Panamá abre portas para serviços de fretamento de superiates


A indústria náutica dá mais um passo para se tornar verdadeiramente global. A novidade da semana foi a abertura do Panamá aos serviços de fretamento de superiates.
Em 8 de janeiro de 2021, a Autoridade Marítima do Panamá emitiu a Resolução No.088-2020, em que as licenças de fretamento de iates tornaram-se disponíveis também para superiates de bandeira estrangeira. Agora eles poderão fretar e operar em águas nacionais do Panamá.
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A Licença de Operação para Fretamento de Iates é parte de uma estratégia de crescimento exponencial da atividade de superiates no Panamá. Ela tem como objetivo principal regular e promover o turismo náutico e todos os benefícios que a atividade de superiates confere às populações nacionais e locais.
“Há vários anos, venho tentando promover o Panamá como destino de iates, especialmente para a comunidade de superiates. No entanto, o problema sempre foi que as administrações anteriores não conseguiram avaliar os números envolvidos neste negócio e o que ele pode fazer por um país”, começa Juan José Espino, sócio da Pardini & Associates. “Depois de alguns anos, a Câmara de Comércio Marítima entrou a bordo, assim como os proprietários de marinas e, finalmente, esta administração governamental e a Administração de Turismo do Panamá criaram um Comitê de Turismo Náutico”.
A necessidade de provar o valor da indústria de superiates para economias em todo o mundo é uma história muito familiar. Nos últimos anos, vários países, incluindo Austrália e Tailândia, têm se esforçado para provar a seus respectivos governos como pode ser benéfico estar aberto ao mercado dessas embarcações.

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No entanto, à medida que mais dados se tornam disponíveis e o modelo de superiate é testado em todo o mundo, os governos despertam para os benefícios de ter águas nacionais abertas para fretamentos de embarcações de 37 a 60 metros.
Tanto a Austrália quanto a Tailândia estão, agora, abertas para fretamentos de bandeira estrangeira, e o Panamá é o país mais recente a aderir a essa tendência. Quanto mais países abrem suas portas para o comércio de iates, mais a indústria de superiates caminha para se tornar verdadeiramente global.
“Demorou cerca de quatro anos para que a resolução finalmente fosse aprovada”, continua Espino. “Devido à posição geográfica do Panamá e ao canal, 35 por cento do nosso produto interno bruto provém de atividades marítimas. Portanto, é lógico que olhemos para além do mundo da marinha mercante em busca de oportunidades. Os superiates usam constantemente o canal, mas muitos deles não param no Panamá, seja porque as regras de fretamento são proibitivas, seja porque simplesmente desconhecem a beleza das águas de navegação do Panamá. Entre nossos dois litorais, temos mais de 400 belas ilhas”.
A beleza natural do Panamá é conhecida há muito tempo e, de fato, muitos superiates de propriedade privada já puderam vivenciá-la. No entanto, regulamentações proibitivas de fretamento costumam ser a razão pela qual os mercados domésticos dessa estirpe não conseguem crescer organicamente. Espino espera que as alterações aos regulamentos de fretamento sejam o catalisador para atrair mais negócios de super iates para a região.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira.
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