Luto


Nesta sexta-feira, 10, o falecimento de Abílio Ascot completa um mês. Chamado carinhosamente de “Bilico” pelos mais próximos, entrou no ramo náutico pelo universo da salvatagem. Com Antônio de Castro, sócio da Arimar Comércio e Indústria Ltda., fabricante dos produtos Ascot, Abílio esteve à frente de um negócio pioneiro, desde meados da década de 1960. Desde os primeiros coletes confeccionados em fibra vegetal — o Kapok, da família da paina de seda ou sumaúma — sob um tecido resistente na cor laranja e as boias, confeccionadas em fibra de vidro, quase artesanalmente, a família Ascot cresceu. Nas buscas por aperfeiçoar os produtos, Abílio deu os primeiros passos para o desenvolvimento de uma luz para coletes, com célula foto-elétrica, que foi patenteada e fabricada pela Ascot.
Com os anos, a fábrica investiu em equipamentos modernos, novas matérias-primas e modelagens; ampliou sua aérea de atuação e passou a exportar para os países da América do Sul. Vieram os coletes para todos os tipos de navegação, bem como embarcações, para resgate, desembarque de tropas da Marinha, para o Corpo de Bombeiros, para trabalho em Plataformas de Petróleo, assim como para cada modalidade esportiva. Sempre desenvolvendo um modelo adequado, incluindo pessoas com necessidades especiais e pets, novos tipos de boias e aparelhos flutuantes. A Ascot atendeu às orientações e especificações da Marinha do Brasil, e também às Normas Internacionais como a SOLAS e a IMO. Teve seus produtos aprovados e certificados, o que rendeu à fábrica o título de “Indústria de Interesse Nacional”. Por muitos anos, a marca liderou o mercado e, até hoje, é conhecida por seu pioneirismo e qualidade.
Apoiador do esporte, Abílio desenvolveu os equipamentos de segurança para a primeira viagem volta ao mundo em solitário de Amyr Klink, em 1983. “Acima de tudo, ele era um amante da vida e acreditava que a sua grande missão era proporcionar segurança para salvaguardar a vida das pessoas que desenvolvem atividades profissionais, de esporte e desfrutam o recreio na água”, relata Luana Peña, neta de Abílio, que faleceu no dia 10 de maio, aos 80 anos, deixando filhas, netos, bisnetos, inúmeros amigos e uma história que se mistura à própria evolução do mercado náutico brasileiro.
Foto: Arquivo pessoal
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