disputada em 1947. Ainda hoje, o percurso é um dos mais longos em regatas costeiras, com 1 200 milhas náuticas e largadas a cada três anos.

Apesar do espírito de confraternização, a derrota para os argentinos na primeira edição, por apenas um minuto, acelerou a execução do projeto de um veleiro oceânico competitivo, identificado pelo escritório americano Sparkman & Stephens, como “Class Brazil”. Com as dificuldades do pós-guerra, enfrentadas principalmente no hemisfério norte, os veleiros vieram a ser fabricados no estaleiro do Arataca, localizado abaixo da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis (SC).

“Os Classe Brasil foram construídos com um único objetivo, vencer a regata Buenos Aires – Rio”, afirma o atual proprietário do Cairu II, o engenheiro civil Eduardo Hamond Regua. Em 1950, segunda edição da regata, o Brasil sofreu nova derrota. Porém, em 1953 com o projeto concluído, os Classe Brasil finalmente partiram para o desafio. “O genuíno catarinense Cairu II, lavou a honra dos brasileiros vencendo a prova e se tornando um dos veleiros mais famosos do Brasil”, conta o comandante Eduardo.

“É um orgulho ser proprietário de um barco que carrega tanta história e receberá uma homenagem em um evento tão importante. Gostaria de estender a honra a todos que contribuem para que os veleiros clássicos ressurjam. Permitindo, assim, que suas histórias sejam mantidas. Os esforços solitários, a ABVO que abraçou a classe e o Yacht Club de Ilhabela também merecem a homenagem”, considera o comandante do Cairu II, que na língua tupi significa árvore de folhas escuras.

Além dos prêmios que recebeu pela histórica vitória de 1953, o barco ainda foi homenageado pelos presidentes do Brasil e da Argentina, Getúlio Vargas e Juan Peron, respectivamente e ganhou destaque nas mídias nacional e estrangeira. “A Ilhabela Sailing Week é o maior evento de vela no Brasil, motiva a disputa entre os melhores velejadores, sendo assim, um evento de pura emoção. É um privilégio competir em um paraíso como Ilhabela”, finaliza Eduardo que estará a bordo do também catarinense Viva Extraordinário, enquanto o Cairu II passa por merecida reforma em Florianópolis.

O Cairu II é um Classe Brasil de 40 pés, projetado pelo escritório norte-americano Sparkman & Stephens e construído no estaleiro Arataca, de Florianópolis (SC), a partir de 1949. O casco é de madeira e o peso da embarcação é de 10 toneladas, medindo 12,80 m de comprimento (linha d’água de 8,42 m), com boca de 3,06 m. Possui calado de 1,80 m; área vélica de 64,10 m² e motorização Gray Marine de 25 hp.

Foto Divulgação / Cairu

 

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