Worlds Finals

Por: Redação -
29/10/2014

Realmente, estar em Lake Havasu participando das “worlds finals” é algo surpreendente. Muitos amigos me diziam e reiteravam o convite para ir a Havasu acompanhar as provas, fazendo grandes relatos e sempre avisando “…depois de Havasu, tua concepção de provas de jets, vai mudar…” realmente, muita coisa mudou, e para melhor. Agradeço a meu amigo de todas as horas Carlos Truta por me propiciar esse aprendizado.

É sempre bom ir e observar, perguntar e também questionar o porquê “disso e daquilo”, e acima de tudo aprender. O campeonato em Havasu é a Meca dos jets pelo período de 10 dias pilotos de todo o mundo disputando boia a boia, e se apertando nas curvas, disputando cada centímetro da raia. Lake Havasu tem muito a nos ensinar, em especial sobre a rigidez nos horários de início e na segurança de água, feita por 3 diretores de água, vamos dizer assim.

O padock é um show à parte, grandes caminhões das maiores marcas de fabricantes como Yamaha, Kawasaki e Sea-Doo dão um brilho especial, expondo os novos produtos para 2015. No estande da Sea-Doo pudemos ver o jets de resgate que os canadenses da Bombardier desenvolveram. Equipes como a de Dubai (SkyDive) e do Kuwait foram, sem dúvida, a maioria dos estrangeiros presentes e aqueles com as maiores estruturas de apoio a seus pilotos. Na hora da premiação não foi diferente, muitos troféus conquistados.

Às 6h30 da manhã já tínhamos jets na água treinando, o dia mal tinha nascido e os pilotos já estavam testando suas máquinas. Tivemos em um único dia mais de 35 baterias, todas rigorosamente cumpridas dentro do horário.

A estrutura de provas de Havasu é bem enxuta, com 1 torre de largada, 2 arquibancadas médias e uma torre de locução. Nada além disso, o Padock tem uma área para lojistas, um único restaurante e banheiros químicos. Mas a área reservada a pilotos e equipes é gigante, com vários banheiros químicos e energia elétrica. Mas o staff deles é generoso, proporcional a necessidade do evento. O que realmente não vi por lá foram policiais, muito menos representantes da Marinha Americana.

Apesar do calor sufocante do deserto, tivemos quase 3 dias de chuvas, mas depois o sol veio rachando e nos proporcionou dias incríveis.

Apesar de todas as baterias disputadas, pouquíssimos acidentes aconteceram, acredito que uns 5 no máximo, mas quedas e tombos foram vários.

Certamente que as comparações com outros eventos são naturais, mas ao mesmo tempo são desleais. Lake Havasu conta com o apoio das 3 principais montadoras de jets – Yamaha, Kawasaki e Sea-Doo, e certamente o aluguel do espaço ali dentro do padock não é barato. As áreas dos lojistas são gigantes, e o aluguel também deve ser, sem falar na arrecadação com as inscrições. Por isso tudo a IJSBA tem a obrigação de fazer um excelente evento e claro, se as instituições do Brasil tivessem esse aporte das montadoras, a realidade seria bem diferente. Aqui no Brasil, os eventos só acontecem com o apoio das prefeituras, senão os projetos nem saem do papel.

Escuto muita reclamação aqui no Brasil, quando o assunto é a entrega de troféus. Bem, nas terras do Tio Sam apenas os 3 primeiros colocados ganham troféus, e digo com toda a certeza, já vi troféus aqui no Brasil bem melhores e mais bonitos. Até a décima colocação todos ganham uma placa de acrílico, e ninguém reclama… já se fosse em terras brasileiras… a choradeira seria grande.

Temos muitos exemplos a seguir, com certeza, mas temos uma cultura diferente por aqui, sem falar em poucos pilotos competindo. Então não podemos simplesmente aplicar o que se faz lá fora aqui dentro. Podemos talvez adaptar ou quem sabe melhorar.

Mas nem tudo em Lake Havasu é original, por exemplo, a parada das nações que acontece no London Bridge foi copiado de Mirandela, em Portugal, assim como o show noturno que acontece no mesmo local.

Apesar de todo o glamour pompa e circunstância do evento, se for observar bem, a organização também comete seus erros e injustiças. A maior delas foi no freestyle amador, dando o título ao americano Elijah Kemnitz e deixando a equipe de Dubai na segunda posição. O piloto Rashid Almulla, da Skydive Dubai, foi incontestavelmente superior, tanto em simpatia quanto nas suas manobras. Podemos entrar também no quesito vistoria técnica, onde tivemos algumas reclamações sobre a medição da pressão do turbo em alguns jets e a forma como eles eram avaliados. Sem falar em algumas queimas de largadas que a torre de provas “não via”.

Inquestionável foi o domínio Yamaha com os novos SVHO nas categorias amador, da mesma forma que a Sea-Doo dominou com os profissionais. A Kawasaki teve uma participação inexpressiva nesse mundial, diria quase imperceptível.

Mas vale ressaltar a importância dos brasileiros nesse ano, David Prado é um gigante pilotando, apesar de estar utilizando um equipamento muito aquém de suas reais possibilidades consegue sempre ótimos resultados. A equipe Jetco, com os irmãos Umberto e Valdir Brito Jr, competiu pela primeira vez e já conseguiu um vice-campeonato mundial e dois três lugares, sensacional. Não podia faltar toda a experiência do Fabinho da FRacing, de São Paulo, no suporte técnico para a equipe Jetco.

Esperamos em 2015 voltar à Havasu para mais um trabalho.

 

Ricardo Fuchs é fotógrafo da JetSkiNworld & Photojetski e viaja o mundo atrás das impressionantes imagens das competições de jets

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