Após 86 anos, aeronave de pioneira da aviação pode ter sido encontrada no meio do Oceano Pacífico
Imagens de sonar capturaram objeto que pode ser o avião pilotado por Amelia Earhart
Pioneira da aviação, Amelia Earhart foi uma mulher que não só sobrevoou a vida na Terra como deixou por aqui um legado. Seus feitos seguem sem perder a significância e, um deles, responsável por tirar sua vida, acaba de ganhar um novo capítulo. O avião que ela pilotava quando desapareceu, em 1937, pode ter sido encontrado — no coração do Pacífico.
De Hamilton a Senna: conheça barcos dos pilotos de Fórmula 1
Empreendedorismo: homem faz sucesso construindo bancos de areia em praia do Rio
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Um grupo de exploração, conhecido como Deep Sea Vision (DSV), acredita ter encontrado o icônico avião da piloto Amelia Earhart, no meio do Oceano Pacífico. A DSV divulgou imagens de um sonar subaquático, onde é possível observar o contorno do que seria o Lockheed Electra, aeronave que Amelia pilotava quando desapareceu tentando dar uma volta ao mundo.
A localização exata do achado não foi informada pela DSV, mas o grupo afirma que a aeronave está a mais de 16.000 pés (4.900 metros) debaixo d’água, cerca de 161 quilômetros a oeste da Ilha Howland, entre Austrália e Havaí, onde Earhart esperava reabastecer sua aeronave durante sua aventura.
“Uma das características-chave mais exclusivas da aeronave eram os distintos estabilizadores verticais duplos na cauda”, escreveu Tony Romeo, ex-piloto e CEO da Deep Sea Vision, em um e-mail enviado à Live Science. Tony, aliás, fez uma expedição de US$ 11 milhões (cerca de R$ 54 milhões em conversão realizada em janeiro de 2024) para encontrar o local no fundo do mar.
Descoberta ainda não foi confirmada
As imagens do que seriam o avião de Amelia Earhart foram registradas por um sonar, aparelho usado para mapear o fundo do mar para fins de navegação ou para procurar objetos perdidos. Apesar de especialistas dizerem que os registros são credíveis o suficiente, há grupos que contrapõem a ideia. Um deles é o Grupo Internacional para Recuperação de Aeronaves Históricas (TIGHAR).
“Para que as asas de um Electra se dobrassem para trás, como mostrado na imagem do sonar, toda a seção central teria que falhar nas junções asa/fuselagem — e isso simplesmente não é possível”, disseram representantes do TIGHAR em comunicado à Live Science.
Eric Terrill, cientista marinho do Scripps Institution of Oceanography, parte da Universidade da Califórnia, em San Diego, Estados Unidos, levanta outro ponto: “as imagens das profundezas extremas onde a Deep Sea Vision capturou a varredura podem parecer pouco claras.”
Para defender a descoberta do DSV, Romeu explica que “os dados do sonar aparecerão cada vez mais esticados quanto mais longe o alvo estiver. Por esta razão, as asas parecem estar esticadas ou ‘varridas’”.
Você notará que a cauda também parece ter sido ‘varrida’ pelo mesmo motivo. Se a cauda e as asas estiverem ‘endireitadas’, o formato do alvo se parece muito com o Lockheed Electra– explicou Romeu ao Live Science
O CEO da Deep Sea Vision mencionou ainda que “existe a possibilidade de que seja outra aeronave ou mesmo um avião da Segunda Guerra Mundial. No entanto, não há registo de desaparecimentos de aeronaves nesta área.”
A equipe da Deep Sea Vision planeja voltar ao local ainda este ano com uma câmera submarina para investigar mais, de acordo com o The Wall Street Journal.
Amelia Earhart, muito mais que uma pilota
Amelia Mary Earhart foi dada como desaparecida no Oceano Pacífico em 2 de julho de 1937, enquanto tentava realizar um voo ao redor do mundo. Pioneira da aviação dos Estados Unidos, Amelia foi ainda autora de livros como Last Flight (1937) e The Fun of It (1932).
Defensora dos direitos das mulheres, Earhart foi essencial na formação de organizações para mulheres que desejavam pilotar. Amelia foi primeira a receber a “The Distinguished Flying Cross“, condecoração militar atribuída a funcionários ou membros alistados das Forças Armadas dos EUA reconhecidos por atos de “heroísmo ou conquista extraordinária” — condecoração que recebeu por ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Comitê espera reduzir custos acomodando cerca de 3 mil pessoas em embarcação durante o evento
Criado pela empresa francesa Seabike, o dispositivo promete uma velocidade "sobre-humana"; confira
Maior edição após a pandemia, salão carioca entrou para a história pela diversidade de produtos, serviços e atrações, e marcou a expansão do evento para outras regiões
Na Holanda, sistema que combina tecnologias desligará geradores em caso de aproximações de aves
Inspirada em programa de TV, atração abre ao público no final de maio