Tubarões brancos estão morrendo por doença misteriosa; entenda
No Canadá, quatro animais apareceram mortos na praia depois de 30 anos sem registros do tipo


O tubarão branco (Carcharodon carcharias) é comumente colocado no papel de um grande vilão — seus dentes enormes e a aparência de predador nato contribuem para isso. Seu papel na natureza, contudo, é essencial para o equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Por isso, as mortes desses animais por uma “doença misteriosa” têm preocupado pesquisadores.
“Banheira da morte”: conheça fenômeno que existe no Golfo do México
De chamego: tubarões-baleia são flagrados “flertando” em registro raro da natureza; assista
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Para se ter uma ideia, quatro animais da espécie foram encontrados já sem vida em praias do Canadá no período de um ano. O número pode até parecer baixo, mas fica alarmante quando se leva em conta que, em 30 anos de monitoramento pelas agências de vida selvagem no país, nunca um tubarão branco havia sido encontrado morto.


Tubarões que morrem da doença misteriosa não têm um arranhão
É natural pensar que os tubarões brancos, talvez, tenham encontrado um oponente a altura — mas esse não é o caso. Os animais foram encontrados sem nenhum ferimento, tampouco sinais de fome. A causa, na verdade, é bem mais delicada.
A partir de testes microscópicos, pesquisadores identificaram uma inflamação no tecido cerebral do animal, chamada de meningoencefalite. Nos humanos, ela causa sintomas como febre, dor de cabeça, náuseas e até dificuldade para falar. Já nos tubarões, a inflamação traz incapacidade de se alimentar e nadar adequadamente, o que resulta, por exemplo, em encalhes na areia.


Segundo Harley Newton, cientista-chefe e veterinária da Ocearch (organização global sem fins lucrativos que conduz pesquisas sobre animais marinhos), a meningoencefalite é um sintoma, mas não a causa da doença — ainda não identificada — que tem matado os tubarões brancos.
A inflamação acende um grande alerta em meio à comunidade científica, já que, além de a espécie estar classificada como ameaçada de extinção pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), trata-se de um predador de topo da cadeia alimentar.
A posição dos tubarões brancos os coloca em um papel importante no equilíbrio dos ecossistemas marinhos, já que, entre outras coisas, a espécie mantém as populações de presas sob controle, ajuda a manter o equilíbrio populacional de mamíferos marinhos, contribui para a saúde dos oceanos e ainda ajuda a controlar a proliferação de espécies invasoras.
Para descobrir a causa da doença, Newton enviou tecido cerebral de um tubarão encontrado na Carolina do Sul (Estados Unidos), nas mesmas condições que os do Canadá, ao Laboratório de Diagnósticos de Doenças Animais de Washington para sequenciamento genético.
A cientista ressaltou ao IFL Science que não espera “saber a causa em breve”, mas que “amostras adicionais de tubarões encalhados frescos sempre são úteis”. Para ela, o melhor cenário “é deixar as pessoas saberem que os tubarões encalhados podem estar morrendo de doenças”.
“Esperamos que isso incentive as pessoas a gastar algum tempo e recursos para avaliar e amostrar esses animais, para que possamos nos tornar mais bem informados sobre doenças naturais em tubarões e qual impacto elas podem ter nas populações”, destacou.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Embarcações dos 19 aos mais de 30 pés estarão nas águas da Marina da Glória de 26 de abril a 4 de maio
Horse Powertrain estreia no setor com a brasileira Hybdor, adaptando motor do Renault Duster para versão híbrida e flex (gasolina e etanol)
Ainda em construção, embarcação combina luxo ao vintage e já está quase totalmente reservada para passeios em 2026
São 44 veleiros inscritos na disputa, que começou no sábado (15). Etapa segue no próximo final de semana
Uruguaio apostou nas tecnologias avançadas da icônica embarcação para superar o medo de navegar