Veleiro britânico é o vencedor da 49ª edição da regata Rolex Fastnet Race. Confira

Por: Redação -
16/08/2021

A 49ª regata Rolex Fastnet Race tem um vencedor: o JPK 11.80 Sunrise, de Tom Kneen. A competição é bienal, offshore e organizada pelo Royal Ocean Racing Club (RORC), do Reino Unido. Ela também recebe a assistência do Royal Yacht Squadron, em Cowes, e do Royal Western Yacht Club, em Plymouth.

O competidor britânico ganhou na divisão IRC Two, e nenhum outro barco foi capaz de acompanhar o Sunrise no percurso de 695 milhas náuticas. Tom Kneen é o primeiro vencedor britânico da corrida desde Charles Dunstone e seu maxi Nokia Enigma, em 2003.

Inscreva-se no canal de NÁUTICA no YouTube e ATIVE as notificações

Ao lado do filho de dois anos, Tom não conseguiu esconder a emoção de ganhar uma corrida dessa estirpe: “Tive 24 horas para refletir sobre a corrida depois que terminamos e, realmente, é tudo sobre as pessoas: a equipe incrível que navegou comigo e minha incrível parceira Francesca, que fez muito para que isso acontecesse”.

Para alguém que começou a competir em regatas offshore há apenas sete anos, o britânico percorreu um longo caminho em pouco tempo. Ele contou, inclusive que “não sabia o que era IRC. Nunca tinha ouvido falar do RORC, mas já conhecia o Rolex Fastnet Race. Fui criado no sudoeste do meu país, onde o costume era velejar em botes no Royal Western Yacht Club — e foi o que fiz, quando era menino”.

Como ele mesmo admitiu, a primeira Rolex Fastnet Race que participou aconteceu em 2015 e foi marcada por uma série de erros. Ele competiu a bordo de seu cruiser Elan 350, de segunda mão, também chamado Sunrise, e ele se provou um aprendiz rápido, descobrindo rapidamente o que é necessário para montar uma campanha vencedora de corridas.

rorc

“Realmente não importa em que nível da frota você está. Contanto que você tenha uma boa equipe e o suporte certo, você pode ganhar sua classe. E se você pode vencer a classe, você pode vencer no geral — embora isso dependa de coisas como marés, condições do vento, coisas que estão muito mais nas mãos dos deuses, eu acho”, comentou o competidor.

A inconstância do destino na competição de 2021 foi revelada à Tom ao ver Dawn Treader ser eliminado da corrida pouco depois da largada. Lutando contra as severas condições do Solent, o J/133 Pintia colidiu com o JPK 11.80 Dawn Treader (duas embarcações adversárias), resultando na retirada de ambos os barcos.

“Tivemos um momento triste por cerca de uma hora depois que isso aconteceu. Temos competido muito com Dawn Treader durante toda a temporada. Eles estão com o barco há muito menos tempo do que nós e estávamos ansiosos para competir com eles em todo o percurso da Fastnet… nós calculamos que, se pudéssemos vencê-los, teríamos uma boa chance de vencer nossa divisão”, completa Tom.

Leia também

» Mundial Feminino de Snipe 2021 está confirmado para São Paulo com atletas olímpicas

» Copa Brasil de Vela de Praia promove evento visando Paris 2024

» Isaquias Queiroz garante o ouro para o Brasil na canoagem de velocidade em Tóquio

Os estágios iniciais da corrida, ao nascer do sol, foram marcados por uma embarcação fora de fase com a maré, enquanto avançava em direção a Land’s End. Mas uma decisão corajosa e contra-intuitiva de navegar pelo lado leste do esquema de separação de tráfego foi a primeira grande chance da equipe vencedora.

Isso os colocou em uma posição única para ficar bem na frente de uma área de alta pressão, que engoliu o pelotão de perseguição. Kneen complementou o relato, contando que “estava reparando no rastreador na noite anterior e pensando em como é incrível olhar para trás naquela fase da corrida. Foi um momento crítico em que realmente pressionamos o desempenho, e provavelmente foi a diferença entre terminar às 10 horas da manhã na quinta-feira ou terminar na mesma hora no dia seguinte”.

A partir de então, a vitória estava praticamente garantida. Pouco tempo depois, o Sunrise foi reivindicado como vencedor da Fastnet Race. Kneen prestou homenagem ao RORC e ​​a todos em Cowes e Cherbourg, que ajudaram a fazer a Rolex Fastnet Race acontecer em circunstâncias tão desafiadoras.

“Acho que quem conseguiu organizar um evento nesta pandemia merece uma medalha. A complexidade para fazer qualquer coisa acontecer está em um nível completamente diferente neste momento. O fato de o RORC ter tomado uma decisão corajosa de mover a linha de chegada e, em seguida, ter conseguido realizar outra corrida surpreendente, demonstra quantas pessoas incríveis participaram da competição”.

Tom teve apenas uma reclamação: a ausência da mulher, Francesca: “Meu único lamento é que, neste momento especial, Francesca não pôde estar comigo nesta corrida porque voltou para casa cuidando do nosso filho de dois anos. Ela é quem tornou possível para mim fazer esta corrida”, disse.

rorc

O veterano da Volvo Ocean Race, Dave Swete, foi o único velejador profissional da tripulação do Sunrise. Além de Swete e Kneen, com quase 30 anos, o resto da tripulação está na casa dos 20, alguns dos quais surgiram por meio do programa de corrida juvenil Griffin da RORC. Esse programa visa promover jovens talentos offshore. Suzy Peters e Tom Cheney foram co-navegadores na corrida, acompanhados por Quentin Bes-Green, Angus Gray-Stephens, George Kennedy e Victoria Tomlinson.

Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira.

Não perca nada! Clique aqui para receber notícias do mundo náutico no seu WhatsApp.

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Em fase final de testes, Aquabus de Ilhabela transportaram 1,5 mil pessoas no fim de semana

    Novo sistema de transporte aquaviário contará com três catamarãs e capacidade para 60 pessoas em cada viagem; data de inauguração ainda não foi divulgada

    Italiana Rossinavi lança catamarã híbrido-elétrico de 43 metros

    Modelo nasce como “projeto mais inovador” do estaleiro, com tecnologias sustentáveis e até uso de Inteligência Artificial

    Schaefer Yachts anuncia barco que não afunda, ideal para resgates em alto-mar

    Com o nome de Interceptor 48 Pilot, novidade é fruto de parceria com a empresa irlandesa Safehaven Marine

    Criatura de 18 metros está impactando a cadeia alimentar da vida marinha; entenda

    Gelatinoso e transparente, os "picles do mares" causam perturbações no ecossistema durante as ondas de calor oceânicas e preocupam cientistas

    Minas Gerais ganhará bar flutuante de vinhos na Represa do Funil

    Com o nome de Almas Gerais, iniciativa tem previsão de entrega em julho de 2024 e faz parte do milionário projeto Enovila