Você conhece o peixe que pode viver por quase 100 anos? Veja detalhes


Metabolismo lento: esse é o segredo da longevidade do peixe celacanto (Latimeria). A criatura de 1,8 metro habita as profundezas do Oceano Índico e vive por quase 100 anos — 5 vezes mais do que se esperava. Ele era considerado extinto até que um espécime apareceu em uma rede de pesca na África do Sul, em 1938.
Depois dessa descoberta, pesquisadores publicaram um novo estudo na revista científica Current Biology. Nele, eles afirmavam que a vida útil do celacanto passou de 20, como se acreditava ser, para quase 100 anos. Isso porque, durante a pesquisa, foi encontrado um exemplar de 84 anos de idade, entre todos os 27 indivíduos.

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Os estudiosos do Instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar (NFREMER) analisaram parte do acervo do Museu Nacional de História Natural da França (MNHN), que apresenta uma das maiores coleções de celacantos no mundo: de embriões a indivíduos adultos. Nesse momento, descobriu-se, inclusive, que o período de gestação deste peixe dura cerca de 5 anos.
Para estimar a idade e o crescimento dos peixes, os cientistas usaram microscopia de luz polarizada e uma tecnologia de esclerocronologia, que estuda variações físico-químicas de organismos. Foi aí que a equipe soube que esses animais crescem lentamente, atingindo a maturidade por volta dos 55 anos de idade.
“Nossa nova estimativa de idade nos permitiu reavaliar o crescimento corporal do celacanto, que passa a ser um dos mais lentos entre os peixes marinhos de tamanho semelhante”, explica Kélig Mahé, líder da pesquisa do IFREMER, em comunicado. “A história do celacanto é, na verdade, uma das mais lentas de todos os peixes”, acrescenta.


A estimativa do período de gestação também se baseou no tamanho da prole ao nascer, já que o celacanto adulto mede cerca de 1,8 metro e pesa 80 quilos. Com as descobertas, se o pensamento era de que a espécie era a exceção aos peixes de águas profundas (por um suposto crescimento rápido), hoje, os cientistas conseguiram provar que eles não fogem à regra.
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A verdade é que os celacantos não fogem à regra: eles possuem metabolismo lento e baixa fecundidade como os seus semelhantes, algo típico de seres com crescimento vagaroso.

Os pesquisadores acreditam que entender que o crescimento lento dos celacantos e seus demais achados podem ajudar na conservação da espécie. O celacanto africano é, inclusive, considerado criticamente ameaçado de extinção na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
No futuro, os cientistas esperam analisar se o processo de crescimento desses peixes está relacionado ao aumento da temperatura das águas e ao aquecimento global. “Espécies de vida longa caracterizadas por uma história de vida lenta e fecundidade relativamente baixa são conhecidas por serem extremamente vulneráveis a perturbações de origem natural ou antrópica devido à sua taxa de substituição muito baixa”, conta Mahé.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira.
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