Casal de mergulhadores passa três dias inteiros em uma cápsula no fundo do mar

01/06/2020

Em matéria de isolamento, ninguém é páreo para o casal Emmanuelle Périé-Bardout e Ghislain Bardout, que mora em uma cápsula no fundo do mar. Sim, um “módulo” subaquático, mantido a uma profundidade de 20 metros, presos por cabos a dois outros tanques que funcionam como lastro. Parece incrível, mas eles passam três dias inteiros lá. E voltam depois de passar algumas horas a bordo de seu veleiro-escuna de dois mastros e 20 metros de comprimento, ao qual permanecem conectados por um sistema telefônico.

Famosos exploradores — entre outras ações, os dois submergiram nas águas sob a calota polar do Ártico, para onde foram a bordo de seu veleiro-escuna; além disso, mergulharam em algumas das águas mais remotas do planeta, a profundidades raramente alcançadas pelo ser humano —, Emmanuelle e Ghislain decidiram, ainda antes da pandemia, construir uma “cápsula” subaquática. O objetivo era apenas oferecer um lugar de apoio aos mergulhadores, onde poderiam permanecer submersos durante dias.

“Sabemos mais sobre a superfície da lua do que sobre o próprio fundo do oceano, mas uma cápsula subaquática que permite insights profundos sobre os complexos ecossistemas dos oceanos pode mudar tudo isso”, disse Ghislain, justificando a construção da cápsula caseira.

Mas aí veio a quarentena forçada pela pandemia e os dois decidiram usar a cápsula como abrigo anti-Covid-19. “Estamos ultrapassando os limites porque não contamos mais mergulhos em horas, mas em dias”, explica o mergulhador.

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A cápsula tem 3,2 metros de comprimento, 1,5 metros de altura e cerca de 83 cm de largura — espaço suficiente para acomodar três mergulhadores, sentados ou deitados. Suas paredes são de alumínio e as janelas, de termoplástico.

O pulo do gato é uma mistura de oxigênio, nitrogênio e hélio, que uma máquina especial bombeia para dentro da cápsula, na medida exata, para ser descomprimida posteriormente.

Mas, não seria tedioso viver isolado no mundo subaquático? Nada disso. “Podemos ver quando o peixe acorda, quem limpa a casa primeiro e quem está prestes a sair em busca de comida no grupo”, conta Emmanuelle, com entusiasmo. “E à noite”, acrescenta, “a cápsula vibra ao som das baleias”.

E o que eles que fazem a bordo desse abrigo subaquático durante a quarentena? Trabalham, comem e dormem dentro dele. Mas também podem deixar a cápsula com aparelhos de respiração e explorar o fundo do mar, a profundidades de até 150 metros, o que aliás fazem frequentemente, já que mantêm um projeto que coleta e divulga dados científicos em áreas como biologia marinha e fisiologia do mergulho.

A saída é feita através de uma escotilha na parte inferior da “nave”. Mesmo quando aberta, a água não entra. Isso é impedido pela pressão do ar na cápsula — é como mergulhar um copo em um balde de água de cabeça para baixo.

Eventualmente, seus filhos Tom, de três, Robin, de sete anos, fazem parte da aventura.

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